terça-feira, 14 de agosto de 2007

ENERGIA NUCLEAR / ANGRA 3

06/06/2007 - 09h50
Brasil vai investir em combustível nuclear
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JANAINA LAGEda Folha de S.Paulo
O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, afirmou que o governo vai investir em todas as etapas do ciclo de combustível nuclear. Na prática, a decisão significa investir mais no enriquecimento de urânio, tecnologia que o Brasil domina, mas ainda não utiliza em escala industrial.
Segundo o ministro, o desenvolvimento de tecnologia no CTMSP (Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo) pode ter seu ritmo acelerado. "O presidente Lula disse que não faltarão recursos para concluir a indústria e que não vai ser preciso exportar urânio para gerar divisas e pagar pelo programa", disse, durante a posse do novo presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil).
A preocupação com o enriquecimento de urânio é uma conseqüência da retomada do Programa Nuclear Brasileiro. Segundo Rezende, já há uma decisão política para a construção de Angra 3 e o governo deve formalizar a intenção na próxima reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), agendada para o dia 25.
Segundo o ministro, como a decisão política já foi tomada, os estudos de impacto ambiental de Angra 3 estão em andamento. O Ibama marcou audiências públicas para apresentação e discussão do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental de Angra 3 nos dias 19, 20 e 21.
A decisão sobre a construção de usinas nucleares depende ainda da definição do local e do porte de cada usina. O governo planeja começar com as de maior porte. A idéia é construir de quatro a oito usinas.
A tecnologia desenvolvida pelo Brasil para enriquecimento é a de centrífugas. Segundo Aquilino Senra, professor do programa de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, elas funcionam, em sentido figurado, como máquinas de lavar que separam os núcleos do urânio usado para produção de energia. O objetivo inicial dessa tecnologia era fabricar o reator de um submarino nuclear, mas o projeto não foi adiante e por conta disso a tecnologia foi transferida para a INB.
"Essas centrífugas são projetadas para ter enriquecimento máximo de 5%. Se for além desse percentual, a própria instalação corre risco de acidente. Na fabricação de uma bomba de urânio, o enriquecimento teria que ser da ordem de 95%", explicou Senra.
Para o professor, o país esperou um tempo "longo demais" para voltar a investir no enriquecimento e corre o risco de ter tecnologia ultrapassada.
Mineração
O novo presidente da INB, Alfredo Tranjan, afirmou que o principal desafio da estatal é alcançar a auto-suficiência no ciclo de combustível, desde a mineração até a entrega do elemento combustível para funcionamento nas usinas.
A INB tem como meta atender 60% da demanda de enriquecimento de urânio de Angra 1 e 2 até 2010. Hoje, a INB produz 400 toneladas/ano de urânio com a mina de Caetité (BA). A estatal pretende investir na mina de Santa Quitéria (CE), com capacidade de 750 toneladas/ano.
Uma das hipóteses em estudo é a exploração em parceria com agentes do setor privado porque a mina tem fosfato (usado na produção de fertilizantes) e urânio.
Segundo Tranjan, o país rediscute o acordo Brasil-Alemanha. "É uma ampliação do acordo anterior, que focava só na energia nuclear e agora focará em todos os setores de energia." Foi a partir desse acordo que o país definiu os principais investimentos no setor.
21/06/2007 - 10h03
Eletronuclear estuda erguer usinas nucleares em São Paulo
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JANAINA LAGEda Folha de S.Paulo, no Rio
O presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, afirmou ontem que a estatal cogita construir uma central nuclear em São Paulo. A proposta faz parte da retomada do programa nuclear brasileiro, que prevê a construção de quatro a oito usinas até 2030, divididas em duas centrais nucleares. Outras opções são Minas Gerais e Espírito Santo.
O primeiro projeto a sair do papel deverá ser uma central nuclear no Nordeste -em Sergipe ou em Alagoas, na região entre a foz do rio São Francisco e o rio Xingó. A previsão é que essa central, que reunirá duas novas usinas de 1.000 MW cada uma, entre em operação em 2017. Já a central do Sudeste estaria pronta até 2030 com pelo menos duas usinas.
A definição do local das novas centrais leva em conta a proximidade de rios capazes de permitir o resfriamento dos reatores. A água usada para resfriar os reatores volta mais quente para o local de onde foi retirada e por isso é necessário contar com grande volume de água. Em Angra (RJ), o resfriamento é feito com água do mar.
Segundo Silva, os locais cogitados no Sudeste estão às margens do baixo Tietê, em São Paulo, entre Ibitinga e Três Irmãos, às margens do rio Grande (São Paulo ou Minas Gerais) e próximo ao rio Doce, no Espírito Santo. A proposta mais arrojada é a de construção de seis usinas de 1.000 MW cada.
O processo de escolha no Nordeste começa no segundo semestre e deve durar dois anos. Para o Sudeste, ainda não há data para o início dos estudos de localização.
