terça-feira, 11 de setembro de 2007

Educação

Educação
21/08/2007 - 02h30
Serra lança plano para reduzir reprovação
FÁBIO TAKAHASHI
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou ontem um plano que pretende diminuir pela metade a reprovação na rede estadual e alfabetizar todas as crianças aos oito anos até 2010. Algumas das ações para atingir os objetivos não foram detalhadas e outras já eram conhecidas.
O anúncio foi feito quatro dias antes da data prevista para uma paralisação organizada por sindicatos da categoria.
Atualmente, a taxa de reprovação na oitava série é de 16,4%; na primeira série do ensino médio, de 22% --números que vêm aumentando nos últimos anos. Já sobre a alfabetização, a estimativa é de que 40% dos estudantes na Grande São Paulo não estejam alfabetizadas aos oito anos.
No total, o governo lançou dez metas, que incluem aumentar em 10% o rendimento da rede em exames de qualidade e melhoria na recuperação dos alunos, entre outras.
Para chegar a esses objetivos, o Executivo apresentou dez ações, algumas delas já anunciadas anteriormente e que estão em andamento, como a colocação de um professor-assistente nas classes de alfabetização e a diminuição dos ciclos, de quatro para dois anos.
Uma das medidas que ainda não está em prática é a premiação por desempenho, antecipada pela Folha no último dia 25.
Serra disse que será considerada a evolução de cada escola anualmente, considerando, entre outros fatores, os resultados de avaliação de qualidade (como Prova Brasil e Saresp).
As unidades que mais evoluírem ganharão mais recursos. O governador disse, porém, que o modelo de avaliação não está pronto. Segundo a Folha apurou, as secretarias de Educação, Gestão, Fazenda e Planejamento chegaram a apresentar um modelo para o governador,
mas ele não concordou. Agora, a previsão é que o programa só seja definido em outubro.
Outro anúncio do governo foi o de dar uma gratificação para diretores de escola, mas não estão definidos os valores.
'O grande mérito desse plano é que São Paulo passa a ser o primeiro Estado com um plano de metas a serem atingidas', disse a secretária da Educação, Maria Helena de Castro.
Lisandre Maria Castello Branco, da Faculdade de Educação da USP, teme que o pacote não saia do papel. 'Se não houver um plano de ação prático, que faça com que as medidas cheguem até a sala de aula, corre-se o risco de, mais uma vez, tudo ficar no papel.'
Já a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, elogiou a idéia de lançar um pacote.
"O programa de recuperação é essencial. Mas tem de ser feito ao longo do ano, com poucos alunos."
Veja a lista completa de metas do governo
METAS
 Todos os alunos de oito anos plenamente alfabetizados
 Redução de 50% das taxas de reprovação da 8ª série
 Redução de 50% das taxas de reprovação do ensino médio
 Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais
 Aumento de 10% em índices de desempenho
 Atendimento de 100% da demanda de jovens e adultos de ensino médio com oferta de currículo profissionalizante
 Implantação do ensino fundamental de nove anos, em colaboração com os municípios
 Utilização da estrutura de tecnologia da informação e da Rede do Saber para programas de formação continuada de professores na própria escola
 Descentralização do programa de alimentação escolar
 Programa de obras e infra-estrutura física das escolas
SITUAÇÃO ATUAL
 Não estão alfabetizados 40% dos alunos na Grande SP e 30% no interior
 Taxa é de 16,4%
 Taxa é de 22% (1º ano do ensino médio)
 Reforço é feito somente no final do ano
Um exemplo: o Saeb (Sistema Nacional de Educação e Avaliação Básica) da 4ª série do ensino fundamental, em língua portuguesa, São Paulo tem média de 177,9. A média do Sudeste é de 181,4
 Atendem de 70% a 75% da demanda, sem currículo profissionalizante
 O ensino fundamental tem oito anos, mas lei federal prevê ampliação para nove
 A maior parte é feita fora da escola
 Faltam 30 municípios
 Ainda há 76 salas de latão e 35% das escolas de ensino fundamental não tem laboratório de informática
MEDIDAS
 Implantação do projeto Ler e Escrever (universitários como professores auxiliares)
 Reorganização da progressão continuada (implantação de ciclos de dois anos) a partir de 2008
 Divulgação dos currículos e expectativas de aprendizagem em setembro de 2007
 Implantação de etapas de recuperação intensiva dos conteúdos no 1º semestre de 2008
 Diversificação curricular do ensino médio (aluno poderá optar por habilitações técnicas)
 Reorganização da educação de jovens e adultos
 Ensino fundamental de nove anos a partir de novembro de 2007
 Melhorar a utilização dos sistemas de avaliação
 Melhorias na gestão dos resultados e política de incentivos
 Plano de obras e investimentos, como laboratórios de informática e materiais de apoio
Fontes: Secretária da Educação de SP e Censo Escolar
Colaborou DANIELA TÓFOLI, da Folha de S.Paulo
29/08/2007 - 17h29 - Atualizado em 29/08/2007 - 21h03

Brasileiro gasta 4% do orçamento com educação
Pesquisa do IBGE revelou que os maiores gastos familiares são com habitação.
Foi constatada desigualdade entre brancos, pretos e pardos.
Do G1, em São Paulo
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Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (29) mostrou que os gastos médios do brasileiro com educação são baixos: apenas 4,08% do orçamento.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002 a 2003 teve por objetivo mostrar para onde vão os recursos domésticos. O que se constatou foi que o setor de habitação respondeu por 35,5% do gasto total das 48,5 milhões de famílias estimadas.

