sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Auto Avaliação - Fim do Bimestre / Ano Letivo

Auto Avaliação - Fim do Bimestre / Ano Letivo

ALUNOS OSWALDO ARANHA NOTURNO

AUTO AVALIAÇÃO : OBRIGATÓRIA 4o BIMESTRE

AVALIE, COMENTE E DÊ UMA NOTA DE 0-10 PARA :

1- E.E.OSWALDO ARANHA

2- SUA SALA

3- AS AULAS DE HISTÓRIA / DAC DO PROF MILTON

4- ELABORE UM PEQUENO TEXTO SOBRE SUA PARTICIPAÇÃO PESSOAL NO ANO LETIVO DE 2011 ( MÍNIMO 10 LINHAS) ABORDANDO SUA FREQUÊNCIA, SERIEDADE, HONESTIDADE, QUALIDADE, ETC ETC...
TÍTULO : 'POR QUE EU MEREÇO SER APROVADO / REPROVADO'


ÚLTIMO DIA P ENTREGA TRABALHOS HISTÓRIA / DAC 3A FEIRA 6 DE DEZEMBRO
* SEM FALTA
NESSE DIA (6/12) ESTAREI NA ESCOLA DAS 19:00AS 19:30 HS

PROF MILTON

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A invasão da USP, a FFLCH, a PM e a HIPOCRISIA.

Inspirado e incomodado com tanta gente que tenho ouvido apaixonadamente defendendo a intervenção violenta da PM na universidade e chamando indiscriminadamente todos os membros da FFLCH, ou qualquer outro que não concorde passiva e docilmente com a 'exótica' presença e com a mais ainda 'exótica' prática exercida pela PM no campus - de 'maconheiros', vagabundos, bandidos e etc. Muito orgulhosamente como ex-aluno desta faculdade, quero aproveitar para como fazem, também usar livremente alguns adjetivos e dizer que sou inteiramente a favor da intervenção da PM em vários ambientes : 

Primeiro e urgentemente nos dados secretos da Receita Federal pra prender aquela minoria muito pequena dos muito muito mais ricos que eterna, histórica e descaradamente sonegaram e sonegam impostos. Talvez vc os conheça por ' Classe A'.

Defendo a PM pra bater também naqueles que, pra se darem bem, costumeiramente deram e dão imensos dribles e chapéus na Constituição e em qualquer outra regra ou lei, e nem disfarçam seu orgulho e apreço pelo autoritarismo a favor da eterna manutenção deste estado de coisas e sua admiração pela falsidade e safadeza, mas adoram posar de impolutos, chocados e puros quando é, como hoje,  pra malhar os outros. Talvez vc já tenha ouvido falar neles como 'gente séria' ou 'pessoas de sucesso'.

Por mim tem que algemar e bater também naqueles que sem dó nem nenhum remorso nessa vida - de forma tipicamente brasileira, não só aprenderam, mas se pós-graduaram em explorar qualquer semelhante até o talo, e em ter o interesse, a trapaça e a indiferença como a sua maior habilidade no mundo e ainda chamam isso -na boa - de   'pragmatismo' !

Tem que bater também naqueles que passaram a vida se  especializando em puxar tapetes e sacos e em elaborar e inocular seu veneno social, corporativo, materialista e deslumbrado como única forma possível de sobrevivência humana, pois sequer imaginam que possa haver alguma diferença entre as pessoas e as coisas( na verdade chamam pessoas de 'Recursos Humanos'). Também conhecidos como 'determinados' ou 'realistas'.

Naqueles que naturalmente se vendem como também compram, sejam fiscais, policiais, amigos, filhos, irmãos, pais ou amores.
E naturalmente chamam isso de 'network' ou 'marketing pessoal' !

Por mim tem que arregaçar na borrachada quem, de forma consciente manipula, se aproveita e intimida jovens, crianças e inocentes. Principalmente os que enchem a boca pra falar na sua 'responsabilidade social' !

Em quem é visceralmente e antes de tudo radical e convictamente preconceituoso contra qualquer coisa que não se enquadre no seu estreito e fechado horizonte de vida e de mundo e chama isso - tranquilamente - de 'liberal conservadorismo' ou 'de direita' !

Tem que prender e bater em quem abusa e despreza sem nenhum problema os mais fracos e inocentes, em quem não está nem aí pros horrores e injustiças do mundo, em quem acha tudo muito normal e inevitável e em quem sequer sabe o significado da palavra solidariedade, em quem se acha e ainda posa de bacana quanto mais arrogante, alienado e soberbo se mostrar – pois - pra eles - isso é a verdadeira e desejada conquista maior e mais importante da vida humana. Eles chamam isso de 'modernidade'.

Tem mesmo que prender aqueles que mesmo sem conhecer quase nada, falam mal do país e –sem nunca ter se questionado por que - por uma inferioridade atávica e incurável adoram, de alma, olhos e corações fechados : babar e lamber o ovo de tudo que vem de fora e pra isso usam as palavras : 'chics', 'globalizados', 'integrados','conectados' 'modernos' ou 'cosmopolitas' !

Tem que algemar e bater em quem nunca, em qualquer contexto, perde uma oportunidade de agir com cinismo, esperteza e sequer disfarça seu ódio ao perceber que há possibilidades – mesmo que remotas - de avançar a tal democracia e não tolera sequer conversar civilizadamente com quem não pensa exatamente igual as maiorias bovinas. E se chamam de 'coerentes', 'sensatos', 'personalistas' ou 'seletivos' !

Também gostaria de ver a PM intervindo violentamente nas monoplantações de eucalipto, soja, cana, pinus e etc que estão transformando nossa natureza num imenso deserto ( acidificado e contaminado por um veneno apelidado 'Roundup')- enchendo o rabo de meia dúzia de empresas e latifundiários e condenando toda uma população a pobreza e a marginalidade eterna. Mas alguém pode conhecer isso por 'Agronegócio' e/ou 'reflorestamento' !

Também queria ver a PM entrar com bombas de gás nos templos mais chics da futilidade e deslumbre consumista atuais pra averiguar quem são os clientes que – num mundo cada vez mais em crise – mantém padrões de consumo que envergonhariam reis. Prá saber de verdade de onde vem a grana preta dessa gente. Mas isso talvez seja mais conhecido por ' gente diferenciada', 'alto padrão', 'AAA', ou 'milionárias de Moema'!

Ainda gostaria de ver a mesma PM arregaçando na borracha banqueiros e outros vigaristas disfarçados de corretores – que são mestres em lavar e traficar qualquer dinheiro, independente de sua origem e cheiro. Também conhecidos por  'operadores logísticos' ou ' gente do mercado financeiro'.

Também sou a favor de sentar a borracha nos advogados, promotores, juízes, desembargadores e etc, que diária e vergonhosamente defendem, aliviam e livram a cara de políticos, empresários e quaisquer outros ladrões e safados. Aquilo que muitos chamam de : judiciário.

Tinha que bater muito também naqueles que criminosa e meticulosamente se aproveitam da inocência e ilusão alheias vendendo sonhos, como criminosos disfarçados de empresários de escolas, cursos e faculdades – verdadeiras arapucas lavadoras de dinheiro sujo, vendedoras de diplomas que não valem nada além de suas propagandas - como também nos bandidos organizadores de concursos fajutos - armadilhas indústrias de dinheiro fácil.
Conhecidos também como 'mantenedores'.

Bem como também deveriam apanhar bastante, covardes crônicos que com sua tacanhice e estreiteza eternas ajudam e muito a emperrar o nosso já falido sistema educacional e cultural, despolitizando, desalmando e reforçando a inércia com suas crenças fundamentalistas na impotência eterna e insuperável do povo e especialmente dos jovens, castrando sem dó o futuro que sempre será igual. Muitos atendem por 'professores'.

Também quero ver a tropa de choque batendo em políticos que diariamente fazem leis pra privilegiar os mais ricos, o mundo corporativo, o sistema financeiro, as multinacionais e etc
Nesses tem que rachar o pau !
Sentar a borracha ! Sem dó ! 
Pra quem não sabe, também são conhecidos como 'quase todos'.

Por mim, tinha ainda que prender e bater em especial - com requintes de tortura ( A PM entende bem ) nos responsáveis pelas novelas e pela maioria absoluta dos programas que não só reforçam, mas diariamente doutrinam, embotam, mercantilizam e idiotizam nossas almas. E condenam nossa sociedade a ser irrecuperavelmente cada vez mais tapada, fútil, vazia, consumista, truculenta, alienada, imbecil, arrogante e ignorante. 
Tinha que 'arregaçar' mesmo quem é responsável pelo imenso e intransponível lodo de lixo midiático que estamos submersos - os maiores autores da falência da nossa Educação e Cultura. Aqueles que também atendem por celebridades, artistas, jornalistas, 'formadores de opinião' e etc.

Também seria bom ver a PM dando um cassete forte em quem fala mal dos moleques do baseado, mas por não querer perder tempo nem ter trabalho de educar e mais ainda por estar ‘na moda’ , se droga  e droga com tarjas vermelhas ou pretas– de boa e sem culpa -desde muito cedo, a sí mesmo e os próprios filhos pequenos ou nem tanto com mágicas bolinhas que criam dependência eterna por recomendação de profissionais da alienação ( conhecidos por médicos) - que só aprenderam preencher receitas ditadas pelo corporativismo da máfia farmacêutica, interessada em criar e difundir como paraíso, um mundo de pessoas dependentes, dominadas e conformadas em seus shoppings e na frente de suas televisões. Mas eles também são conhecidos por 'pacientes' ou 'clientes de clínicas'.

Como infelizmente, por enquanto nada disso deve acontecer, vamos nos distrair falando mal dos moleques da USP que ousaram discordar do nosso 'maravilhoso' modelo de segurança ! 

Aliás 'exótico' modelo militarizado de segurança num país que oficialmente não está em guerra !

Isso é muito perigoso, vai que alguém lembra que muitas sociedades extremamente desenvolvidas - onde se usa muito mais drogas que aqui - não tem sequer polícia armada ! E a criminalidade quase não existe !Isso sim é um absurdo !!!  E deve ser reprimido !



Cambada de maconheiros, baderneiros, comunistas, guerrilheiros !!

Onde já se viu !

Milton Fernandes Filho

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

GABARITO SIMULADO CERVANTES 28/10

1 A 46 A



2 C 47 A


3 B 48 E


4 C 49 A


5 E 50 A


6 A 51 B


7 D 52 E


8 E 53 C


9 A 54 B


10 D 55 E


11 E 56 D


12 E 57 C


13 D 58 D


14 E 59 E


15 C 60 D


16 C 61 D


17 B 62 E


18 E 63 A


19 E 64 C


20 D 65 B


21 B 66 E


22 E 67 D


23 E 68 C


24 D 69 A


25 C 70 B


26 E 71 D


27 E 72 A


28 B 73 D


29 C 74 A


30 A 75 E


31 C 76 C


32 E 77 E


33 D 78 B


34 B 79 E


35 C 80 B


36 B 81 D


37 D 82 A


38 C 83 E


39 E 84 D


40 D 85 C


41 D 86 A


42 C 87 A


43 D 88 A


44 B 89 D


45 E 90 B

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Opção Recuperação : Orientações p/ Resenha de Livro

Orientações p/ Resenha de Livro :



1. Comente o assunto/tema tratado pelo autor ( breve apresentação) .

2. Comente a biografia do autor ( vinculação, influências, formação, carreira, etc)

3. Identificar e comentar a problemática elaborada pelo autor.

4. Identificar e apontar qual ( quais) a(s) posição(ções) defendida(s) pelo autor com relação a esta problemática.

5. Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender suas posições ?

6. Conclusão

Sua crítica pessoal :

5.1- uma avaliação das idéias do autor frente a outros textos e autores relacionados ao assunto / problemática.

5.2 - uma avaliação da qualidade do texto, quanto à sua coerência, validade, originalidade, profundidade, alcance, etc.

sábado, 22 de outubro de 2011

Avaliação inicial da prova do Enem 2011 - C Humanas -Atualidades


Avaliação inicial da prova do Enem 2011 - C Humanas -Atualidades

Na primeira olhada no Enem vejo que praticamente tudo que foi usado pela prova, em termos de temática, estivemos em cima. 

Na maioria da maioria das vezes na mosca. Em outras muito próximos.

Acho que os alunos lembraram bastante do trabalho das palestras e das aulas nessa prova.

A questão acerca da Primavera Árabe podia compor um simulado da palestra, a do Código Florestal  também deu base pra pelo menos umas três outras questões - aquilo que não apareceu diretamente - devem ter lembrado com facilidade pois foram detalhes com certeza presentes nas aulas

Algumas figurinhas carimbadas que uso e cito constantemente nas palestras e aulas também não faltaram : Paulo Saldiva, Nicolau Sevcenko, Milton Santos, Norberto Bobbio, Aristides Lobo  e etc também devem ter sido lembrados pelos alunos 

A questão de Chernobyl também trouxe um questionamento diretamente tratado na palestra Energia Nuclear -aliás parecia que foi retirada do texto que foi divulgado aos alunos.

Movimentos Sociais, relação Mídia ( TV) com democracia e sociedade : temas que compuseram umas três questões - também estavam com um destaque enorme nesse último trabalho específico sobre o Enem que andamos fazendo nas últimas semanas

Outra coisa interessante é que falei tanto pra usarem os pais/tios etc como fontes de informações sobre cultura brasileira das  décadas 70 / 80 /90 especialmente cultura musical, não deu outra : Sá e Guarabyra com Sobradinho acabou aparecendo ! Vamos rir muito quando encontrá-los e ouvir os comentários sobre isso. 

Em História do Brasil, também foi a mesma coisa. A maioria das informações que foram cobradas estão diretamente nas palestras / aulas sem maiores surpresas. Inclusive, como é de praxe, textos como a da questão da República e charges ( Rev Vacina) foram diretamente as mesmas apresentadas nas aulas. Exatamente aquelas  que surgiram na prova.

Escravidão, açúcar, mundo do trabalho,café ( na aula há uma referência explícita a origem muçulmana que era a resposta correta) , África, fascismo, etc também vieram num formato e numa abordagem bem próxima ao que fazemos no dia a dia, nas aulas de História do Brasil, na Palestra sobre a África e naquele material sobre os objetos do conhecimento do Enem que abordou a origem do NaziFascismo na Europa. 

Acredito que aqueles que se empenharam puderam utilizar com muito proveito as informações tratadas ao longo do ano, pois a prova demonstrou que estivemos na maioria das vezes, bastante sintonizados nas temáticas e nas abordagens. Vou preparar uma interpretação mais detalhada de cada questão para usarmos como mais um exercício de Ciências Humanas. Até logo um abraço Milton

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ENEM 2011  Roteiro Palestra 

http://www.inep.gov.br/          
      




EnemAtenção às atualidades ajuda a desenvolver competências ... ultimosegundo.ig.com.br/.../enem/enem...atualidades+ajuda...dese... –

Enem 2011Provas serão aplicadas a 5,3 milhões de pessoas
www.mundovestibular.com.br/.../Enem-2011-Provas...aplicadas-a.

Atualidades podem cair em mais de uma disciplina ... - Folha  www1.folha.uol.com.br/.../813736-atualidades-podem-cair-em-m

educacao.uol.com.br/.../fontes-de-energia-1-recursos-energeticos




‘O Exame exige sobretudo a habilidade de analisar, relacionar, comparar e compreender fatos históricos, ‘

Inteligência = a função psicológica responsável pela capacidade que temos de compreender o significado das coisas, de conceituar  A inteligência apresenta à consciência a circunstância em que se encontra, permitindo com que ela se situe no contexto em que se encontra, e para a partir disso tomar as decisões mais adequadas 

http://www.psicosite.com.br/pro/art004.htm  O Conceito de inteligência


[PDF] A contemporaneidade como idade mídia - Scielowww.scielo.br/pdf/icse/v4n7/03.pdf - -



 ‘A crença de que a sociedade tradicional seja estática e imóvel é um mito da 
ciência social vulgar. Até um certo ponto de mudança ela pode permanecer 
"tradicional": o molde do passado continua a modelar o presente, ou assim se 
imagina.’ pg25 

‘O domínio do passado não implica uma imagem de imobilidade social. É compatível com 
visões cíclicas de mudanças. É incompatível com a idéia de progresso contínuo.  p. 
25. Eric Hobsbawn Sobre História



Mais cedo ou mais tarde tudo se transforma no seu contrário . S. Freud  

Pesquisa revela: jovens não sabem o que é ...blog.passofundo.net/.../pesquisa-revela-jovens-nao-sabem-o-que...