Os técnicos da estatal avaliarão aspectos sísmicos e características do solo, além de um estudo de impacto social. "É preciso contar com aceitação local. Vamos fazer ainda uma coleta de materiais da região, como vegetais e vísceras de animais, para mostrar como era antes da construção. Queremos analisas em laboratórios diferentes e registrar o resultado em cartório", afirmou. A construção das centrais deve ter 71% de conteúdo nacional.
O setor espera que o projeto ganhe novo fôlego com a formalização da decisão do governo de construir Angra 3 na reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), prevista para segunda-feira.
Segundo Silva, nas últimas semanas o Banco do Brasil manifestou interesse em financiar parte do projeto, que deve contar com apoio do BNDES e de um conjunto de bancos estrangeiros. São previstos R$ 7,2 bilhões para retomar as obras.
A construção de Angra 3, com capacidade de 1.360 MW, deve levar seis anos. Desde terça, estão ocorrendo audiências públicas em municípios como Angra e Parati, parte do processo de licenciamento ambiental.
A Eletronuclear pretende ainda investir em formação de pessoal. A idéia é fechar parcerias com universidades do Rio, São Paulo e Pernambuco.
25/06/2007 - 19h12
CNPE aprova usina nuclear de Angra 3; Meio Ambiente vota contra
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LORENNA RODRIGUESda Folha Online, em Brasília
O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) aprovou, na reunião desta segunda-feira, a construção da usina nuclear de Angra 3, que terá capacidade para gerar 1.350 MW (megawatts). A construção demandará investimentos da ordem de R$ 7,2 bilhões em cinco anos e meio, além do R$ 1,5 bilhão já investido --de acordo com a Eletrobrás, 30% do empreendimento já foi realizado.
A decisão final sobre a construção é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se mostrou favorável à obra. O governo ainda precisa, também, conseguir no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a licença ambiental da usina.
De acordo com o presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, que participou da reunião, apenas o Ministério do Meio Ambiente votou contra a construção. Outros oito ministérios, entre eles o de Minas e Energia, foram favoráveis --os demais são Ciência e Tecnologia, Fazenda, Desenvolvimento, Agricultura, Planejamento, Casa Civil e Integração Nacional. Também votou favoravelmente a cadeira representada pelos Estados --as cadeiras destinadas ao cidadão brasileiro especialista em energia e a do representante das universidades estão vagas.
O ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que o governo pretende iniciar a construção de Angra 3 ainda neste ano. De acordo com o ministro, será editado um decreto, ainda sem data prevista, com as especificações da usina, como preço de tarifa, custos e modelo de comercialização de energia.
Angra 3 é uma usina de segunda geração, como a maioria no mundo, e incorpora vários itens de segurança exigidos internacionalmente. Angra 2, projeto gêmeo, funciona desde 2000.
O investimento em Angra 3 é de US$ 1.800 por quilowatt (a referência internacional está em US$ 1.300-1.500), e o custo de geração é estimado de R$ 131 a R$ 169 por MWh (megawatt-hora), que ficam dentro da referência dos leilões de energia nova (inferior a R$ 140/MWh).
Segundo Lula, Angra 3 é necessária para garantir energia a partir de 2012. Recentemente, ele elogiou a tecnologia brasileira no setor e disse que não há risco de acidentes. "É uma energia limpa. Não polui. Não emite CO2. Portanto, não contribui para o efeito estufa", disse ele. Lula ressaltou, na ocasião, que o Brasil precisa de energia para atrair investimentos e crescer.
Ao todo, o governo espera fazer de quatro a oito usinas nucleares até 2030. Segundo o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, a primeira deve ser no Nordeste, provavelmente no vale do rio São Francisco. São Paulo também deve receber usinas.
9ª rodada
O CNPE aprovou também a realização da 9ª rodada de licitação de blocos para exploração de gás e petróleo. De acordo com Lima, a definição dos blocos será feita nos próximos dias pela ANP e pelo Ministério de Minas e Energia. A licitação será na primeira semana de novembro.
07/08/2007 - 14h04
Ministério publica decisão iniciar construção de Angra 3 neste ano
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LORENNA RODRIGUESda Folha Online, em Brasília
O Ministério de Minas e Energia publicou hoje no Diário Oficial resolução do CNPE (Conselho Nacional de Pesquisa Energética) que determina a construção da usina nuclear de Angra 3. A decisão foi tomada pelo conselho no fim de junho e oficializada hoje.
De acordo com a resolução, o ministério contratará uma consultoria independente para avaliar a estrutura e os custos para definição das tarifas.
O governo trabalha com uma tarifa de R$ 140 por MWh, semelhante ao cobrado hoje por termelétricas. A forma de comercialização da energia será definida também pelo ministério.
A previsão do governo é iniciar as obras de Angra 3 já neste ano. O início da construção depende ainda de licença ambiental do Ibama. A construção da usina poderá ser feita sem novas licitações, já que as obras já foram licitadas no passado. Poderão ser usados contratos já existentes, como o com a construtora Andrade Gutierrez.
Angra 3 levará mais de cinco anos para ser construída e custará cerca de 7,2 bilhões. A usina terá capacidade para 1350 MW. Cerca de R$ 1,5 bilhão já foi investido e 30% do empreendimento realizado.

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