terça-feira, 11 de setembro de 2007

O Pós Kyoto

O Pós Kyoto
09/09/2007 - 18h01
Ex-presidentes propõem plano pós-Kyoto
Custo mínimo do projeto seria de US$ 10 bilhões anuais.
Proposta será apresentada nesta sexta-feira (14) em Berlim.
• Da France Presse
O Clube de Madri e a Fundação Nações Unidas vão propõr esta semana ao G8 e ao G20 em Berlim o rascunho de um plano pós-Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões mundiais de CO2 depois de 2012 a um custo mínimo de US$ 10 bilhões anuais.
"Aprovamos um documento completo, um rascunho que pode ser um acordo pós-Kyoto, para ver como podemos avançar depois de 2012", declarou neste domingo o ex-presidente chileno, Ricardo Lagos, que atualmente preside o citado clube e é enviado espacial da ONU para a luta contra o aquecimento global.
O documento será apresentado na terça-feira, na capital alemã, aos ministros do Meio Ambiente dos sete países mais industrializados do mundo ocidental e a Rússia, o G8, e o G20, do qual faz parte o Brasil.
O rascunho do plano foi elaborado por ex-chefes de Estado e de Governo mundiais, como Gro Harlem Brundtland (Noruega), Lionel Jospin (França) e Ernesto Zedillo (México), assim como líderes empresariais e representantes da sociedade civil de mais de 20 países.
O texto será divulgado nesta segunda-feira, numa coletiva de imprensa em Berlim.
10/05/2007 - 15h48

Especialistas: Kyoto precisa ser estendido
Estima-se que levará dois anos para redigir novo acordo e mais dois para ratificá-lo. Encontro inicial em Bonn, Alemanha, avança pouco e deixa delegados desanimados.
Da Reuters
A cúpula sobre o clima que acontece em dezembro na Indonésia precisa lançar negociações formais pela extensão do protocolo de Kyoto, que só vale até 2012, senão pode haver escassez de alternativas, disseram especialistas na quinta-feira (10). O tempo para o fechamento de um novo acordo está se esgotando. Diplomatas prevêem que leve dois anos para negociar um novo pacto, e depois mais dois anos para que ele seja ratificado pelos governos. Muitos enviados de 166 países que participam de um encontro inicial em Bonn nesta semana afirmam que estão mais pessimistas quanto à perspectiva do início concreto de negociações formais a partir da cúpula indonésia. Sem um progresso decisivo, talvez sobrem só opções que representem um retrocesso, disse Artur Runge-Metzger, chefe da Unidade de Mudança Climática da Comissão Européia. "Há um grande número de reuniões programadas. Dizer agora que Bali será um fracasso seria um equívoco muito grande." Para ele, é necessário um plano claro de ação. "Um programa de trabalho, ou seja lá que nome tenha, que defina o que precisa ser feito. Parte desse programa já foi decidida no ano passado em Nairóbi", acrescentou, referindo-se ao acordo para rever o protocolo de Kyoto e para que os países que já adotam teto de emissão de gases-estufa negociem novos limites. Mas os analistas já estão pensando em estratégias para preencher o vazio que provavelmente existirá entre 2012 e a adoção de um novo tratado. "Embora seja preferível ter um novo conjunto de mandatos já a partir de 2012, precisamos preparar alternativas. Podemos ter um acordo que valha a partir de 2015 e no ínterim manter os tetos já existentes", disse Elliot Diringer, diretor de estratégias internacionais do Centro Pew sobre Mudança no Clima Global. Para Diringer, mesmo em 2009 será difícil dar início a negociações formais pela extensão de Kyoto, já que o novo governo dos Estados Unidos vai estar se instalando. Os EUA retiraram-se do atual pacto de Kyoto em 2001. Líderes empresariais do mundo todo dizem precisar de perspectivas claras sobre as políticas futuras relativas ao clima, para fazer investimentos em infra-estruturas que podem durar mais de 40 anos. Uma dessas políticas é o mercado de carbono, que exige que os grandes poluidores comprem licenças para emitir gases-estufa. A União Européia adotou recentemente metas de corte de emissões até 2020, independentemente de Kyoto. "Já tomamos essa decisão", disse Runge-Metzger.
08/09/2007 - 18h43
Apec faz apelo sobre o clima, mas sem compromisso forte
da Folha Online
Os líderes do Fórum da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês) emitiram uma declaração com relação ao aquecimento global --o que não significa que eles assinarão compromissos para reverter a situação.
Os funcionários encarregados da redação do documento assinado pelos líderes encontraram um difícil consenso para a declaração final sobre o clima, que não contém objetivos obrigatórios.
O documento de seis páginas se contenta em mencionar uma "vontade" de reduzir, até 2030, 25% da intensidade energética (medida calculada pelo informe do consumo de energia e de produção) das 21 economias. O texto também afirma que a ONU deve ser responsável pela negociação sobre o tema.
Desde o início da semana, ficou claro que havia duas posições com relação ao tema.
Austrália e Estados Unidos defendem uma abordagem que exija dos países em desenvolvimento, como a China, maiores esforços e se mostram dispostos a negociações se elas se derem à margem do que propunha o Protocolo de Kyoto --o principal tratado internacional sobre meio ambiente, que expira em 2012.
Por outro lado, a China lidera um bloco de países que considera que a ONU (Organização das Nações Unidas) é a responsável por liderar as negociações sobre mudança climática. A ONU organiza para dezembro uma grande reunião sobre o tema em Bali, na Indonésia, para elaborar um tratado que substitua o de Kyoto sobre gases contaminantes.
A Austrália tinha incluído a mudança climática como um dos principais temas do encontro de chefes de Estado da Apec. Mas desde a semana passada, o primeiro-ministro John Howard tinha advertido que nenhum compromisso vinculante seria adotado com relação aos gases que produzem o efeito estufa.
"Enfatizamos muito a necessidade de que as mudanças climáticas fossem a chave deste encontro", afirmou neste sábado o chanceler australiano, Alexander Downer, admitindo que as discussões foram difíceis devido à quantidade de matizes e à complexidade do tema.
Entre os pontos mais importantes do documento, está o pedido para que os Estados-membros "trabalhem pela meta desejada de reduzir a intensidade de energia em, pelo menos, 25% até 2030" e reconhece o papel de liderança da ONU neste trabalho. Além disso, o documento autoriza países membros a seguirem suas próprias estratégias.
Lideradas pela China, as nações emergentes apontam para a necessidade de moderar a atividade industrial de forma balanceada para que milhões de pessoas saiam da pobreza.
Por último, o documento indica uma aspiração de que se incremente o reflorestamento na zona da Apec, com o plantio de, pelo menos, 20 milhões de hectares até 2020.
O texto foi qualificado por Howard como "um grande passo."
A ministra de comércio peruana, Mercedes Aráoz, afirmou neste sábado que a questão climática era crucial para seu país devido às deficiências no abastecimento de água. Disse ainda que seu governo apóia firmemente a idéia de que os acordos sobre clima aconteçam na esfera da ONU.
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