terça-feira, 11 de setembro de 2007

Crise Mercados EUA

07/09/2007 - 17h56
Bolsas dos EUA fecham em forte queda com dados de emprego
As Bolsas americanas fecharam em forte queda nesta sexta-feira, afetadas pela primeira contração do mercado de trabalho em quatro anos. O indicador preocupou os investidores quanto à saúde da economia dos Estados Unidos.
O índice Dow Jones caiu 1,87%, encerrando o pregão a 13.113,46 pontos. O Nasdaq recuou 1,86%, para 2.565,70 pontos. O Standard and Poor's 500 perdeu 1,69%, encerrando as operações a 1.453,56 pontos.
O mercado reagiu ao anúncio do Departamento de Trabalho dos EUA de que 4.000 empregos foram extintos em agosto, contra a criação de 68 mil postos de trabalho em julho.
Essa é a primeira vez desde 2003 que o índice mensal de criação de empregos é negativo. O resultado causou espanto principalmente entre os analistas, que estimavam a criação de 110.000 empregos.
O índice de desemprego, no entanto, permaneceu estável, em 4,6% da população ativa, segundo o Departamento de Trabalho. Nos Estados Unidos, o índice de desemprego engloba todas as pessoas que, tendo perdido sua vaga de trabalho, recebem o seguro-desemprego e "procuram ativamente" um novo posto.
Indício de recessão
Em agosto, os empregos diminuíram nos setores industriais, na construção e na educação, enquanto que os setores de saúde e alimentação registraram alta, explicou o Departamento. O valor pago por hora aumentou em 0,3%, indo para 17,50 dólares em agosto, uma alta que corresponde às expectativas dos analistas.
Os dados do emprego em agosto são o indício mais claro até agora de que a recessão iniciada há 18 meses no setor imobiliário (clique e entenda) e as turbulências dos mercados financeiros têm impacto mais amplo na economia real.
A inesperada redução do emprego pode se somar aos argumentos para que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que manteve uma política monetária restritiva desde junho de 2006, promova uma redução da taxa básica de juros na próxima reunião, no dia 18.
Abalo generalizado
O dado sobre o emprego causou uma onda de vendas hoje nas Bolsas de Valores, com a generalização da expectativa de uma leva de execuções de hipotecas e despejos em todo o país.
As principais Bolsas européias despencaram nesta sexta-feira, coladas ao mau humor do mercado norte-americano.
A Bolsa de Paris fechou em queda de 2,63%, com o índice CAC 40 a 5.430,10 pontos. Já a Bolsa de Frankfurt encerrou o pregão desta sexta-feira em baixa de 2,43%, com o índice Dax a 7.436,63 pontos.
O índice Footsie-100, da Bolsa de Londres, também fechou em forte queda de 1,93%, perdendo 122,10 pontos até alcançar os 6.191,20 pontos em relação ao fechamento de quinta-feira.
Com informações da France Presse, em Nova York
16/08/2007 - 15h59
Entenda a crise com o mercado imobiliário nos EUA
da Folha Online
Os mercados ao redor do mundo estão preocupados com o setor imobiliário nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos últimos anos. O medo principal é sobre a oferta de crédito disponível, já que, há algumas semanas, foi detectada uma alta inadimplência do segmento que engloba pessoas com histórico de inadimplência e que, por conseqüência, podem oferecer menos garantia de pagamento --é o chamado crédito "subprime" (de segunda linha).
Justamente por causa do alto volume de dinheiro disponível ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou força e cresceu muito. A atual crise, assim, é proporcional à sua expansão.
Como os empréstimos "subprime" embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago.
Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos.
Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).

Nenhum comentário: