sábado, 2 de fevereiro de 2008

janeiro 2008

24/01/2008 - 08h49
Al Gore adverte que aquecimento global é pior que o esperado
da France Presse, em Davos
O aquecimento global está acontecendo mais rápido do que o previsto pelos piores prognósticos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), advertiu o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
"Evidências recentes mostram que a crise do clima é significativamente pior e está se desenvolvendo mais rápido do que as projeções mais pessimistas do IPCC", disse Gore, um dos líderes da luta contra o aquecimento do planeta.
De acordo com Gore, existem previsões de que as camadas de gelo do pólo Norte poderiam desaparecer por completo nos meses de verão dentro de cinco anos.
Em 2007, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) divulgou um grande relatório sobre a realidade e os riscos do aquecimento do planeta.
Gore e o IPCC receberam em 2007 o prêmio Nobel da Paz, pela contribuição à conscientização sobre a mudança climática.

24/01/2008 - 15h05
FMI prevê que não haverá recessão nos Estados
da Efe, em Washington
O FMI (Fundo Monetário Internacional) previu nesta quinta-feira que os Estados Unidos não entrarão em recessão, apesar da recente turbulência nos mercados financeiros, devido aos elevados lucros das empresas e às medidas de estímulo monetário e fiscal previstas.
"Nós ainda prevemos um período de crescimento abaixo do potencial como o cenário mais provável" para os Estados Unidos, afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do FMI, Masood Ahmed.
Ele reiterou o apoio do organismo ao corte dos juros adotado na terça-feira pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano), em resposta a uma queda generalizada das bolsas em todo o mundo devido ao medo de uma recessão nos Estados Unidos.
O porta-voz também apoiou o plano de medidas fiscais no valor de US$ 150 bilhões sobre o qual o Congresso e a Casa Branca alcançaram hoje um princípio de acordo.
Ahmed indicou que o FMI ainda acredita que a "sustentabilidade fiscal é uma questão-chave" para os Estados Unidos, e pediu ao país reiteradamente que reduza seu déficit fiscal.
No entanto, afirmou que o organismo considera apropriado o plano de estímulo "nas circunstâncias atuais", apesar de aumentar o buraco fiscal americano.
O porta-voz disse que a instituição financeira ainda não chegou a uma conclusão sobre quais medidas deveriam ser incluídas no plano de estímulo para torná-lo mais eficaz.
O FMI pretendia divulgar amanhã uma revisão de suas previsões de crescimento em nível mundial, mas adiou o anúncio para semana que vem.

27/01/2008 - 13h47
França prorroga por 24 horas a prisão de acusado de fraude bilionária
da Folha Online
A prisão preventiva de Jerome Kerviel, 31, --o corretor de Bolsa acusado de arquitetar uma fraude de cerca de US$ 7,16 bilhões no banco francês Société Générale --foi prolongada por 24 horas.
O corretor é interrogado desde sábado (26) na Brigada Financeira da polícia francesa, onde está preso. Depois da prisão preventiva, Kerviel pode ser colocado em liberdade ou enviado na segunda-feira (28) à promotoria de Paris, caso existam indícios graves ou conclusivos de sua participação no crime.
Os promotores podem decidir se o colocarão sob investigação oficial, abrindo caminho para potenciais acusações, ou liberá-lo. Se ele for investigado, os juízes podem decidir mantê-lo detido ou libertá-lo sob controle judicial.
Caso seja condenado, Kerviel pode pegar sete anos de prisão --dois por ter entrado no sistema de informática do banco e cinco anos por estelionato. A promotoria de Paris considera esta a maior fraude da história do setor bancário atribuída a apenas uma pessoa.
Kerviel está sendo interrogado pelos investigadores há 24 horas sobre a forma como conseguiu burlar as várias proteções do banco, se atuou sozinho e a respeito de suas motivações.
"Tudo está indo bem. Jerome se apresentou espontaneamente e continua detido. Ele está cooperando e está pronto para nos explicar o que aconteceu e seus motivos", afirmou, na noite de ontem, Jean Michel Aldebert, responsável pela Brigada Financeira.
O advogado do operador afirmou que o seu cliente estava à disposição da Justiça o tempo todo e negou que ele tenha fugido.
Jerome Kerviel foi transferido no sábado, pouco antes das 11h (no horário de Brasília), para a sede desta polícia especializada, em meio a um grande operação de segurança. O operador não era visto em público desde que o banco anunciou a descoberta da fraude, na quinta-feira (24).
A polícia também visitou o local em que Kerviel trabalhava no Société Générale e apreendeu arquivos de computador. A residência em que ele vive nos arredores de Paris também foi revistada. A promotoria informou, porém, que não foram apreendidos documentos no apartamento. Segundo os vizinhos, Kerviel não aparecia ali havia várias semanas.
A fraude
Um dos mais lucrativos bancos europeus, o Société Générale, fundado há 140 anos, é a quarta maior instituição européia em ativos e o terceiro maior banco da França. O valor de US$ 7 bilhões fraudado é superior à soma dos lucros dos bancos Itaú e Bradesco nos nove primeiros meses de 2007.
O operador envolvido no suposto esquema de fraude era responsável por negociar papéis chamados de "plain vanilla" --instrumento financeiro de tipo mais simples, em geral na forma de opções de ações, títulos ou contratos futuros.
Ele assumiu posições fraudulentas no ano passado e neste ano por meio de um "esquema de transações fictícias", segundo explicou o banco, abusando do acesso que tinha a informações sobre os sistemas de segurança do grupo.
"As transações realizadas na fraude eram simples, mas foram dissimuladas por técnicas extremamente sofisticadas e variadas", disse no dia do anúncio da fraude o presidente do Société Générale, Daniel Bouton.
Daniel Bouton chamou Kerviel de "fraudador" e "terrorista". "O profundo conhecimento do funcionário em relação aos procedimentos de controle, adquirida durante suas atividades anteriores no grupo, permitiram que ele dissimulasse suas posições graças a uma montagem elaborada de transações fictícias", disse em comunicado do banco.
Segundo o comunicado, Jerome Kerviel assumiu a fraude e seu processo de demissão já foi iniciado. Os supervisores imediatos ligados a ele também serão demitidos.
Os executivos do Société Générale foram alertados quanto à fraude pela primeira vez na noite do dia 18 de janeiro (uma sexta-feira), por outro operador. Segundo o jornal "Financial Times", naquele momento Kerviel havia acumulado prejuízos de 1,5 bilhão de euros, mas que se multiplicaram na segunda-feira seguinte, com a queda global nos mercados de ações, temerosos por uma recessão nos EUA.
Perdas
Depois de descoberta e comunicada a fraude, o banco anunciou que irá fazer uma redução de US$ 2,99 bilhões em seus ativos ligados ao mercado de créditos de risco (empréstimos a pessoas com histórico de inadimplência).
Com a fraude, o banco espera agora que seu lucro líquido de 2007 fique entre US$ 877 milhões e US$ 1,16 bilhão, valor será bem menor do que o lucro obtido em 2006, de 5,22 bilhões de euros (US$ 7,6 bilhões).
Para enfrentar as perdas anunciadas, o Société Générale informou que irá realizar nos próximos dias uma operação de aumento de capital, de 5,5 bilhões de euros (US$ 8 bilhões).
Desde que o caso foi revelado, porém, as explicações do banco provocaram incredulidade no mercado, pois analistas não acreditam que um homem sozinho teria condições de provocar um prejuízo tão grande. Alguns chegaram inclusive a acusar a empresa de ter tentado dissimular perdas atribuindo tudo a apenas um corretor.
Bouton se defendeu das acusações em entrevista ao jornal "Le Figaro". "O que aconteceu no Société Générale não tem nada a ver com uma catástrofe que foi produto de nossa estratégia. Isto se assemelha a um incêndio voluntário que teria destruído uma grande fábrica de um grupo industrial', disse.
Sobre a hipóteses de dissimulação foi taxativo: "Isto não faz sentido, nem em nível técnico nem em nível contábil".
Brasil
O banco Société Générale atua no Brasil com o banco de investimentos e financiamentos Société Générale Brasil, além da corretora Fimat. No ano passado, também concluiu a compra do Banco Cacique.

31/01/2008 - 12h56
Doris Lessing recebe prêmio Nobel de Literatura em Londres
da Ansa, em Londres
A escritora britânica Doris Lessing recebeu na noite de ontem o Prêmio Nobel de Literatura em uma cerimônia ocorrida em Londres, após ter se declarado muito doente para viajar à Suécia para a cerimônia oficial de entrega ocorrida no mês passado.
A escritora, de 88 anos, precisou de ajuda para subir ao palco onde lhe foi entregue o prêmio.
Doris recebeu o Nobel das mãos do embaixador sueco em Londres, Staffan Carlsson, o qual disse que ela "foi coroada com o prêmio que
Escritora britânica Doris Lessing ri enquanto espera para receber prêmio em Londres ontem
Por sua vez, Lessing agradeceu aos presentes na cerimônia e expressou estar "muito feliz".
Em outubro passado Lessing se tornou a oitava mulher a ganhar um Prêmio Nobel desde seu início, em 1901.
A Academia Sueca qualificou a autora de "O Caderno Dourado" (1962) como "uma escritora épica da experiência feminina que com ceticismo, paixão e poder visionário submeteu uma civilização dividida ao escrutínio".
Seus romances, escritos durante um período de cinco décadas, tocaram temas como o feminismo, a segregação racial na África do Sul, o erotismo e a política.
O ganhador do Prêmio Nobel de Literatura tradicionalmente apresenta um discurso na Academia Sueca em Estocolmo, nos dias próximos à cerimônia de entrega do prêmio que ocorre todos os anos no dia 10 de dezembro.
Por não poder comparecer em Estocolmo, Lessing enviou um vídeo com seu discurso que foi apresentado no último dia 7 de dezembro na capital Sueca.

02/02/2008 - 10h17
Número de mortos em atentados suicidas de Bagdá chega a 98
da France Presse, em Bagdá
Ao menos 98 pessoas morreram e 208 ficaram feridas em dois atentados suicidas cometidos nesta sexta-feira por duas mulheres deficientes mentais em dois mercados de Bagdá, revelando, segundo o comando americano, uma nova tática da rede Al Qaeda.
Os ataques ocorreram em mercados de animais de Al Ghazil e Al Khadida na sexta-feira, dia de descanso para os muçulmanos, segundo fontes dos ministérios do Interior e da Defesa.
As fontes não apresentaram o registro preciso de cada um dos ataques.
O balanço anterior era de 64 mortos e 107 feridos --entre eles 46 pessoas mortas em Al Ghazil e outras 18 em Al Khadida. O comando americano atribuiu os atentados à Al Qaeda.
Foi o dia mais sangrento em Bagdá desde 18 de abril de 2007, quando um atentado com um carro-bomba matou 140 pessoas em um mercado.
De acordo com o Exército iraquiano, ambos os atentados foram praticados com cerca de dez minutos de intervalo por duas mulheres com deficiência mental, que traziam consigo um colete com quinze quilos de explosivos e também peças de ferro e bolas de metal.
As cargas foram ativadas à distância por meio de um telefone celular.
O Exército iraquiano não pôde precisar, no entanto, se ambas as mulheres estavam conscientes de seus atos ou se foram manipuladas.
"Foram utilizadas pela rede Al Qaeda provavelmente porque ignoravam o que ocorria", afirmou neste sábado em uma entrevista coletiva à imprensa o comandante do Exército americano em Bagdá, o general Jeffery Hammond. "E também, provavelmente, porque não corriam o risco de serem registradas", acrescentou o general Hammond.
"Temos informações que indicam que ambas eram deficientes mentais e que se pareciam"
Bombas
Uma delas usava um colete de explosivos, e a outra uma mochila também repleta de explosivos, segundo o general Hammond. "Não temos indicações sobre um sistema de detonação à distância. Não sabemos como foram ativadas as bombas", afirmou o general.
"Uma das mulheres entrou no mercado de Al Ghazil", explicou um porta-voz da coalizão, Mark Cheadoe. "A outra não conseguiu entrar no mercado de Al Khadida, e a segunda explosão ocorreu na periferia do mercado", indicou.
"'É um sinal de que a Al Qaeda modificou sua tática. Já não podem praticar mais os ataques que efetuavam no passado (...) Agora, utilizam deficientes mentais", explicou o porta-voz.
"Temos as fotos das mulheres, elas tinham deficiência mental", afirmou na mesma coletiva o responsável pelas operações do Exército iraquiano na capital, general Abud Qanbar Hashim.
"A Al Qaeda utiliza agora crianças e adultos com deficiência mental para fazer seu trabalho sujo", disse Hashim. "Isto mostra que estão desesperados e que atacam inocentes".
"Sabíamos que teríamos dias ruins pela frente. Ontem [sexta-feira] foi um desses dias", lamentou Hammond.