- - Política desacreditada reduz a participação de jovens eleitores http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=760732

Favoritos 2011 (façam suas apostas) : 

Primavera Árabe, Bin Laden (Al Qaeda, Afeganistão, Paquistão, 10 anos 11 Set) , Terremoto Japão,  Crise EUA, Crise Europa, Estado Palestino, Sudão do Sul, Pré Sal, Energia Nuclear, Irã, Novo Código Florestal Brasileiro, Dilma Roussef,  ‘Faxina nos Ministérios’,  Somália, Massacre Noruega ( NeoFascismo), UPPs no Rio de Janeiro, Marcha da Maconha e das Vadias, Steve Jobs, Massacre Realengo (desarmamento) , Bueiros RJ, Conflitos de Londres, etc etc

‘ Primavera Árabe ‘ : 
Links : * Geografia do Oriente Médio - * História da Região  -  Maomé e a Unificação sob o Islã + A expansão muçulmana -  O Império Turco Otomano +  O Imperialismo Europeu -  As nacionalidades após a 2ª guerra + Ditaduras -   A criação do Estado de Israel +  O conflito Israel x Palestina -  As relações com os EUA / Acordos Camp David 1979 -  A cultura muçulmana + Jovens & Mulheres - Revoltas e Revoluções   História Geral Revolução Inglesa sec XVII / Revol. EUA 1776 Revolução Francesa sec XVII Revoluções Sec XIX Europa ‘Primavera dos povos’ 1968 Os jovens em ebulição  História Brasil  Revoltas Brasil Colônia :  Inconf Mineira / Conjura Bahiana  Revoltas Brasil Império : Cabanagem,Balaiada,Sabinada e Farroupilha Revoltas Brasil República : Federalista, da Armada, Canudos, Contestado, Tenentismo, SP 1924, Revol  1930, SP 1932, Intentona Comunista 1935----------------

11/ SET + 10 + Morte de Osama Bin Laden Links : Invasão Soviética Afeganistão  + Talebans (Our friends) Fundamentalismo & Terrorismo + Al Qaeda Afeganistão & Paquistão + Relações com os EUA  Doutrinas Bush & Obama + Retirada tropas EUA Guerras Iraque & Afeganistão Morte Osama & Eleições EUA ---------------

Terremoto Japão, links : Geologia, teoria Placas tectônicas, Mapa estrutura geológica da terra História Terremotos, Vulcões e Tsunamis  A Energia Nuclear + O Desastre Fukushima Os grandes perigos da energia atômica : Hiroshima, Nagasaki, Tree Mile Island, Chernobyl, etc  Energia Atômica & Brasil = Angra dos Reis-------------------

-Crise $ EUA : Links A natureza da crise : a lógica ( perversa) do sistema financeiro História do capitalismo : mercantilismo, industrialismo e a financeirização do mundo  As  comparações com a Grande Depressão de 1929  A economia dos EUA no séc XX : Roosevelt e o New Deal   Nixon, Reagan, e Bush(s) = a volta da desregulamentação  Obama leu Roosevelt ? A economia mundial sec XXI : Os emergentes China, Índia & Brasil -------------------

Dilma Roussef :links A mulher e a história da República brasileira  A resistência e o combate contra a ditadura militar O Brasil contemporâneo : Política & Economia As heranças e as diferenças do governo Lula Corrupção & ‘faxina’ Pais rico e o fim da miséria O discurso na ONU O Brasil e seu futuro : Copa, Olimpíada, etc, etc, etc.....--------------------

Brasil Novo Código Florestal : Links  A proposta de reforma do Código Florestal Brasileiro - O embate no Congresso - Ruralistas e Ambientalistas, personagens e argumentos O Código de 1965 e seus objetos :Margens de rios, Encostas, Reservas Legais, APPs, Reflorestamento e Anistia.- Economia e/ou Ecologia ? Convivência ou confronto - Os Biomas e suas devastações, um caso de esquizofrenia? -  Especialistas e referências : O que dizem Ongs, Ministérios, produtores e cientistas.- Brasil : Conflitos pela terra, uma velha, triste e sangrenta história. ---------------------

Pré- Sal : Links : História do Petróleo Roteiro da exploração do petróleo no Brasil e no mundo Pré-Sal - A descoberta que pode mudar nossa história A problemática da exploração :  É viável ? A questão Ambiental O 'Marco Regulatório'  As Disputas Políticas A destinação dos recursos-------------------------------

Conflito Israel x Palestina links : Histórico da região A Palestina sob domínio do Império Britânico : A declaração de Balfour A (difícil) convivência  secular - O sionismo O Pós 2ª Guerra e a criação de Israel em 1947 As guerras 1948, 1967 (6 dias) e 1973 ( Yom Kippur) Refugiados ( esquecidos ?) - Tratados de Oslo 2000 : a Segunda Intifada A Autoridade Nacional Palestina (ANP) pós Arafat 2008 A invasão de Gaza e o Hamas A Cisjordânia e o Fattah  Palestinos na ONU Israel de Netanyahu -----------------------

Os ‘piigs’ e a crise do euro - História da construção da União Européia e do euro - O descontrole do ‘Piigs’ ( Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) e a desconfiança dos mercados - A ameaça global - A desvalorização do euro - FMI / Alemanha - Quem pode salvar o  euro ?-------------

O Neofascismo do sec XXI Europa/EUA etc A história do nazifascismo - Europa dec 1920/1930 O horror na Noruega – O crescimento da xenofobia no velho mundo – O Tea party e o fascismo cristão nos EUA – Brasil : a eleição de 2010- Será que somos imunes ? -----------------

África 2011, um novo país, os velhos problemas. Sudão do Sul O mais novo ‘país’ do mundo - Somália : O inferno da fome --------------------

Haiti Um estado solitário A Minustah, o Brasil em campo Furacões e terremoto – Desespero e esperança ---------------------

UPPs  - 2011 Rio de Janeiro Notícias de uma guerra particular A origem das favelas RJ – República Velha Rodrigues Alves / Pereira Passos  As origens e a evolução do crime organizado no Brasil – O fim da Ditadura e o surgimento do CV  O crime e a cultura, a cultura do crime : cinema e realidade Justiça e sociedade : a impunidade é para todos ?----------------------

A liberdade de expressão em marcha A ‘Marcha da maconha’ e a cidadania FHC ‘ Quebrando tabu’  Juventude e política

Fontes de pesquisa :




http:// www.cartacapital.com.br/ 


veja.abril.com.br/  




Ministérios -  Agricultura, Pecuária e Abastecimento  Cidades  Ciência e Tecnologia  Comunicações Cultura  Defesa Desenvolvimento Agrário  Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Desenvolvimento Social e Combate à Fome  Educação  Esporte  Fazenda  Integração Nacional Justiça  Meio Ambiente  Minas e Energia  Pesca e Aquicultura  Planejamento, Orçamento e Gestão Previdência Social  Relações Exteriores  Saúde  Trabalho e Emprego  Transportes  Turismo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Análise: Crise na Síria tem implicações profundas para Oriente Médio

Fonte : Folha de São Paulo  25/04/2011 - 11h50





JONATHAN MARCUS


DA BBC NEWS



Há décadas a Síria tem sido um dos países mais estáveis do Oriente Médio.


