domingo, 4 de abril de 2010

Até a Folha admitiu !! Lê Serra !

FOLHA DE SÃO PAULO


São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010


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Duas colunas





“(...)Parte dos alunos da rede estadual se vê, enquanto isso, prejudicada em seus estudos -e, (...) , deve-se somar a responsabilidade do próprio governo Serra pela situação.

Desde 2005, os professores paulistas receberam apenas 5% de aumento salarial, contra uma inflação de 22% no período.

Diante da matemática elementar desse desajuste, a recusa do governo em negociar com os grevistas termina constituindo, na prática, combustível para a radicalização do movimento.


(...) o fato salarial em que se baseia o movimento não pode ser ignorado. A menos que, sem admitir o seu propósito, também o governo estadual esteja pensando, sobretudo, em "quebrar a coluna" das lideranças sindicais.”


JANIO DE FREITAS



Folha de S. Paulo, 01/04/2010



A IDEIA DO PSDB de buscar uma punição judicial para o sindicato dos professores oficiais de São Paulo, por considerar que a greve da classe tem propósitos eleitorais, é uma mau começo de campanha para José Serra e os candidatos peessedebistas em geral, no Estado.

Não é preciso, nem seria sensato, duvidar do componente eleitoral da greve. Por ao menos dois bons motivos, melhor caberia louvar a ocorrência de uma greve também política.

É legítimo, e da própria definição de sindicato, que participe da vida política com a posição mais conveniente à classe. Inclusive com greves, cuja base legal ou ilegal só à Justiça, e jamais a governos e à polícia, cabe proclamar. O histórico reacionarismo brasileiro foi que propagou a ideia de que sindicatos e congêneres só podem promover ações sem mais pretensão ou conotação do que reivindicações profissionais específicas. E, ainda assim, bastante estritas e sob legislação muito restritiva.

O outro motivo para ver a greve sem olhos injetados é o fato mesmo, só ele, de ser uma greve lançada por associação de classe. Se tem componente político e eleitoral, não foi dele e por ele que nasceu. Foi, como ficou bem registrado em editorial da Folha de ontem, do fato de que, “desde 2005, os professores paulistas receberam apenas 5% de aumento salarial, contra uma inflação de 22% no período”.

Não fosse esse tratamento iníquo ou, mesmo com ele, não coincidisse o acúmulo de iniquidade com a fase já eleitoral, o governo Serra e o PSDB em geral não teriam por que falar em greve política e eleitoreira. No final, importa muito mais é que uma associação de classe se mostre viva, quando todas as associações devedoras da ação política própria da democracia parecem, há tanto tempo, sugadas de toda a sua vitalidade.

Impedir sindicatos e congêneres de se manifestar politicamente seria trazer de volta um pedaço de ditadura.

3 comentários:

Renato Fel. disse...

E porque esses artigos não sai no Estadão, na Veja ou até mesmo na Época??? Garanto que são imprenssas de uma maior credibilidade... E na Globo, e mesmo na Record porque nunca sai esses tipos de artigos, cronicas, comentarios???

Não estou desmerecendo e nem descredenciando a Folha até porque ainda é um grande jornal, mas muito me espanta que só sai em um jornal. Nem no radio saí essas coisas, CBN, Bandeirantes, Jovem Pam, BandNews... Estranho hein?!?!

Renato Fel. disse...

Por favor, pare com essa greve Professor Milton... Não é assim que você vai melhorar algo. Poxa, assim não dá, para e vá dar aula para os alunos por favor! Se não sai e deixa outro que tem mais senssibilidade e amor a Educação, outro que acredite na Educação dar aula. Por favor!

Dia 22 tem institucional no E.E. Oswaldo Aranha e não tivemos uma aula que possa ser colocada na Provoa.... Olha o ponto que chegamos, isso é palhaçada né, poxa vida.

Lucas Arruda disse...

huashuahsu como se a Veja se preocupasse com a educação nacional ¬¬', professor da rede estadual sempre teve medo de greve e não é de hoje.Antes passar um ou até mesmo três meses sem aulas normais do que um mais um ano inteiro SEM uma grade curricular decente e digna para que futuramente, nós alunos, cursarmos uma ótima universidade publica.Desculpe o termo, mas depois quem se f*d* somos nós alunos e o pobre professor que é humilhado em rede nacional (Veja, Jornal Nacional, etc) quando é chamado de incompetente pelo seu trabalho.Infelismente são poucos professores que assim como o Milton se manifestam no meio de tanta pressão exercida pelos demais.