28/01/2008 - 12h30
Egito defende que forças de Abbas controlem fronteira de Gaza
da Folha Online
O Egito anunciou nesta segunda-feira que deseja que as forças ligadas ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, controlem a faixa de Gaza, excluindo da proposta o grupo radical islâmico Hamas, que controla Gaza desde junho.
O ministro egípcio das Relações Exteriores, Aboul Gheit, disse em comunicado à União Européia e aos Estados Unidos que é importante que "Israel coopere com os esforços para controlar a fronteira, por meio do destacamento de forças da ANP e de monitores da UE".
"Aboul Gheit ressaltou em suas mensagens que os egípcios estão determinados a assumir gradualmente a fronteira com Gaza e levar a situação de volta ao normal", disse o porta-voz do ministério, Hossam Zaki, em um comunicado.
O Hamas --que expulsou as forças de Abbas de Gaza em junho último-- anunciou ontem que o Egito teria garantido que não estava comprometido com um acordo de 2005 que deu a Abbas o controle da segurança da área da fronteira.
Tanto Abbas quanto Khaled Meshal, líder do Hamas que vive exilado na Síria, se reunirão na próxima quarta-feira (30) com o ditador egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo, para discutir a situação na fronteira entre a faixa de Gaza e o Egito, informaram hoje fontes palestinas.
Segundo Shaath, na reunião também será discutido o convite de Mubarak para a realização de uma conferência de reconciliação entre as facções rivais do grupo radical islâmico Hamas e do Fatah, liderada por Abbas.
É a primeira vez que Mubarak se envolve pessoalmente para reconciliar as duas facções palestinas rivais desde que, em junho, o Hamas tomou o controle da faixa de Gaza e expulsou os partidários do Fatah.
Shaath disse ainda que Abbas se encontrará com outras personalidades políticas para debater a situação na fronteira.
Fechamento
A polícia egípcia voltou nesta segunda-feira a fechar a maior parte dos buracos que estavam abertos na fronteira entre a faixa de Gaza e o Egito, restando apenas uma passagem aberta por onde os palestinos ainda podem deixar a região, a de Salah ad Din.
Segundo a agência Efe, forças de segurança proibiram a entrada de palestinos pelos dois buracos que estavam abertos, e agentes se concentram agora na passagem de Salah ad Din.
Desde quarta-feira passada (23), milhares de palestinos procedentes da faixa de Gaza cruzaram a fronteira com o Egito após derrubar a cerca fronteiriça devido ao bloqueio israelense à região.
A saída em massa teve início depois que Israel anunciou um bloqueio à região. A medida seria uma retaliação ao lançamento de foguetes de fabricação caseira vindos de Gaza
Países árabes
Em um comunicado divulgado hoje, nações árabes elogiam a disposição da ANP em assumir a responsabilidade por todas as passagens da área da fronteira em Gaza.
Ministros de Relações Exteriores de países árabes atribuíram nesta segunda-feira a Israel a "responsabilidade total" pela crise em Gaza, e exigiram que o país dê fim ao bloqueio à região, permitindo que ajuda humanitária e mantimentos cheguem até a população.
"Israel é uma força de ocupação, é totalmente responsável pela deterioração da situação nos territórios palestinos, e deve parar imediatamente com suas contínuas agressões contra os civis, dando fim do bloqueio que reflete a política de punição coletiva", diz um comunicado emitido em nome de ministros árabes no Cairo nesta segunda-feira.
Países árabes pediram ainda que o Conselho de Segurança (CS) da ONU "assuma sua responsabilidade em exigir o fim da agressão israelense e do cerco à Gaza, protegendo o povo palestino e seus direitos, de acordo com as leis internacionais".
Os ministros pediram ainda que todas as partes trabalhem juntas pela reabertura das passagens na fronteira e para evitar uma repetição da atual crise na região.

31/01/2008 - 20h28
Hamas reúne-se com autoridades egípcias para tratar de crise em Rafah
da Efe, no Cairo
Uma delegação do grupo islâmico palestino Hamas, liderada por seu chefe político, Khaled Meshaal, reuniu-se nesta quinta-feira com funcionários dos serviços secretos egípcios no Cairo para tratar da crise na fronteira entre Gaza e Egito.
As conversas entre os representantes do Hamas e as autoridades egípcias continuam, sem que qualquer informação tenha vazado.
Entre os representantes do grupo palestino está o ex-ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Zahar.
Fontes de segurança disseram à agência de notícias Efe que os serviços secretos egípcios deram ordens para que informações sobre a reunião não fossem divulgadas.
O encontro acontece um dia após o presidente da ANP e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, se reunir com o ditador egípcio, Hosni Mubarak, que nesta quinta não recebeu a delegação do Hamas.
Os líderes das facções rivais visitaram o Egito separadamente, após Mubarak propor uma conferência de reconciliação entre Fatah e Hamas para buscar uma saída para a crise da fronteira entre Gaza e Egito por onde milhares de palestinos passaram na última semana.
No entanto, as diferenças entre os dois grupos impediram que ontem ambos se reunissem na mesma mesa de negociações.
Após o encontro com Mubarak, para estabelecer distâncias, Abbas afirmou que "não haverá qualquer diálogo com o Hamas", que ele considera uma organização "ilegítima e golpista".
O Hamas parece decidido a não ceder e reafirmou nesta quinta a intenção de ter reservado seu lugar especial nas negociações da crise de Rafah.
"As passagens fronteiriças são a porta natural que une Gaza com o mundo árabe e islâmico, assim como com o resto do mundo. Insistimos em desempenhar um papel central em sua negociação", declarou Mahmoud Zahar, líder do grupo e ex-ministro das Relações Exteriores da ANP, após entrar no Egito por Rafah.
Pouco depois, o "número dois" do Hamas em Damasco, Moussa Abu Marzuk, descartou, pelo menos por enquanto, uma reunião entre Abbas e Meshaal e anunciou que os representantes do Hamas se reuniriam somente com as autoridades egípcias.
Cisão
O atual conflito entre Hamas e Fatah começou em junho de 2007, quando o grupo islâmico tomou o controle da Faixa de Gaza e expulsou os partidários do Fatah.
A situação piorou com a crise em Rafah, fronteira entre Egito e Gaza, por onde, na última semana, centenas de milhares de palestinos fugiram do bloqueio israelense à Gaza em represália aos projéteis disparados contra seu território.
Nesta quinta, os palestinos entravam no Egito normalmente pelo nono dia consecutivo.
Segundo o chefe da imprensa governamental egípcia em Al Arish, Hisham Badawi, a entrada de palestinos, tanto de pessoas como de veículos, pela passagem que permanece aberta em Rafah continua, porém em um ritmo menor nesta quinta.
As forças de segurança egípcias começaram a impedir nesta quinta o acesso de fotógrafos e jornalistas a Rafah para que "não causem interferências".
Em dez controles policiais existentes ao longo dos 45 quilômetros de estrada que unem Al Arish, capital do norte do Sinai, à fronteira com Gaza, a polícia pede documentação a todos os que se dirigem à passagem de Rafah.
"Há novas ordens para que os jornalistas parem de causar interferências", disse à Efe um oficial que pediu para não ser identificado.
Nos controles policiais, continuam sendo revistados tanto os carros particulares quanto os táxis e veículos de transporte numa tentativa de evitar que novas mercadorias entrem em Rafah, o que forçaria os palestinos a retornarem para Gaza.

31/01/2008 - 09h15
Após saída de Giuliani e Edwards, líderes se voltam para a Superterça
da Folha Online
A disputa dos pré-candidatos presidenciais pela nomeação se estreitou nesta quarta-feira nos Estados Unidos após a desistência do democrata John Edwards e do republicano Rudolph Giuliani.
Os líderes de ambos os partidos --Hillary Clinton e Barack Obama entre os democratas, e John McCain e Mitt Romney entre os republicanos-- se voltam agora para as votações da Superterça.
Na próxima terça-feira (5), mais de 20 Estados americanos votam em seus pré-candidatos.
Mais de 1.000 delegados republicanos estão em jogo nas primárias em 21 Estados. Um total de 1.191 delegados são necessários para garantir a nomeação republicana.
Para os democratas --que realizam primárias em 22 Estados-- 1.681 delegados estão em jogo. Um total de 2.025 delegados são necessários para garantir a indicação em agosto.
Nesta quinta-feira, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, deve anunciar seu apoio a McCain, que é senador pelo Arizona. A Califórnia --um dos Estados onde haverá votação na terça-feira-- representam 15% do total de votos necessários para a nomeação.
McCain também recebeu o apoio do ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, logo depois que este decidiu abandonar a corrida nesta quarta-feira.
Em um debate televisionado na noite de ontem na Califórnia, McCain e Romney questionaram um ao outro a respeito das credenciais conservadoras e da habilidade para presidir o país.
A vitória que McCain obteve na Flórida valeu 57 delegados para a Convenção Nacional Republicana, colocando-o à frente de Romney na disputa pela maioria no total de delegados.
Iraque
Romney acusou McCain de usar "truques sujos" na disputa ao sugerir que o ex-governador do Massachusetts estabeleceria um prazo para a saída das tropas americanas do Iraque.
"Eu nunca apoiei um cronograma específico para a retirada", disse Romney, acrescentando que tal sugestão seria um "truque sujo que [o ex-presidente americano] Ronald Reagan (1981-1989) consideraria repreensível".
McCain rebateu as críticas, dizendo que "está claro que [Romney] quer um cronograma".
Em abril do ano passado, Romney afirmou que líderes americanos e iraquianos manteriam "uma série de cronogramas que eram discutidos em particular".
Já Romney tentou retratar McCain --cuja popularidade é grande entre políticos independentes-- como uma figura com perfil que não se enquadra entre os conservadores.
Saída de Edwards
Entre os democratas-- que também debateram ontem em Los Angeles-- a saída de Edwards torna a campanha uma disputa ainda mais acirrada entre Obama e Hillary.
A senadora por Nova York obteve uma ampla vitória simbólica na Flórida. Ao anunciar sua saída em um discurso em Nova Orleans, Edwards afirmou que é hora de "se afastar e deixar a história tomar seu rumo" em uma disputa entre "uma mulher e um negro".
Se eleita, Hillary será a primeira mulher a ocupar a Presidência dos EUA. Já Obama é o primeiro negro da história do país a ter chances reais de chegar à Casa Branca.
O ex-senador pela Carolina do Norte desistiu da corrida após perder as prévias em quatro Estados.
Um total de 40% dos partidários de Edwards dizem apoiar Hillary, enquanto 25% apóiam Obama, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associated Press no mês passado.
A saída de Edwards garante a Obama mais seis delegados --deixando-o com um total de 187-- e quatro para Hillary --deixando-a com 253.
Um total de 2.025 delegados são necessários para garantir a nomeação democrata.