Em fevereiro de 1982, um levante de muçulmanos sunitas na cidade de Hama foi violentamente reprimido pelo pai do atual presidente, Hafez al Assad. Há variações nas estimativas, mas acredita-se que milhares teriam sido mortos.

A atual onda de protestos contra o governo do presidente Bashar al-Assad começou em março e se alastrou por várias cidades do país.

Desta vez, o número de mortos estaria na casa das centenas e muitos mais estariam feridos --é difícil ter confirmação dessas estimativas--, mas o regime continua mostrando a mesma tendência de reprimir oponentes com violência.

A Síria é um mosaico complexo de comunidades e talvez o presidente Assad acredite que possa usar essas divisões para se manter no poder.

Sua família e aliados têm o controle sobre as forças de segurança e o Exército, portanto, há poucas chances de uma repetição do modelo egípcio, onde os militares se voltaram contra o regime.

Os acontecimentos no país estão sendo observados com atenção e inquietude, tanto no Oriente Médio quanto no resto do mundo.
A situação da Síria é de grande relevância para a região. Em comparação com ela, a Líbia, por exemplo, se torna um país periférico.

Os sírios fazem parte de uma aliança que reúne o Irã, os militantes do Hizbollah no Líbano, o Hamas na faixa de Gaza e outros grupos radicais palestinos opostos à paz com Israel.

Se a Síria mergulhar no caos, esta aliança pode se enfraquecer, mas o impacto mais grave poderá ser sentido no vizinho Líbano.

Uma verdadeira colcha de retalhos que agrega comunidades diversas, o Líbano, ao contrário da Síria, tem uma história marcado por instabilidade política.


ISRAEL OBSERVA

Uma Síria forte representa um elemento estabilizador no Líbano. O caos em um poderia levar ao caos no outro.

Israel também observa com preocupação os acontecimentos no país vizinho. A Síria tem sido um inimigo previsível. Até mesmo um governo sírio enfraquecido poderia trazer outros tipos de problema.

Há tempos, um grupo de militares e diplomatas israelenses vinha defendendo a ideia de que se fizesse um acordo de paz com a Síria, antes de qualquer acordo com os palestinos.

O grupo ressaltava a importância da estabilidade do regime em Damasco, argumentando que os líderes da Síria eram pessoas com quem era possível negociar. Também haveria maior probabilidade de que continuassem no poder para honrar acordos no futuro, argumentavam os militares e diplomatas.

Agora, em meio à incerteza que aflige tantos dos países árabes vizinhos de Israel, o lobby da "Síria primeiro" no país deve estar seriamente enfraquecido.

A impressão que se tem é de que a conjuntura geopolítica da região está sendo alterada sob o impacto da "Primavera Árabe".

Ainda é cedo, mas divisões na região, que um dia foram vantajosas para Israel - como, por exemplo, as divisões entre o Irã xiita e importantes Estados sunitas pró-ocidente, como o Egito - podem estar ficando menos pronunciadas.

PREOCUPAÇÃO DOS EUA



Washington também acompanha de perto as mudanças.O governo do presidente Obama vem, há tempos, considerando a possibilidade de tirar o líder sírio do isolamento. O objetivo de uma iniciativa como essa seria trazer Assad para o time dos ocidentais e incentivá-lo a se afastar do Irã.A Europa parece ter saído na frente, com a França na dianteira. Mas um novo embaixador americano chegou a Damasco em janeiro, o primeiro a ser enviado ao país desde 2005.

Seu antecessor foi retirado do posto após o assassinato do primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. Washington suspeitava de que a Síria estaria envolvida no assassinato.

Os Estados Unidos condenaram a violência do governo sírio contra seus próprios cidadãos, mas parecem ter procurado, sem sucesso, formas eficientes de influenciar o governo de Assad.

O mapa político do Oriente Médio está mudando. Novas forças foram liberadas. Mas também há pressões na direção oposta. Por exemplo, por parte da Arábia Saudita, que parece determinada a cortar pela raiz os brotos da "Primavera Árabe" que ousam desabrochar na sua vizinhança.

Não está claro em que direção caminha o Oriente Médio. O otimismo gerado pelos acontecimentos na Tunísia e Egito está diminuindo.

Há tantas chances de que surjam novos tipos de autoritarismo como de que floresçam democracias.

O caso da Líbia representa um teste. Mas para a região como um todo, a Síria pode ser um exemplo muito mais importante.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A confusa Política Nuclear brasileira - www.comciencia.br

Fonte : www.comciencia.br/reportagens/nuclear/nuclear09.htm


A confusa política nuclear brasileira A inauguração da usina de Angra 2 é mais um resultado da confusa, contraditória e cambiante política nuclear brasileira, que se inicia na década de 1940, resultando na criação do próprio CNPq, em 1951. Nessa política, misturam-se os mais diversos interesses de militares, políticos, grandes potências, empresários e cientistas. Na maior parte das vezes as razões energéticas foram meras justificativas para esconder estratégias militares ou interesses econômicos.


Podemos dividir o desenvolvimento nuclear brasileiro em três períodos distintos: a fase nacionalista (1949-1954), a fase diplomática (1955-74), e a fase do desenvolvimento dependente, que se inicia em 1975 e estende-se até hoje. Contudo, os primeiros trabalhos já são registrados em 1934, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Nos Anais da Academia Brasileira de Ciências em 1944 documentam-se as primeiras pesquisas sobre teorias das forças nucleares. O pesquisador Paulo Marques, em seu livro Sofismas nucleares: o jogo das trapaças na política nuclear no país, adota a divisão temporal acima para entender a história da política nuclear brasileira. Carlos Girotti, no livro Estado nuclear no Brasil, também adota uma divisão semelhante, considerando a transição, em 1975, para a fase do desenvolvimento dependente, a mais marcante.

No início da década de 40, antes da primeira bomba atômica ser detonada, os EUA, que já faziam pesquisas na área nuclear visando objetivos militares, firmam o primeiro programa para a prospecção de recursos minerais brasileiros. Este programa resultou em diversos acordos, firmados na mesma década e na seguinte, chegando o Brasil a trocar, em 1954, dez mil toneladas de minerais radioativos brutos (monazita e terras raras) por cem mil toneladas de trigo.

A grande figura da fase nacionalista que se inicia é o almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva. Já em 1946, numa reunião das Nações Unidas em que os EUA propuseram um tratado internacional que criaria uma autoridade mundial responsável pela gestão de todas as reservas de urânio do mundo, o Brasil, representado pelo almirante Álvaro Alberto, juntamente com a União Soviética, são os únicos países a oporem-se ao chamado Plano Baruch, que assegurava aos EUA o monopólio da tecnologia e das matérias-primas nucleares no mundo ocidental. Nesta oportunidade, Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria prima desejada em troca de um preço justo e da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos.

Em 1947 é criada a Comissão de Fiscalização de Minerais Estratégicos e se inicia uma intensa disputa, dentro do Estado, de setores interessados ou não na exportação de material radioativo bruto. As exportações de monazita continuam até 1951 quando é criado, por sugestão da Comissão de Fiscalização de Materiais Estratégicos, o CNPq. Entre as atribuições do então Conselho Nacional de Pesquisas está o controle das reservas de urânio e tório que, neste momento, tem sua exportação proibida.

Entretanto, em 1952, é criada a Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos, uma comissão que responderia diretamente ao Ministério das Relações Exteriores, sendo composta de funcionários dos ministérios da Fazenda, da Agricultura, das Forças Armadas, do CNPq e da Cacex. Ou seja, o CNPq tem o seu poder sobre as reservas de urânio e tório diluído e as exportações aos norte-americanos recomeçam. Na verdade, o Brasil estava sendo pressionado a enviar tropas para a Guerra da Coréia e, para não fazê-lo, volta a exportar o seu urânio.

Neste momento, o almirante Álvaro Alberto, que havia estudado física na Alemanha antes da Segunda Guerra, é presidente do CNPq. Usando de seus antigos contatos encomenda a físicos alemães, em 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Os conjuntos acabam sendo interceptados pelo Alto Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil, a partir de denúncia feita pelo militar brasileiro Octacílio Cunha. Documentos revelados posteriormente mostram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos EUA.

Com o suicídio do presidente Getúlio Vargas e a exoneração de Álvaro Alberto da presidência do CNPq termina a chamada fase nacionalista. O novo presidente, Café Filho, assina, já em 1955, a integração do Brasil ao programa americano "Átomos para a Paz". O programa sinalizava que os EUA haviam desistido de impedir o acesso de outros países às tecnologias atômicas procurando agora inseri-los sob o seu controle e vigilância. Em 1956 é instaurada, sob pressão norte-americana, uma CPI para investigar supostas irregularidades no CNPq. Na verdade, o desenvolvimento atômico brasileiro é objeto de disputa entre dois setores do Estado, um representado pelo Itamaraty e outro pelo CNPq.

E é o setor representado pelo Itamaraty que vai dominar a fase diplomática. Neste mesmo ano de 1955 foram assinados dois acordos com os EUA: o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento de Energia Atômica com Fins Pacíficos; e o Programa Conjunto para o Reconhecimento e a Pesquisa de Urânio no Brasil. O primeiro acordo previa que o Brasil arrendaria dos EUA, por um período de cinco anos, até seis quilos de urânio enriquecido a 20%, a ser usado como combustível para reatores de pesquisa encomendados também junto aos EUA. O segundo acordo previa a pesquisa e avaliação das reservas de urânio brasileiras, que seriam vendidas aos EUA.

Contudo, a posse de Juscelino Kubitschek em 1956, significará uma nova conjuntura para a política nuclear brasileira. São criados neste ano o IEA (Instituto de Energia Atômica) na USP - que será transformado no Ipen (Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares) -- e a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), diretamente subordinada à presidência da república. São estabelecidas diretrizes para uma política nacional de energia nuclear, em que há uma tentativa, através de medidas aparentemente contraditórias, de resgate da autonomia no setor. Nos anos seguintes, são firmados acordos com outros países que não os EUA.

Este período é o de maior desenvolvimento dos grupos de pesquisadores nas universidades e nos centros de pesquisa. Os reatores de pesquisa norte-americanos foram trazidos a diferentes grupos de cientistas brasileiros. Criado em 1952, o Instituto de Pesquisas Radioativas (ligado à UFMG), em Belo Horizonte, é um destes grupos, mas também abriga, no final da década de 1950, o Grupo do Tório, uma equipe de pesquisadores que busca o desenvolvimento de um reator de pesquisa diferente daqueles que já operavam no Brasil, baseados em urânio enriquecido e água leve. O reator que buscavam desenvolver seria baseado em diferentes ciclos de combustível (não necessitando de urânio enriquecido) e água pesada. Suas pesquisas foram encerradas em 1975, quando o governo federal optou pelos reatores de água leve e firmou o Acordo com a Alemanha Ocidental.