Depois, seguem alimentação, com 20,75% dos recursos, transporte, com 18,44%, e assistência à saúde, com 6,49%. A soma dessas despesas já dá mais de 80% do total dos recursos. O que sobra acaba dividido entre todos os outros custos, como lazer, vestuário e a própria educação.



Desigualdade na cor
As despesas das famílias também varia conforme a cor, como mostrou o estudo. O rendimento médio de quem se declarou branco foi de R$ 2.282,71 por mês. Quase o dobro do que as pessoas de cor preta e parda declararam ter: R$ 1.263,59 e R$ 1.241,80, respectivamente.

Assim, quem se declarou branco, em média, pode gastar mais com educação do que uma pessoa autodeclarada preta. De acordo com o estudo, as famílias em que o responsável era branco gastaram em média, por mês, mais do que o dobro do que pretos e pardos em educação (R$ 83,16, contra R$ 30,17 e R$ 31,13, respectivamente).



A pesquisa mostra ainda que o rendimento de uma pessoa depende do seu nível de escolaridade. Quanto mais tempo o brasileiro passa na sala de aula, melhores empregos ele conquista. Mas em 84% das famílias não há ninguém dentro de casa que tenha o diploma da universidade.

O rendimento de uma família que tem mais de uma pessoa com nível superior é de R$ 6.994,98, por mês. O valor é quase seis vezes maior do que o de uma outra família que não tenha nenhum integrante com faculdade, na qual, em média, o rendimento mensal seria de R$ 1.215,24.

27/10/2006 - 09h49m - Atualizado em 27/10/2006 - 12h55m
BRASIL É O 72º EM EDUCAÇÃO EM RANKING DA UNESCO

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Relatório preparado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) mostra que o Brasil tem de percorrer ainda um bom caminho para atingir as metas do Programa Educação Para Todos. O programa, um compromisso firmado por vários países em Dakar, no ano 2000, é composto por seis metas de educação, que em tese devem ser atingidas até 2015.
Dos 125 países avaliados, 47 já atingiram as propostas. O Brasil está no grupo intermediário, composto por 50 integrantes. E no ranking de desempenho, ocupa a 72ª posição. O Brasil apresenta um índice de 0.905 e está uma posição atrás do Paraguai (0.909) e uma à frente da Síria (0.902). Está atrás, por exemplo, do México, 48ª colocado, e da Argentina, que está no 50º lugar. Também está atrás da Indonésia, Venezuela e Panamá. O relatório mostra ainda estagnação do País na área. Em 2003, o País apresentou o mesmo índice de cumprimento de metas.
No documento, divulgado na quinta-feira (26), a Unesco faz um alerta para todos os países: é preciso ampliar de forma significativa a oferta de uma rede de educação para crianças em idade pré-escolar. O levantamento mostra que metade dos países não dispõe atendimento para estes alunos. Tal constatação torna difícil o cumprimento da primeira meta do programa, considerada pelos especialistas como uma das mais importantes do compromisso.
O relatório mostra que o número de crianças brasileiras na pré-escola aumentou. Entre 1999 até 2004, a porcentagem de crianças de 4 a 6 anos assistidas passou de 58% para 68%. O índice melhorou, mas está atrás de países como Argentina, que têm 100% de suas crianças freqüentando cursos pré-escolares.
Integrantes da Unesco estão convictos de que um sistema integral de acompanhamento na idade pré-escolar é passaporte eficaz para garantir boa qualidade de vida para crianças, e, principalmente, uma política de redução de pobreza. Pesquisadores lembram que todos os dias, em países em desenvolvimento, 10 milhões de crianças morrem em conseqüência de doenças para as quais há prevenção.
Apesar do impacto positivo em todos os indicadores sociais, poucos são os países que investem na educação pré-escolar. Ainda de acordo com o estudo, menos de 10% do orçamento público para educação foi destinado à educação pré-escolar em 65 dos 79 países analisados neste quesito. Quase metade dos países aplicava menos de 5%.
Embora o desempenho dos países no cumprimento da primeira meta seja decepcionante, o relatório indica avanços - mesmo que em velocidade abaixo do desejado - na área da educação. Atualmente, 77 milhões de crianças no mundo estão fora da escola. Mas este índice já foi pior. E pelos cálculos da Unesco, vem sofrendo uma redução de 4% ao ano.

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