01/02/2008 - 04h30
Hillary e McCain mantêm favoritismo antes da Superterça
da Folha Online
O republicano John McCain e a democrata Hillary Clinton mantêm a liderança nas intenções de voto para a corrida presidencial nos EUA, segundo uma pesquisa do instituto Gallup divulgada nesta quinta-feira, a poucos dias da Superterça.
Na terça-feira 5 de fevereiro, mais 20 de Estados, entre eles alguns dos mais povoados e importantes do país, como Califórnia, Nova York e Nova Jersey, realizam suas eleições primárias. Por causa da grande quantidade de delegados envolvidos, o dia é conhecido como a Superterça.
Segundo a pesquisa, McCain --que venceu a prévia da Flórida, nesta quarta-feira-- aumentou sua vantagem para 15 pontos percentuais sobre seu mais próximo rival, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.
A enquete, realizada entre a segunda-feira e a quarta-feira, indicou que o senador do Arizona conta com o apoio de 37% dos republicanos em todo o país, contra 22% de Romney.
Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas, ocupa o terceiro lugar, com 17% das intenções de voto.
Em uma pesquisa anterior realizada pelo Gallup, a vantagem de McCain era de 32% contra 21%.
No lado democrata, a senadora de Nova York e ex-primeira-dama Hillary Clinton manteve sua vantagem sobre seu principal rival, o senador por Illinois Barack Obama, que parece ter recuperado terreno.
A pesquisa indica que em nível nacional Hillary conta com um apoio de 43%, contra 39% para Obama.
Essa vantagem de quatro pontos percentuais é a menor desde o começo de janeiro, e é uma continuação dos avanços conseguidos por Obama nas últimas semanas, disse o Gallup.
O instituto acrescentou que ainda não está claro qual será o efeito entre os democratas da decisão do senador John Edwards de abandonar na quarta-feira sua luta pela candidatura presidencial.
Leia mais
Saldo da balança comercial em janeiro é o menor em 5 anos e meio
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O saldo da balança comercial apresentou uma forte queda em janeiro, e o resultado é o menor em 5 anos e meio. No mês passado, o superávit foi de US$ 944 milhões, uma queda de 62,5% na comparação com janeiro de 2007 (US$ 2,516 bilhões) e de 74% em relação a dezembro.
Um superávit abaixo de US$ 1 bilhão não era registrado desde junho de 2002, quando foi de US$ 685 milhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento.
No mês passado, as exportações totalizaram US$ 13,277 bilhões, um crescimento de 20,9% sobre janeiro de 2007 e uma queda de 6,7% em relação a dezembro. A média diária --valor exportado por dia útil-- ficou em US$ 603,5 milhões, expansão de 20,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Já as importações de janeiro, que somaram US$ 12,333 bilhões, apresentaram desempenho maior nas duas comparações, 45,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado e 16,4% em relação ao mês anterior. Pela média diária, as importações registraram um total de US$ 560,6 milhões, valor 45,6% maior que o registrado em janeiro de 2007.
Além disso, o total das compras de produtos importados no mês passado se igualou ao recorde registrado em outubro de 2007.
Os montantes exportados e importados são os maiores para meses de janeiro. Contribuiu para o resultado do mês o desempenho da última semana de janeiro, que teve exportações de US$ 2,419 bilhões e importações US$ 2,223 bilhões, o que resultou em um superávit comercial de US$ 191 milhões.
Os números mostram que os dois movimentos cresceram em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2007, mas as importações subiram mais que as exportações. A queda de janeiro, na comparação com dezembro de 2007, é natural, já que o primeiro mês do ano é tradicionalmente mais fraco para o comércio exterior.
Acumulado
No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em janeiro, o superávit comercial é de US$ 38,456 bilhões, um queda de 16,6%. As vendas ao exterior chegaram a US$ 162,942 bilhões e as compras, a US$ 124,486 bilhões, crescimentos de 16,8% e 33,3%, respectivamente, sobre o período que vai de fevereiro de 2006 a janeiro de 2007.
A meta do ministério é exportar neste ano US$ 172 bilhões. No ano passado, US$ 160,649 bilhões de produtos brasileiros foram vendidos para o exterior. Não há uma meta de importações ou de saldo da balança comercial. No ano passado, o saldo ficou em US$ 40,039 bilhões.
Leia mais
28/01/2008 - 09h22
Mercado eleva previsões de inflação para 2008
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Os analistas do mercado financeiro ajustaram para cima as previsões em relação à inflação para esse ano.
Agora, a expectativa é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) fique em 4,45% em 2008, contra 4,37% no levantamento anterior, segundo o boletim Focus do Banco Central.
Esse índice é utilizado como parâmetro no regime de meto de inflação, que tem como centro da meta 4,5%, com margem de tolerância dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A previsão para o IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna) subiu de 4,75% para 4,79%. Já o do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) foi elevado de 4,80% para 4,85%.
As projeções dos três índices para 2009 também estão acima de 4%: 4,20% (IPCA e IGP-DI) e 4,30% (IGP-M).
Em relação aos juros, os analistas mantiveram a previsão de que a Selic irá terminar o ano do jeito que começou, em 11,25% ao ano.
Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu manter a taxa de juros no mesmo patamar --a ata do encontro será divulgada na próxima quinta-feira.
Para 2009, a aposta é que a Selic chegue a 10,25% ao ano, uma elevação em relação aos 10% do levantamento anterior.
Os analistas esperam ainda que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha uma expansão de 4,50% neste ano e que a produção industrial cresça 5%.
Para 2008, a expectativa é que US$ 28 bilhões em investimentos estrangeiros entrem no país. A expectativa para a balança comercial é que ela termine o ano com o saldo positivo em US$ 30 bilhões.
Leia mais
01/02/2008 - 21h05
JP Morgan reduz recomendação para ações do Brasil
da Folha Online
O banco JP Morgan informou nesta sexta-feira que reduziu sua recomendação para as ações brasileiras para "neutra", enquanto elevou a classificação das ações do México para "overweight" (acima da média do mercado). O relatório destaca os papéis da operadora de celulares America Movil e que o mercado mexicano deve apresentar crescimento maior do que o brasileiro.
O JP Morgan Chase calcula o EMBI+, um dos principais indicadores do risco-país e termômetro da confiança dos investidores na economia brasileira. Nesta sexta-feira, o indicador marcava 258 pontos perto do fechamento dos negócios, ontem ele ficou em 255 pontos.
*Embi *
O indicador mais visado pelo mercado é o Embi+, sigla em inglês para 'Emerging Markets Bonds Index', isto é, Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes. É calculado pelo banco JP Morgan tanto para o Brasil quanto para Argentina, Bulgária, Rússia e África do Sul, entre outras economias emergentes.
O Embi+ surgiu no início dos anos 90, quando boa parte dos principais países em desenvolvimento renegociou sua dívida externa, no âmbito do 'Plano Brady', uma referência a um dos líderes desse processo, o então secretário do Tesouro americano, Nicholas Brady.
Como parte da renegociação de prazos e juros de pagamento, esses países entregaram aos credores uma série de títulos financeiros, com ampla circulação no mercado de capitais global.
Os investidores precisavam de parâmetros de referência para vender ou comprar esses papéis. Para auxiliar esses investidores, os grandes bancos criaram indicadores para acompanhar o mercado de títulos, a exemplo do que o Ibovespa, ou Dow Jones, fazem em relação à Bovespa ou a Bolsa de Nova York, respectivamente.
O Embi+, do JP Morgan, foi um entre vários índices criados na época.
O JP Morgan calcula o indicador Embi+ de cada país a partir uma referência bem específica: os títulos emitidos pelo Tesouro americano, considerados de menor risco no mercado de capitais global. Para negociar os papéis das economias emergentes, os investidores cobram uma espécie de ágio em relação aos bônus americanos. É justamente essa diferença que o Embi+ busca captar.
01/02/2008 - 18h29
Bovespa fecha em alta de 2,67%, com trégua em crise dos EUA
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) estreou o mês de fevereiro com forte alta, favorecida pelo desempenho positivo dos mercados americanos. O noticiário corporativo ajudou a salvar o dia, após números preocupantes sobre a geração de empregos nos EUA. No ano, a Bolsa ainda acumula perdas de 4,39%.
O Ibovespa, indicador que reflete o valor de mercado das empresas, avançou 2,67% no fechamento, aos 61.079 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,44 bilhões, bem acima da média de janeiro (giro diário de R$ 5,63 bilhões).
"Não podemos dizer que essa alta significa reversão de qualquer tendência. Ontem, as Bolsas americanas subiram muito, depois que a Bovespa fechou, e hoje o mercado recuperou um pouco dessa valorização. Houve também algum bom humor com a notícia da Microsoft e da Yahoo!, que ajudou o mercado", comenta Marcelo Ribeiro, sócio da Pentágono Asset Management.
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,746 para venda, em declínio de 0,85%. Trata-se da menor taxa desde 14 de novembro de 2007. A taxa de risco-país marca 260 pontos, número 1,16% superior à pontuação final de ontem.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 0,70%, enquanto o mercado de Hong Kong valorizou 2,85%. Na Europa, as principais Bolsas de Valores fecharam em território positivo: o mercado de Londres finalizou o pregão com ganho de 2,54%, enquanto a Bolsa de Frankfurt valorizou 1,71%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem alta de 0,50%.
Após semanas de nervosismo com a ameaça de uma recessão a rondar a economia americana, e balanços de bancos com perdas bilionárias, o mercado reagiu com "euforia" o retorno das megafusões ao noticiário corporativo. Hoje, a gigante do setor de informática Microsoft fez uma oferta de US$ 44,6 bilhões pela Yahoo!, que detém um dos principais sites de busca na internet.
O governo americano divulgou logo pela manhã números muito negativos sobre o mercado de trabalho local: em vez de geração de postos de trabalho --estimava-se 75 mil-- houve destruição de 17 mil, a primeira queda deste indicador desde 2003. A taxa de desemprego veio em linha com as expectativas: 4,9%.
Mais risco
Analistas não estão otimistas com as próximas semanas e esperam novos pregões de bastante volatilidade para os mercados. Preocupa a questão das seguradoras de títulos financeiros, também "contaminadas" pelo problema dos créditos "subprime" (hipotecas de alto risco).
"O eventual rebaixamento na classificação de risco das principais seguradoras de bônus (MBIA e Ambac), pelas agências de 'rating', poderá trazer novas ondas de tensão nos mercados. Um rebaixamento dessas seguradoras teria implicações negativas em Wall Street, pois levaria a novas baixas contábeis de instituições financeiras", comenta Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
"O governo americano já sinalizou que espera dos bancos um esforço para capitalizar essas empresas [as seguradoras. Ainda não é possível saber se isso realmente vai acontecer. Eu acho negativo: os bancos já estão com problemas demais com os 'subprimes'", comenta Marcelo Ribeiro, da Pentágono.
O sócio da Pentágono também vê com reservas os esforços do Federal Reserve (banco central dos EUA) para estimular a economia. "Mesmo que o Fed baixe os juros e injete dinheiro no mercado, a verdade é que já houve uma contração de crédito. Os bancos ficaram muito rigorosos com a concessão de empréstimos", afirma. "É um dado preocupante, porque, se um período de expansão da economia começa com a ampliação do crédito, uma fase de retração inicia justamente quando há contração desse crédito", acrescenta.
Empresas
A diretoria da usina Goro Nickel, da Vale do Rio Doce, anunciou que deve iniciar a produção de níquel e cobalto no final de 2008. A usina está localizada na Nova Caledônia, na Oceania, e é um dos principais projetos do setor de níquel em ação no mundo. A ação da Vale teve avanço de 4,98%, sendo negociada a R$ 47 no pregão de hoje.
A Net, uma das maiores empresas de TV por assinatura do país, apurou lucro líquido de R$ 207,8 milhões em 2007, mais que o dobro do resultado anterior. Analistas de mercado avaliaram positivamente o balanço, ressaltando o crescimento da base de assinantes e das receitas, apesar do aumento da competição. A ação da companhia avançou 4,69%, para R$ 21,40, na Bovespa.
01/02/2008 - 03h59

PF investiga a hipótese de assassinato de Jango
da Folha Online
O ministro Tarso Genro (Justiça) determinou nesta quinta-feira que a Polícia Federal abra uma investigação formal sobre a morte do ex-presidente brasileiro João Goulart (1918-1976), revela matéria do blog do Josias de Souza. A decisão foi tomada depois que o ministro teve acesso a uma cópia do depoimento do ex-agente do serviço secreto do Uruguai Mario Neira Barreiro.
Barreiro diz ter participado de uma operação que resultou no assassinato de Jango, como revelou matéria da Folha publicada no último domingo. Para matar Jango, segundo Barreiro, o serviço secreto do Uruguai adicionou comprimidos com ingredientes letais, capazes de simular um ataque cardíaco, nos frascos de medicamentos que Jango tomava para controlar as coronárias.
Segundo o ex-agente uruguaio, hoje detido no presídio gaúcho de Charqueadas, Jango foi morto por ordem do governo brasileiro, liderado à época pelo presidente Ernesto Geisel (1908-1996).
Segundo Genro, "Ele [Barreiro] dá uma série de informações que parecem fazer sentido", disse Tarso ao blog. "Algumas delas eu próprio testemunhei." O ministro conta que, ao exilar-se no Uruguai, na década de 70, passou 30 dias na fazenda de João Goulart --amigo do pai de Tarso, Adelmo Simas Genro-- e presenciou uma rotina condizente com o que afirma o ex-agente.
"O Jango recebia três, quatro pessoas por dia", rememora Tarso. "Eram compradores e vendedores de gado; brasileiros de direita, de esquerda e de centro; políticos uruguaios. A fazenda tinha uma pista de pouso. Aterrissavam lá e iam conversar com ele. O Jango não tinha nenhuma segurança. Isso ele [Barreiro] diz no depoimento. E as informações que ele passa conferem exatamente com o que eu vi e com o que eu conheço da personalidade do Jango."
Tarso disse que pediu "para a PF fazer novas investigações preliminares, para consolidar alguns dados que constam do depoimento. Se esses dados se confirmarem, vai ser aberto o inquérito". Segundo o ministro, o depoimento de Barreiro "tem coerência, tem lógica".

01/02/2008 - 15h39
Matilde entrega o cargo e admite uso irregular do cartão corporativo
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Matilde Ribeiro anunciou hoje a saída da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial após ser acusada de usar irregularmente o cartão corporativo do governo. O desligamento foi comunicado logo depois de um encontro entre Matilde e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. "Diante dos fatos, solicito meu desligamento", afirmou.
Ela admitiu que usou indevidamente o cartão. "Assumo o erro administrativo no uso do cartão. Os fatos partiram da dificuldade com deslocamento e hospedagem fora de Brasília", disse ela. "Foi um erro administrativo que pode e deve ser corrigido."
Ao tentar justificar o uso indevido do cartão, Matilde disse que foi mal orientada por dois funcionários da secretaria. "Não estou arrependida. Fui orientada a usar o cartão", disse ela, afimando depois que esses funcionários já foram demitidos.
Matilde atribuiu parte do problema do uso irregular do cartão à falta de estrutura da pasta. No entanto, ela fez questão de destacar que outros ministros também erraram. "Este erro não foi cometido exclusivamente por mim."
Segundo ela, o trabalho de uma agente política, as vezes, continua no almoço ou no jantar.
A permanência de Matilde no governo passou a ser questionada após o desgaste provocado pela denúncia de irregularidades no uso do cartão de crédito corporativo. Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão corporativo somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.
Um dos gastos considerados suspeitos foi o pagamento de uma conta de R$ 461,16 em um free shop. A assessoria da ex-ministra disse que ela usou o cartão corporativo por engano e que já teria devolvido o montante para os cofres públicos.
Apesar das justificativas, assessores do Planalto consideraram que a permanência de Matilde na secretaria mantinha as denúncias de irregularidades no noticiário e prejudicava o governo.
Reportagem publicada na edição de hoje da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL) informa que o Planalto esperava que a própria Matilde Ribeiro tomasse a iniciativa de deixar o cargo para evitar um desgaste ainda maior.
De acordo com a reportagem, o presidente Lula relatou ontem a assessores estar "incomodado" com o caso e avaliava que a melhor saída seria ela colocar o cargo à disposição.
Férias
Mesmo em férias, Matilde usou o cartão corporativo para pagar despesas, informa nesta sexta-feira o "Painel" (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL) da Folha, editado interinamente por Vera Magalhães.
De acordo com o "Painel", Matilde usou o cartão corporativo para pagar despesas de R$ 2.969,01 no período de 17 de dezembro de 2007 a 1º de janeiro --quando estaria em férias.
Na véspera de Natal, por exemplo, Matilde pagou R$ 1.876,90 para uma locadora de carros. No dia 17, o primeiro das férias, ela pagou R$ 104 num bar da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo.

26/01/2008 - 03h08
18/01/2008 - 08h46
Cresce derrubada da Amazônia, diz Inpe
MARTA SALOMON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um novo alerta sobre desmatamento na Amazônia será divulgado hoje pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com base em imagens captadas por satélites no último trimestre do ano passado e que indicam a derrubada de matas em ritmo acelerado, numa média de mais de 1.000 quilômetros quadrados por mês.
"Estamos preocupados", disse Gilberto Câmara, diretor do instituto, que ontem conferia os números do resultado da ação dos desmatadores.
Em informes parciais encaminhados a representantes da área ambiental do governo, o Inpe já vinha sinalizando nova pressão de desmatamento no Mato Grosso, que havia perdido para o Pará a liderança no ranking dos Estados da Amazônia que mais abatem árvores. Nessa lista, Rondônia aparece na seqüência.
O governo estima que o desmatamento na Amazônia Legal não apenas parou de cair, como pode aumentar 10% no próximo levantamento consolidado, a ser divulgado no final do ano. Entre julho de 2006 e julho de 2007 foram derrubados 11,2 mil quilômetros quadrados de floresta, o equivalente a mais de sete vezes a cidade de São Paulo. Foi o melhor desempenho desde 1991.
Em Mato Grosso, novos focos de desmatamento estariam próximos a áreas de cultivo da soja, grão que registrou aumento de preços no ano passado. No Pará, a derrubada de floresta seria associada à expansão da pecuária. Em Rondônia, não há sinais claros de que o avanço do desmatamento tenha relação com a futura construção da hidrelétrica de Santo Antônio, a primeira do rio Madeira.
O diretor do Inpe avalia que o futuro da Amazônia vai depender do controle da expansão da pecuária no Pará, Estado que registrou o maior crescimento do rebanho no país. "A gente sente nitidamente a falta de engajamento, um "corpo mole" do Ministério da Agricultura", criticou Câmara, sobre as dificuldades de rastreamento da origem do gado criado na região.
As culturas de soja e cana-de-açúcar teriam papel importante, porém indireto no desmatamento, ao ocuparem áreas de pasto e empurrarem a pecuária para a Amazônia, disse.
Os dados que sustentam o novo alerta são estimativas feitas pelo Inpe com base em sistema que capta o desmatamento em tempo real, o Deter. Os resultados são mais rápidos, porém mais imprecisos. Nos últimos meses, os números poderiam ter sido superdimensionados por um volume menor de nuvens do que a média.
Em outubro, o Inpe divulgou um primeiro alerta, com uma estimativa de aumento do desmatamento em 8% no período entre julho e setembro. Só em Rondônia, em um único mês, o ritmo das motosserras teria aumentado em mais de 600%.
Esse primeiro alerta sugeria que o país teria dificuldade para manter a queda na taxa de desmate vista desde 2004. Na ocasião, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) afirmou que a Amazônia passaria por um "teste de fogo", em decorrência do aumento do preço de commodities e da proximidade das eleições municipais.
Leia mais

Desmatadores desafiam governo e continuam ceifando a floresta
da Folha Online Um dia depois de o governo federal anunciar a suspensão da licença para desmatar em 36 municípios, que concentram 50% do desmatamento na Amazônia, tratores continuaram derrubando árvores em áreas de Alta Floresta e Paranaíta (MT, a 830 km de Cuiabá), revela reportagem publicada neste sábado na Folha de S.Paulo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
A reportagem da Folha sobrevoou, em um monomotor, partes de floresta derrubadas para abrir caminho à agricultura e à pecuária. A reportagem constatou que o ritmo da devastação não parece ter sido alterado pelo anúncio das recentes medidas de controle e que as medidas adotadas podem ter chegado tarde demais.
O método da devastação começa com madeireiros derrubando com motosserra árvores selecionadas, que depois vão se transformar em madeiras nobres. Em seguida, vêm os tratores, que derrubam as árvores remanescentes e que, depois, serão queimadas, para limpar a área que será usada pelo gado.
O ambientalista Laurent Micol, que atua na região pela organização não-governamental ICV (Instituto Centro de Vida), afirmou que a recuperação financeira do agronegócio é a hipótese mais provável para explicar o avanço sobre novas áreas. "Desmatamento é investimento por parte do produtor rural. E ele só pode fazer isso se estiver capitalizado."
Após o sobrevôo, a reportagem procurou o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. As assessorias dos dois órgãos não encontraram ninguém para comentar o caso até as 19h40. Em Alta Floresta, na sede do Ibama, também ninguém atendeu o telefone.

01/02/2008 - 09h23
Dados de satélites rápidos estão de acordo sobre alta no desmate
EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo
O Brasil dispõe hoje de três sistemas de detecção via satélite para monitorar o ritmo da devastação amazônica. Os dois que enxergam a floresta com mais agilidade, independentemente das margens de erro, registram uma aceleração no desmate, tendência que é contestada pelo ministério da Agricultura e pelo governo de Mato Grosso.
"O ponto central é que existe um reaquecimento [do desmate]", afirma Carlos Souza Jr., da ONG Imazon. A instituição paraense é a única no Brasil com um sistema não-governamental, o SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento), para observar o estado da floresta amazônica. Esse projeto, porém, funciona apenas no monitoramento de Mato Grosso e do Pará.
Os dados processados pelo Imazon são registrados pelo sensor Modis, no satélite Terra, da Nasa. O mesmo registro alimenta o Deter (Detecção de Áreas Desflorestadas em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Ambos usam as mesmas imagens captadas do espaço, mas geram produtos diferentes.
O Inpe --que usa o Deter como sistema de alerta, mas não para obter uma medida precisa de área desmatada- estimou em 7.000 km2 a área alterada na Amazônia entre agosto e dezembro de 2007.
O sistema usado para cálculo efetivo da área desmatada é o Prodes (Projeto de Estimativa de Desflorestamento da Amazônia), mais lento.
"A estimativa do Deter é meramente indicativa de tendência e seu objetivo é orientar os esforços de fiscalização do governo", disse Gilberto Câmara, diretor do Inpe, à Folha.
Segundo ele, a extrapolação divulgada na semana passada é bem confiável. "Esse cálculo é feito com base na proporção entre os números do Prodes e do Deter observada em anos anteriores. Em 2006, esta proporção foi de 60% e em 2007, de 40%. A extrapolação tem como base um histórico".
A margem de erro do Deter é de 20%, segundo o Inpe. É o dobro da estabelecida para o SAD, segundo Souza Jr.
O Prodes -que usa dados dos satélites das famílias CBERS (do Brasil e da China) e Landsat (da Nasa)- divulga números só no segundo semestre, mas indica qual foi a área florestal ceifada com apenas 4% de margem de erro.
"Existem várias questões técnicas que podem levar ao erro. Mas tem também uma questão quase semântica importante", afirma Souza Jr.
Segundo o pesquisador, é fundamental informar ao modelo matemático usado no processamento das imagens o que deve ser visto como floresta e o que precisa ser registrado como área "degradada".
"Em Mato Grosso, às vezes, uma área detectada pelo SAD como degradada não virou ainda pastagem. Para nós [do Imazon] houve perda de biomassa florestal, mas, para a secretaria [do Estado] aquele área ainda não é alterada", disse Souza Jr.

Nenhum comentário: