terça-feira, 17 de abril de 2007

Mudança PIB

Muda o PIB, o Brasil não

por Redação CartaCapital


O IBGE revisou a metodologia. O País cresceu um pouco mais, desde 1996, mas os investimentos foram menores


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1996 a 2005. Trata-se de um procedimento costumeiro, em países civilizados, para aperfeiçoar a medição do que a nação realmente produz. Há dados positivos. Na média, nos três primeiros anos do governo Lula, o crescimento do PIB subiu de 2,6% (pela metodologia antiga) para 3,2%. Nos três últimos anos de Fernando Henrique, também houve melhora: de 2,5% para 2,8%.


Houve uma reavaliação para cima dos valores do produto, que cresceu 10,9%, em 2005, para 2,148 trilhões de reais. O lado positivo é que a relação Dívida/PIB caiu de 50% para 45,7%, em 2005. É importante, por ser um dos indicadores que mostram a solidez das contas públicas.


De outro lado, como o PIB aumentou, para cumprir a meta de superávit primário (receitas, menos despesas, antes do pagamento dos juros) de 3,75% neste ano, o governo terá de economizar 9 bilhões de reais a mais. Isso já descontado o 0,5 ponto destinado ao Projeto Piloto de Investimentos (PPI). Contudo, ponderou a LCA Consultores em relatório a clientes, se caiu a relação Dívida/PIB, não haverá, em tese, necessidade de se apertar mais os cintos.


Um fato negativo foi a revisão para baixo da taxa de investimentos da economia, em todos os anos que o PIB foi recalculado. Isso preocupa o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Em 2005, por exemplo, caiu de 19,9% para 16,3% do PIB. Internacionalmente, o nível de um país que cresce de forma sustentada é de 25%.


Não faz sentido comparar com a melhora de 0,6 ponto da era lulista com 0,3 no último triênio da gestão fernandista. Não leva a nada. Na vida real, tudo fica como está. A não ser a constatação de que, mesmo com as novas contas, o País cresceu, no período, abaixo da média mundial.

Nenhum comentário: