sexta-feira, 9 de abril de 2010

Textos Base p/ 2os Anos - Feudalismo/I Média/Renascimento

Olá alunos.
Estes são os textos que falei pros 2os anos.
Eles podem nos ajudar para a Prova Institucional.
Quero que leiam, levantem idéias a partir da interpretação (use o dicionário que ajuda !)e discutiremos depois em aula, ok?




FEUDALISMO



“Um sistema de organização econômica, social e política baseada nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados - os senhores- , subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.”



(LE GOFF, Jacques..Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa, Estampa. 1980)



Feudo é o sinônimo de benefício. Significa um bem ou direito cedido a alguém em troca de fidelidade e várias obrigações, em especial militares. Imediatamente após o juramento de fidelidade incorporava-se a cerimônia de homenagem, estabelecendo-se então uma relação de pessoa para pessoa. A fidelidade era a base sobre as quais se firmavam os laços feudais, e neles ficavam estabelecidos os direitos e obrigações de ambas as partes.



Aquele que cede o feudo se torna suserano e quem o recebe passa a ser seu vassalo. A relação de vassalagem normalmente ocorria “de cima para baixo”, isto é, seguindo a hierarquia da nobreza. A terra, o bem mais valioso, passou a ser concedida como benefício (feudo); quem a recebia tornava-se um senhor feudal. Formou-se desse modo uma cadeia de proprietários de terras, ligados uns aos outros por laços de suserania e vassalagem. Todos eles viviam da renda e do trabalho dos camponeses, situados na base da pirâmide social.



O rei, no topo da hierarquia, era em geral (mas nem sempre) o mais rico e poderoso dos senhores, mas sua autoridade efetiva se limitava a seus próprios feudos. Após o desmoronamento do poder central, a aplicação da justiça e das demais atribuições do governo ficava a cargo de cada senhor feudal, dentro dos seus limites territoriais. Não existiam códigos de leis de âmbito geral. Assim, predominava o direito consuetudinário, ou seja, as normas seguidas nos feudos originavam-se de usos e costumes tradicionais de cada povo.



Heranças germânicas e romanas



O feudalismo, que se implantou na Europa Ocidental por volta do século IX, resultou da combinação de instituições romanas e tradições germânicas, principalmente o colonato e o comitatus.



O colonato se desenvolveu desde o século III, quando a crise econômica se agravou no Império Romano. Por iniciativa própria ou estimulados pelo governo, trabalhadores livres se fixaram nas grandes propriedades, na condição de colonos.Desse modo perdiam a autonomia, pois não podiam deixar a propriedade, mas ganhavam um mínimo de proteção e garantiam a subsistência, ainda que de maneira precária. Nos séculos seguintes, a insegurança gerada pelas invasões reforçou essas práticas, fazendo surgir no campo uma massa de trabalhadores dependentes de seus senhores.



O comitatus era uma instituição de tradição germânica que ligava os chefes militares aos seus guerreiros por meio das obrigações mútuas de serviços e lealdade. O juramento de fidelidade entre chefes germânicos e subordinados originou as relações entre suseranos e vassalos.



Outra tradição germânica que veio a fazer parte das práticas feudais foi o beneficius, que consistia na concessão do direito de usar a terra em troca de serviços e tributos.



Um feudo procurava a auto-suficiência, isto é, procurava produzir o necessário para a sobrevivência dos que nele viviam. Enquanto alguns servos cultivavam a terra e criavam porcos, galinhas e patos, outros produziam tecidos, sapatos, artefatos de madeira e metal e o que mais fosse preciso. Uma vez que a produção destinava-se ao consumo interno, sem visar à obtenção de excedentes, a venda de bens agrícolas ou artesanais para fora do feudo restringiu-se ao mínimo. Como resultado, o comércio sofreu um forte golpe. Além disso, os mercadores enfrentavam sérios riscos em suas viagens, ameaçados por assaltantes e até pelos nobres, que os submetiam a taxações arbitrárias.



(MOTA, Miriam B. e BRAIK, Patrícia R.. História das cavernas ao terceiro milênio.v1. Ed. Moderna, São Paulo, 2005)



A sociedade feudal



“...Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos. Outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros da terceira ordem, de longe a mais numerosa, alimentar com seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e de todas as formas de exploração econômica....”



(DUBY, George. As três ordens ou o imaginário o feudalismo. Lisboa, Estampa, 1982.)





“A razão (de ser) dos carneiro é fornecer lã e leite e a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é defender os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma dessas espécies de animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vistas das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns os clérigos e monges para que rezassem pelos outros [...]. Instituiu os camponeses para que eles, como fazem os bois com seu trabalho, assegurassem a própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que [...] defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”



(CANTERBURY, Bispo Eadmer de. Transcrito por FARIA, Ricardo. História para o Ensino Médio. Belo Horizonte, Editora Lê, 1988.)





“A própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro,[...] um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar acoragem. E é também porque proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo, valores profissionais.”



(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa, Edições 70, 1987.)





A divisão da sociedade em 3 ordens – clero, nobreza e camponeses- constituía uma característica fundamental do feudalismo. Com sua estrutura social rigidamente hierarquizada, determinada pelo nascimento, as possibilidades de movimentação entre as camadas da sociedade eram muito reduzidas.





TEXTO 5



“À medida que o comércio continuava a se expandir, surgiram cidades nos locais em que duas estradas se encontravam, ou na embocadura de um rio, ou ainda onde a terra apresentava um declive adequado. Tais eram os lugares que os mercadores procuravam. Neles, além disso, havia geralmente uma igreja, ou uma zona fortificada chamada “burgo” que assegurava a proteção em caso de ataque. Mercadores errantes descansando nos intervalos de suas longas viagens, esperando o degelo de um rio congelado, ou que uma estrada lamacenta se tornasse novamente transitável, naturalmente se deteriam próximo aos muros de uma fortaleza, ou à sombra de uma catedral. E como um número cada vez maior de mercadores se reunia nesses locais, criou-se um “fauburg” ou “burgo extramural”. E não demorou muito para que o arrabalde se tornasse mais importante do que o próprio burgo antigo. Logo, os mercadores dessa povoação, em seu desejo de proteção. Construíram à volta da cidade muros protetores (...). O burgo mais antigo não se expandiu exteriormente, mas se viu absorvido pela povoação mais nova, onde os fatos se sucediam. O povo começou a deixar suas velhas cidades feudais para iniciar vida nova nessas ativas cidades em progresso. A expansão do comércio significava trabalho para maior número de pessoas e estas afluíam a cidade, a fim de obtê-lo.”



(HUBERMAN, Leo.História da riqueza do homem. 21 ed.rev. Rio de Janeiro:Guanabara, 1986).



TEXTO 6



“ A nova cultura apareceu em primeiro lugar na Itália. Ali estavam presentes de forma mais nítida as condições gerais para o início do Renascimento. As cidades italianas monopolizavam o comércio de especiarias com o Oriente, estimulando um efervescente intercâmbio cultural mediante os contatos com as civilizações bizantina e sarracena. Veneza, Pisa, Gênova, Florença e Roma dominavam o Mediterrâneo. Nessas cidades desenvolvia-se uma burguesia dinâmica, incentivadora das transformações culturais. Além disso, na Itália a cultura clássica foi mais bem conservada que no restante da Europa ocidental.



(Mello,Leonel I.A. e Costa, Luís C.A..História moderna e contemporânea, Ed. Scipione, 2006)





TEXTO 7



“O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre 1277 e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, por uma suposta crença na alquimia, na astrologia e no método experimental, e também por introduzir, no ensino, as idéias de Aristóteles. Em 1260 Roger Bacon escreveu: “Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais os maiores navios, dirigidos por um único homem, se desloquem mais rápido do que se fossem cheios de remadores, que se construam carros que avancem a uma velocidade incrível sem a ajuda de animais, que se fabriquem máquinas voadoras nas quais um homem (...) bata o ar com asas como um pássaro (...). Máquinas que permitam ir ao fundo dos mares e dos rios”



(Apud. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII, São Paulo, Martins Fontes, 1996, vol 3)



 

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