Em 1963, o Instituto de Energia Nuclear, criado em convênio da Cnen com a UFRJ, passa a construir um reator com componentes nacionais, à exceção do combustível. Chamado de Argonauta, o reator entra em operação em 1965. Nesse momento, a Cnen é o órgão que gere a exportação de minérios para uso nuclear. Estas agências governamentais que foram criadas formaram uma burocracia técnica para o setor nuclear, com importantes consequências no desenvolvimento e manutenção do mesmo. Esta tecnocracia ganhará ainda mais importância após o golpe militar de 1964 e a conseqüente centralização do Estado.

Anteriormente, em 1959, foi criado o projeto Mambucaba, que previa a construção de uma usina para a geração de energia nuclear em uma praia vizinha a que hoje estão instaladas as usinas de Angra 1 e 2. O projeto, entretanto, não andou por falta de força política da Cnen, e acabou engavetado pela decisão momentânea dos militares de não usar a energia nuclear como fonte de energia elétrica.

Em 1967, o Brasil assina o Tratado de Tlatelolco, em que alguns países da América Latina comprometem-se a não fazer uso do poder nuclear como arma militar. O documento, entretanto, é ambíguo, dado que a energia nuclear pode servir tanto para fins pacíficos como para fins militares. No ano seguinte, o Brasil recusa-se a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, alegando ser este limitador da soberania nacional.

Ainda em 1967 a Cnen, agora vinculada ao Ministério das Minas e Energia, firma um acordo para a construção da primeira central de geração de energia nuclear. O lugar escolhido é Angras dos Reis, principalmente pela proximidade com os grandes centros do sudeste. Uma concorrência internacional é aberta, em 1970, para a compra do reator de Angra 1 e é vencida pela norte-americana Westinghouse, subsidiária da General Electric.

Em 1972 o Brasil assina um novo acordo com os EUA, em que estes forneceriam urânio enriquecido (numa quantidade que não ultrapassasse 2300 kg em 30 anos) em troca de urânio natural brasileiro. Ficava a cargo da Comissão de Energia Atômica dos EUA o controle das instalações brasileiras para que estas não fizessem uso militar. Neste acordo também fica acertado que o reator de potência a ser vendido para o Brasil seria um PWR (Reator de Água Pressurizada). Era um contrato do tipo caixa-preta, em que a última coisa que ocorreria seria a incorporação de tecnologia. Também o financiamento do projeto gerou muitas suspeitas, pois foi feito por um banco que logo em seguida foi comprado pelo então Ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen. Outros países subdesenvolvidos também vinham desenvolvendo projetos de reatores de potência, como a Argentina e a Índia. Esta última, em 1974, detona a sua primeira bomba atômica, contruída a partir de subprodutos (como o plutônio) de seu reator de potência. Este fato dificulta ainda mais as negociações com os americanos para a construção do reator brasileiro. Em virtude disso, em 1975, é assinado o Acordo Brasil-República Federal da Alemanha, sendo esta transformada em parceira oficial do Brasil com relação a assuntos nucleares. Este acordo encerra a fase diplomática - em que foram criados os principais institutos de pesquisa e órgãos estatais para assuntos nucleares - e inicia a fase do desenvolvimento dependente.

O acordo com a Alemanha, entretanto, não significou uma grande melhoria com relação à transferência de tecnologia. O contrato continuava a ser no estilo caixa preta e pressões populares na Europa dificultaram o envio de material radioativo para o Brasil. Soma-se a isso as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Brasil na década de 1980, inviabilizando investimentos vultuosos no programa nuclear. As empresas criadas quando do acordo com a Alemanha para o desenvolvimento nacional da tecnologia (Nuclebrás e suas subsidiárias) não alcançaram êxito. No entanto, a combalida política nuclear desenvolvida durante estes anos foi suficiente para criar uma classe de pesquisadores bastante atuante na defesa da pesquisa nuclear no Brasil. Apesar da opção do Estado brasileiro de importar totalmente a tecnologia para a construção de reatores de potência, a pesquisa nuclear continuou localizada principalmente nos centros de pesquisa universitários e com o forte apoio de um grupo de militares. Em 1979, inicia-se o Programa Nuclear Paralelo, desenvolvido pela marinha e apoiado pelo Ipen/Cnen-SP (antigo IEA) com o objetivo de desenvolver um submarino nuclear.

Este programa foi mantido durante um longo período fora do conhecimento público. Em setembro de 1987, o então presidente José Sarney anunciou o domínio do enriquecimento do urânio, alcançado pelos pesquisadores envolvidos no Programa Nuclear Paralelo. No ano seguinte, a Nuclebrás é extinta e o Programa Nuclear Paralelo é incorporado às pesquisas oficiais. O controle de Angra 1 e do canteiro de obras de Angra 2 e 3 foi transferido para a então estatal Eletrobrás. Com a venda recente da Eletrobrás foi criada a Eletronuclear, uma estatal ligada à Cnen que gere as atividades em Angra, ainda obedecendo aos acordos firmados com a Alemanha (através da Siemens). Com relação ao conhecimento científico, pode-se dizer que os maiores progressos foram conseguidos pelo Ipen, através do grande aporte de recursos da marinha, interessada no desenvolvimento do sistema de propulsão do submarino nuclear (projeto com orçamento previsto de 1,4 bilhões de dólares). Segundo José Roberto Rogero, diretor de materiais do Ipen, hoje o Brasil domina o ciclo do enriquecimento do combustível para reatores nucleares de pesquisa, estando a tecnologia para reatores de potência pronta para a industrialização, que deve ser feita pela INB (Indústrias Nuleares do Brasil). Esta é a herdeira das subsidiárias da Nuclebrás e conta com a transferência da tecnologia desenvolvida pelo Ipen para o enriquecimento de urânio a ser usado como reator de potência (3,2%) e reator de pesquisas (20%).

Fonte : http://www.comciencia.br/reportagens/nuclear/nuclear09.htm

Energia nuclear – Revista Veja 1998 O delírio acabou
fonte http://www.veja.com.br/


O Brasil encerra definitivamente o sonho dos militares de construir a bomba atômica

Sandra Brasil - Durante dez anos, o Brasil manejou bilhões de dólares em contas secretas, fez importações clandestinas, envolveu-se com tráfico de tecnologia, subornou estrangeiros, escondeu atentados e enganou até presidentes da República. O único propósito era fabricar a bomba atômica. São capítulos do célebre programa nuclear paralelo, iniciado em meados da década de 70 e desenvolvido na penumbra. Na semana passada, diante do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o presidente Fernando Henrique assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, o TNP. Produzido em 1968, o TNP abre o país à fiscalização internacional de suas instalações nucleares e proíbe o uso da energia nuclear para fins bélicos. Na prática, a assinatura tem pouco efeito, pois o Brasil já recebe fiscais internacionais. Mas o gesto do presidente tem enorme significado simbólico. Enterra, definitivamente, a era em que o Brasil quis virar uma potência nuclear bélica.

As manobras clandestinas para fazer a bomba sempre foram misteriosas. E nem poderia ser diferente. Já houve até uma CPI no Congresso para investigar o assunto, porém nunca se soube em detalhes o que ocorria nos subterrâneos do programa nuclear. Mas toda vez que o assunto vem à tona descobrem-se algumas novidades:

Em 1990, quando o presidente Fernando Collor assumiu, fez-se uma devassa na Comissão Nacional de Energia Nuclear, a CNEN, que coordenava os trabalhos clandestinos dos militares. Descobriu-se que seu então presidente, Rex Nazareth Alves, que comandava o órgão desde o regime militar, retirara sete Kombi cheias de documentos. Eles nunca mais apareceram. Nazareth Alves diz que eram documentos pessoais.

Para controlar a pesquisa nuclear, o sucessor de Nazareth Alves na CNEN, o químico nuclear José Luiz Santana, deslocou onze fiscais para as instalações nucleares. Nos primeiros seis meses do governo Collor, Santana sofreu três atentados. Um, na porta da escola do filho, em São Paulo, onde foi alvo de uma rajada de balas. No outro, no Rio, os pneus do seu carro foram desparafusados. O último aconteceu em São Paulo, quando o chão do seu carro desabou. Haviam desconectado o volante do eixo do carro. Santana sempre escapou ileso. Os serviços de inteligência nunca apontaram os culpados.

Para agilizar o programa, os militares subornavam funcionários na Europa e nos Estados Unidos em busca de informações sobre tecnologia nuclear. O alvo predileto era a Euraton, indústria de enriquecimento de urânio com sede na Suíça. "Nos Estados Unidos, a Marinha comprou equipamentos que podiam ser vendidos mas não podiam deixar o país. Uma equipe de técnicos foi para lá, desmontou tudo e copiou peça por peça", diz um militar que trabalhou no coração do programa nuclear.

Pá de cal — A aventura da bomba começou com o acordo nuclear firmado entre Brasil e Alemanha, em 1975, pelo então presidente Ernesto Geisel. Por esse acordo, os dois países desenvolveriam a tecnologia para produzir o combustível nuclear — que inclui o enriquecimento do urânio — e construir no país oito novas usinas nucleares. As usinas gerariam energia elétrica, mas os militares namoravam secretamente a idéia de dominar o processo de enriquecimento do urânio, passo indispensável para fazer a bomba. Sob pressão americana, o acordo fracassou. Das oito usinas programadas, a primeira delas, a Angra II, será inaugurada no final deste ano, duas décadas depois do previsto. Quanto à usina de enriquecimento do urânio, nunca saiu do papel. Desde o fracasso do acordo, os envolvidos no projeto bomba foram para a clandestinidade. Movidos por verbas secretas, os militares trabalharam sozinhos. O Exército tentou desenvolver um reator a grafite, que produz plutônio, elemento usado na construção da bomba. A Aeronáutica fracassou ao querer enriquecer urânio por laser. Tentou ainda desenvolver um "vetor", foguete capaz de carregar o artefato nuclear. A Marinha chegou mais perto do objetivo. Conseguiu enriquecer urânio por meio de ultracentrifugadoras. Em 1987, o presidente Sarney convocou cadeia nacional de rádio e TV para anunciar que a Marinha dera o grande passo. Cheio de sombras, o programa nuclear começou a ruir no próprio governo Sarney, quando o presidente se aproximou do seu colega argentino, Raúl Alfonsín, e fez um acordo de paz nuclear para sepultar rivalidades. Só no governo Collor se soube que a Aeronáutica tinha até buracos na Serra do Cachimbo, na fronteira de Mato Grosso com o Pará, para fazer testes nucleares. Até esse buraco, no entanto, foi ocultado pelos militares. Collor, ao assumir, recebeu um relatório, com tarja de ultra-secreto, capa vermelha e cinqüenta páginas. Era o mapa da bomba, mas nada falava da Serra do Cachimbo. Quando soube do campo de testes, Collor foi lá e o fechou simbolicamente com uma pá de cal. Na semana passada, usando desta vez uma caneta, FHC acabou com o dispendioso e paranóico sonho da bomba brasileira. Além do TNP, o presidente ratificou outro acordo, endossado por apenas dezesseis países, que proíbe até testes nucleares. Enfim, o delírio acabou.

http://www.eletronuclear.gov.br/perguntas_respostas/index.php?id_categoria=3

www.g1.globo.com/.../usina-de-angra-3-ganha-licenca-e-comeca-ser-construida-na -terca.html

www.greenpeace.org/brasil/pt/ www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf