segunda-feira, 2 de junho de 2008

Maio 2008

Quinta, 01 de Maio de 2008. fonte: Tribuna da Imprensa


SÃO PAULO - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), considerada a mais importante do mercado financeiro, promoveu o Brasil ontem ao chamado grau de investimento. Isso significa que, de acordo com a agência, o País é um porto seguro para investidores do mundo todo. Por isso, a notícia foi recebida com euforia pelos mercados e pelo governo.
O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) disparou 6,33%, para 67.868 pontos, novo nível recorde. O dólar despencou 2,52%, para R$ 1,663, em resposta à expectativa de que o Brasil atrairá mais investimento externo daqui para frente.
Em discurso durante evento em Maceió, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a novidade. "É uma conquista do povo brasileiro, que esperou por isso durante tantos e tantos anos", afirmou. Para ele, o novo status do País tem um significado a mais. "É o aval de que passamos a ser donos do nosso nariz", disse.
A S&P elevou a nota do Brasil de BB+ para BBB-. A escala da agência vai de AAA (concedido a países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido) até D (conceito para países insolventes). A analista da S&P responsável pelo Brasil, Lisa Schineller, afirmou que o grau de investimento reflete o bom nível da política econômica, caracterizado por uma postura "pragmática", especialmente na manutenção da solidez das contas públicas e liberdade para que o Banco Central (BC) continue combatendo a inflação com rigor.
"A política econômica pragmática indica que o Brasil tem uma perspectiva de crescimento mais forte no futuro, que deve ser sustentável", comentou. Para ela, a tendência de crescimento da economia brasileira dá condições para que o País tenha credibilidade para financiar seu déficit nas transações com o exterior.
Segunda-feira, o BC divulgou que o buraco nas contas externas do País atingiu US$ 10,7 bilhões no primeiro trimestre. As agências de risco são contratadas por empresas e governos do mundo todo para avaliá-los do ponto de vista de solvência. As três principais são S&P, Moody's e Fitch. Todas têm sido duramente criticadas por causa de sua atuação na crise das hipotecas (subprime) dos Estados Unidos. Para muitos analistas e investidores, as agências não avaliaram corretamente o risco desses bônus, que acabaram virando pó e provocaram prejuízos bilionários.
O rating brasileiro que a S&P mudou é o chamado soberano, que diz respeito à capacidade de o governo honrar o pagamento dos títulos que emite. Apesar do clima de otimismo, alguns analistas afirmaram que o governo não deve se acomodar com o grau de investimento. "(A nota) é um ponto de partida, não um destino final", alertou o economista-chefe do Banco Morgan Stanley, Marcelo Carvalho. Até porque, lembram outros especialistas, já houve países que perderam o grau de investimento, caso da Colômbia.

21/05/2008 - 15h58
Argentina reduz impostos de exportação agrícola para solucionar crise
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da France Presse, em Buenos Aires
A Argentina vai reduzir os impostos sobre as exportações de soja para tentar solucionar o mais grave conflito agrário da história do país, apesar de os agricultores ainda pedirem mais concessões, revelaram nesta quarta-feira fontes governamentais e empresariais.
O governo da presidente Cristina Kirchner prometeu lançar um programa voltado para impor limites aos altos níveis tributários fixados para as vendas externas, ao mesmo tempo em que vai procurar um entendimento global com as maiores corporações produtivas, disse uma fonte oficial à France Presse.
As propostas foram feitas em uma nova fase de trégua declarada nos protestos que começaram há 70 dias com milhares de produtores manifestando-se contra os impostos flutuantes sobre as exportações de soja, que aumentam conforme os preços internacionais.
Mas as organizações agropecuárias mantêm a realização do ato de oposição ao governo peronista social-democrata no próximo domingo em Rosário, a 300 km ao norte de Buenos Aires, sede do maior pólo exportador agrícola da nação.
"Aceitamos negociar os mercados a futuro, estabelecendo um teto para o imposto quando o preço internacional da soja superar US$ 600 por tonelada", disse uma fonte governamental.
Até agora, continua valendo o plano que provocou a ira dos agricultores, segundo o qual se o preço superar os US$ 600 por tonelada, o governo aplica uma taxa crescente que chega a 95%, o que foi considerado um ato confiscatório pelo setor, com exportações anuais de US$ 30 bilhões.
"Façam o que puderem porque senão retomaremos a greve", ameaçou Pedro Apaolaza, um dos líderes agrários, que exigem maiores compensações para os pequenos agricultores do que as fornecidas atualmente pelo governo.
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28/04/2008 - 13h13
Análise: Crise alimentar inverte papéis nas negociações da OMC
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AUDE MARCOVITCH
da France Presse, em Genebra
A crise alimentar inverteu os papéis na OMC (Organização Mundial do Comércio): grandes exportadores agrícolas como Brasil, Argentina e Índia, tradicionalmente liberais no comércio mundial, impõem agora restrições à exportação, enquanto os protecionistas defendem posições liberais.
Para enfrentar a escassez de alimentos e a disparada dos preços dos produtos alimentícios, Brasil, Argentina, Vietnã, Índia e Egito impuseram recentemente limitações à exportação de alguns produtos.
Mas nas negociações da Rodada Doha para a liberalização do comércio na OMC, Brasil e Argentina pertencem ao Grupo de Cairns (formado por 18 grandes produtores agrícolas), o mais agressivo em matéria de abertura comercial.
Os membros do Grupo de Cairns pediram insistentemente à União Européia e aos Estados Unidos que reduzam as tarifas alfandegárias para permitir a maior entrada de seus produtos alimentícios.
As novas medidas adotadas por estes países em desenvolvimento incomodam inclusive suas representações em Genebra.
Um alto funcionário brasileiro disse à AFP que "não compreende" seu governo, que na quinta-feira anunciou a interrupção de suas exportações de arroz e o leilão de parte das reservas para conter a alta dos preços.
"Trata-se de reservas públicas e não da venda por parte de empresas privadas", afirmou o diplomata, reconhecendo também que este "elemento de intervenção nos mercados" poderá ser mal recebido nas negociações da OMC.
Estas medidas já causaram descontentamento: o Japão pediu que a questão seja abordada na quarta-feira no comitê agrícola da OMC. Grande importador de produtos agrícolas, o Japão impõe tarifas aduaneiras particularmente dissuasivas às importações de arroz, na ordem de 500%.
"Não somos contra as proibições e as restrições às exportações", assegurou Takaaki Kawakami, primeiro secretário da missão do Japão na OMC. "Mas os países fortemente dependentes das importações como nós não querem pôr em perigo a alimentação de seus povos."
Um plano proposto por Tóquio obrigaria os países que impõem restrições a notificá-las à OMC em um prazo de 90 dias e a justificá-las. Além disso, as medidas não poderiam durar mais de um ano.
Atualmente, segundo o acordo sobre a agricultura assinado como parte do GATT (acordo geral sobre as tarifas alfandegárias e o comércio), em 1994, os países em desenvolvimento podem impor restrições à exportação.
Aproveitando a situação que faz com que os países emergentes se contradigam em relação ao seu discurso nas negociações, o comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson, considerou recentemente que a taxação das exportações ou as quotas geram apenas uma "ilusão de segurança alimentar".
Para os observadores dos países em desenvolvimento, os impostos à exportação correm o risco de piorar o abastecimento dos mais desfavorecidos.
"Estas restrições poderão colocar os países pobres que dependem das importações em uma situação ainda mais volátil e crítica do que é atualmente", disse Carin Smaller, diretora do centro Institute for Agriculture and Trade Policy em Genebra.
"Os países africanos, como Gana, Senegal, Costa do Marfim e Camarões dependem amplamente das importações obtidas no mercado mundial, como o arroz da Índia, a soja do Brasil ou o trigo da Argentina", acrescentou.
A Argentina, um dos maiores produtores de trigo do mundo e sexto exportador mundial, mantém suspensas as exportações de trigo e limitou as de carne bovina.
Como gesto tranqüilizador, a Índia, que recentemente suspendeu as exportações de arroz, prometeu fornecer ao Senegal 600 mil toneladas deste cereal por ano durante seis anos, anunciou na quinta-feira o presidente senegalês Abdulaye Wade.
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24/05/2008 - 20h27
Mortos na China passam de 60 mil; Cuba, Rússia, EUA e França enviam ajuda
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da Folha Online
O premiê da China, Wen Jiabao, afirmou neste sábado que terremoto que atingiu a Província de Sichuan (sudoeste da China) deixou mais de 60 mil mortos e que o número de vítimas "pode aumentar para 70 mil, 80 mil ou até mais".
Em Pequim, o governo disse que há por enquanto 60.500 mortos e 26.221 desaparecidos. Segundo as autoridades, mais de 11 milhões de pessoas precisarão de novas moradias.
Bern Settnik /Efe

Posto médico móvel é enviado à China

Enquanto Pequim corre para atender aos milhares de desabrigados, países do mundo com posições conflitantes entre si em termos políticos se solidarizam com a China e enviam ajuda humanitária. A diversidade das fontes de ajuda é compreensível se levado em conta o perfil da China, uma potência global de mercado que é simutaneamente uma república de partido único.
Cuba, Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha, Japão e Itália estão entre os países que enviam equipes médicas e suprimentos de saúde e higiene.
O governo de Cuba enviou para a China uma equipe de 35 médicos, que já chegou ao país asiático, e 3,5 toneladas de medicamentos para ajudar as vítimas do terremoto, informou neste sábado o jornal oficial "Granma".
O chefe da equipe cubana de médicos, José Rodríguez, destacou que se trata de "profissionais experimentados em reações a desastres naturais que já participaram de muitas operações internacionais de socorro, como o tsunami do sudeste asiático e o forte terremoto no Peru".
Raúl Castro, de 76 anos, eleito presidente cubano em fevereiro deste ano em substituição a seu irmão Fidel, transmitiu na quinta-feira 'as mais sentidas condolências' à China, durante uma visita à embaixada chinesa em Havana.
A China é um dos principais aliados de Cuba e segundo maior parceiro comercial da ilha depois da Venezuela, além de importante fonte de crédito e investimentos.
Ajuda Internacional
Bobby Yip/Reuters

Soldados ajudam chinês a juntar o que sobrou de sua TV em Sichuan

Wen agradeceu à comunidade internacional por sua ajuda e afirmou que o governo aplicou "uma política de abertura, porque este terremoto não é apenas um desastre para o povo chinês, mas também para toda a humanidade".
Depois de algumas hesitações, o governo chinês autorizou a entrada de equipes de socorro e médicos estrangeiros.
Neste sábado, no momento em que o presidente russo, Dmitri Medvedev, encerrava em Pequim uma visita de dois dias, o Exército russo enviava à China oito aviões carregados com material humanitário, sobretudo barracas, cobertores e cozinhas móveis.
De acordo com representantes americanos, os EUA enviaram esta semana três aviões militares carregados de ajuda a Chengdu, a capital da Província de Sichuan.
Na cidade de Dujiangyan, a Cruz Vermelha alemã instalou um hospital móvel.
"A ajuda alemã é preciosa porque o hospital de Dujiangyan, parcialmente destruído pelo terremoto, não pode funcionar normalmente", frisou o diretor adjunto do estabelecimento, Fu Tang.
O primeiro contingente de médicos franceses, uma equipe de 13 pessoas, deve chegar neste domingo à capital da Província.
Médicos russos e japoneses também estão em Sichuan.
ONU
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban-Ki Moon, visitou neste sábado Yingxiu -- uma das regiões mais afetadas pelo terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu a China há 12 dias-- ao lado do premiê chinês, Wen Jiabao.
Ao chegar à cidade, na Província de Wenchuan, Wen agradeceu a Ban pela ajuda às vítimas da catástrofe. Ban, que viajou à China vindo diretamente de outra visita, às regiões devastadas pelo ciclone que atingiu Mianmar, prometeu mais ajuda da ONU na reconstrução, e diz que aguarda receber informações da China para medir os danos e as necesidades.
"Se trabalharmos duro podemos superar isso", disse Ban, ao lado de Wen. "Nesses casos, o mundo todo fica ao seu lado e o apóia", acrescentou.
Na tarde deste sábado, Wen se encontrou com duas crianças que ficaram feridos no tremor, Zhao Qisong e Wang Jiaqi, em um hospital de Chengdu, a capital da Província. O premiê estava presente quando equipes de resgate tentavam resgatar as duas crianças dos escombros, um dia após o tremor, e acompanhou o drama do salvamento entre lágrimas.
Ao lado de Zhao neste sábado, ele perguntou ao menino de nove anos se ele lembrava do dia do resgate. "Você me ouviu chamando você? Eu pedi que você aguentasse firme", disse Wen.
O premiê disse ainda para que o garoto nunca se esqueça da experiência. "Leve a lição para sua vida, depois de enfrentar toda essa dificuldade você será um homem melhor", afirmou.
Ele também elogiou Wang, dizendo que a menina, que fraturou o nariz no tremor, é "muito forte".
Arte Folha Online


Radiação
Enquanto isso, especialistas tentam identificar 15 fontes de radiação que teriam sido expostas pelo terremoto e estariam sob os escombros.
O Ministério de Proteção do Meio-Ambiente informou que equipes da Administração Nacional de Segurança Nuclear tenta conter as fontes de radiação.
Cerca de 50 fontes em potencial estariam sob os escombros, disse o vice-ministro do meio-ambiente, Wu Xiaoqing, nesta sexta-feira em Pequim. Enquanto 35 delas não representariam risco, outras 15 continuam inacessíveis e soterradas sob os escombros.
Segundo Wu, a radiação não está vazando, e todas as instalações nucleares são seguras.
Reconstrução
O governo chinês passa agora a se focar na reconstrução, e não mais no resgate de corpos.
"Anteriormente, nossa principal prioridade era a procura por corpos e a ajuda às pessoas atingidas. Agora, vamos começar a fazer planos para a reconstrução", afirmou ele.
O tremor destruiu mais de 15 milhões de casas, segundo Wen, que acrescentou que o governo lançou uma campanha urgente para construir abrigos temporários e escolas.
Cerca de 10 mil trabalhadores da saúde foram mobilizados para controlar epidemias.
"O segunda maior desafio que enfrentamos é o risco de doenças", disse o premiê.
com Agências Internacionais
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26/12/2007 - 08h14
Veja os principais fatos ocorridos no mundo em 2007

da Folha Online
Dois grandes desastres naturais --a passagem do ciclone Sidr por Bangladesh, que matou ao menos 3.200 pessoas, e um terremoto de 8 graus na escala Richter no Peru, que matou outros 500-- estão entre os principais fatos que marcaram o ano de 2007.
A crise no Paquistão também mobilizou atenção internacional. O ditador Pervez Musharraf decretou estado de emergência e prendeu milhares que foram às ruas contra seu governo.
Em Mianmar, os protestos de monges budistas e a brutalidade do governo militar também tiveram grande repercussão mundial. Assim como as batalhas na faixa de Gaza, que levaram o grupo radical islâmico Hamas a assumir à força o controle da região e afastar seu grupo rival, o Fatah.
Nos EUA, o maior ataque contra o campus de uma universidade já registrado no país resultou em 32 mortes. Mas o grande suspense do ano ficou em torno do caso Madeleine McCann.
A menina inglesa de 4 anos desapareceu em 3 de maio do quarto de um hotel em praia da Luz, no sul de Portugal, onde passava férias ao lado dos pais, os médicos Gerry e Kate, e dos irmãos.
Confira também os principais fatos de Brasil, Cotidiano, Ciência, Dinheiro, Esportes, Ilustrada.
Veja abaixo a retrospectiva das principais notícias internacionais deste ano:
12 de dezembro
O procurador federal Thomas Mulvihill afirma à Justiça americana que os US$ 800 mil apreendidos em agosto com o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson em Buenos Aires eram uma contribuição do governo de Hugo Chávez à campanha presidencial de Cristina Kirchner.
O caso abre a primeira crise entre a Argentina e os Estados Unidos no governo de Cristina.
A presidente reage com irritação e qualifica a acusação como um exemplo de "lixo na política internacional".
11 de dezembro
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, 69, é condenado em primeira instância a seis anos de prisão por abuso de autoridade.
Francisco Medina/AP

O ex-presidente peruano, Alberto Fujimori, 69, é condenado a seis anos de prisão

Fujimori foi considerado culpado por haver ordenado uma busca ilegal.
Ele teria pedido a um militar que fingisse ser um promotor e vasculhasse a casa da mulher de Vladimiro Montesinos, então seu chefe de espionagem.
O ex-presidente peruano ainda enfrenta outros processos por abusos dos direitos humanos e corrupção.
Para analistas, a condenação indica que a impunidade de líderes que cometeram crimes chega ao fim na América Latina.
Após a decisão da Justiça, Fujimori pediu desculpas pelos massacres durante seu governo.
7 de dezembro
A CIA (agência de inteligência americana) admite ter destruído os vídeos que documentavam os interrogatórios de dois suspeitos de terrorismo ligados à Al Qaeda. Dias depois, o ex-agente John Kiriakou revela o uso de técnicas de tortura durante as sessões.
As fitas foram inutilizadas apesar das ordens judiciais que solicitavam ao governo a preservação das gravações. Segundo o diretor da agência, Michael Hayden, a decisão foi tomada "dentro da CIA" com o intuito de proteger a identidade dos agentes envolvidos. A Câmara dos EUA pede explicações sobre o caso.
O presidente americano, George W. Bush, se recusa a comentar a polêmica.
3 de dezembro
Relatório da inteligência americana aponta que o Irã suspendeu seu programa nuclear militar em 2003. A revelação contradiz as versões de que o país procura desenvolver a bomba atômica e abala a retórica da administração George W. Bush, que vinha dizendo que um Irã nuclear poderia detonar a Terceira Guerra Mundial. A notícia enfraquece a determinação da comunidade internacional de impor sanções contra o Irã.
27 de novembro
Thaer Ganaiim/Efe

O líder palestino, Mahmoud Abbas, durante início da conferência de paz para o Oriente Médio realizada em Annapolis, nos EUA

Os Estados Unidos promovem a conferência internacional de Annapolis (Maryland), para reabrir as negociações de paz entre israelenses e palestinos.
As partes se comprometem a buscar um acordo até dezembro de 2008.
Na pauta de negociações está a criação de um Estado palestino e o destino de milhões de refugiados impedidos de voltar para a sua terra.
A crise política entre os próprios palestinos e o governo do premiê israelense, Ehud Olmert, cuja liderança é considerada fraca, lançam dúvidas sobre a viabilidade de se encontrar uma solução no tempo previsto.
25 de novembro
As mortes de dois adolescentes após uma colisão entre a moto em que estavam e uma viatura policial provoca uma onda de violência no subúrbio de Villiers-le-Bel, ao norte de Paris.
Os ataques duram dois dias consecutivos e deixam um saldo de dezenas de carros incendiados e estabelecimentos destruídos. Mais de 77 policiais ficaram feridos durante os confrontos com jovens --que acusaram a polícia pela morte dos garotos.
15 de novembro
Air Abdullah/Efe

Homem reza em meio a escombros das casas destruídas pelo Sidr, em Bangladesh

A passagem do ciclone Sidr na costa sul de Bangladesh deixa ao menos 3.200 mortos e afeta mais de 8 milhões de pessoas. O ciclone --com ventos de até 240 km/h-- destrói milhares de casas e deixa diversas áreas do país fora de comunicação.
O governo de Bangladesh estima que seria necessário cerca de US$ 1 bilhão [cerca de R$ 1,8 bilhão] para reconstruir a infra-estrutura e as condições de subsistência.
A proliferação de doenças entre os desabrigados também é preocupante. As mais comuns são a diarréia --por causa da falta de água potável--, as doenças respiratórias -- em decorrência causa do frio-- e as doenças de pele --causadas pela falta de saneamento básico.
10 de novembro
Em uma reunião da 17ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Santiago do Chile, o rei da Espanha, Juan Carlos 1º, irrita-se com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o manda calar-se. A reação do rei ocorre após Chávez chamar o ex-premiê espanhol José Maria Aznar de "fascista" e interromper repetidas vezes a fala do atual premiê José Luis Zapatero. O bate-boca abre uma crise entre os dois países. Chávez diz que reverá as relações políticas, diplomáticas e econômicas com a Espanha.
7 de novembro
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anuncia que o país alcançou um marco no desenvolvimento de seu programa nuclear, ao colocar em operação 3.000 centrífugas de enriquecimento de urânio. Segundo analistas, as instalações são, em tese, suficientes para produzir uma arma atômica no espaço de um ano. Ahmadinejad afirma, porém, que seus propósitos são pacíficos, e que não abriria mão de seus direitos de produzir energia nuclear.
3 de novembro
O ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, declara estado de emergência no país, sob a alegação de que a Suprema Corte estaria impedindo o combate às atividades terroristas.
Greg Baker/AP

Policiais e ativistas contra Musharraf se confrontam nas ruas de Islamabad

A oposição, porém, acusa Musharraf de tentar desmobilizar seus críticos em um momento em que o ditador perdia popularidade. Até o governo norte-americano, aliado de Musharraf, condena a medida. O episódio contribuiu para um desgaste de Musharraf no poder.
Em 28 de novembro, ele deixa o cargo de chefe das Forças Armadas do país, atendendo a uma das principais exigências da oposição, liderada pelos ex-premiês Benazir Bhutto e Nawaz Sharif, que puderam voltar ao país após passar vários anos no exílio. No dia seguinte (29), Musharraf toma posse como presidente civil do país.
Em 15 de dezembro, ele anuncia o cancelamento do estado de emergência no Paquistão.
Eleições legislativas devem ocorrer em 8 de janeiro. Bhutto, que iria participar da disputa, foi assassinada em atentado após comício no dia 27 de dezembro.
28 de outubro
Andres Stapff/Reuters

Primeira-dama Cristina Kirchner vence eleições presidenciais na Argentina

Cristina Fernández de Kirchner, 54, vence as eleições presidenciais na Argentina com 45% dos votos no primeiro turno, tornando-se a primeira mulher eleita para o cargo na história do país.
Ela sucede seu marido, Néstor Kirchner, que assumiu a Presidência em 2003 em meio a instabilidade política e caos econômico.
Um dos principais desafios de Cristina será conter a alta da inflação no país.
Na posse, no dia 10 de dezembro, ela anuncia como prioridade de seu governo a conclusão dos julgamentos iniciados no governo Kirchner contra integrantes da última ditadura militar, a educação e o acordo social.
21 de outubro
Focos de incêndio atingem o sul da Califórnia. Ao menos 600 mil pessoas são forçadas a deixar suas casas. Espalhado com a ajuda do vento, o fogo --que teve início em Malibu, reduto de celebridades no Condado de Los Angeles-- consome uma área de aproximadamente 1.750 km2 -- pouco maior que a cidade de São Paulo. O governo da Califórnia admitiu que ao menos três pessoas morreram durante o incêndio, que prevaleceu por dias, apesar dos trabalhos dos bombeiros.
9 de outubro
A morte do líder revolucionário Che Guevara na Bolívia completa 40 anos. A ocasião é marcada por uma tentativa de desconstrução do mito. Historiadores procuram enfatizar o "lado humano" de Che, que ao lado de Fidel Castro, comandou a Revolução Cubana, em 1959. Alguns analistas descrevem Che como um homem por vezes "violento e fanático".
24 de setembro
Reuters

Monges vão às ruas na maior manifestação em 20 anos contra junta militar em Mianmar

Um protesto contra o aumento nos preços do combustível transforma-se na maior manifestação pró-democracia em Mianmar (antiga Birmânia) em 20 anos.
Cerca de 5.000 monges budistas vão às ruas para protestar contra a junta militar que governa o país há mais de quatro décadas. O governo reage e expõe a violência do regime.
Segundo o relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas), o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ao menos 31 pessoas morreram durante os confrontos com as forças de repressão do país.
16 de setembro
Guardas da empresa de segurança privada americana Blackwater matam 17 civis iraquianos. O episódio começou quando um comboio que levava uma comitiva de diplomatas americanos cercado por guardas da Blackwater chegavam em uma praça em Bagdá. Um outro comboio, posicionado mais adiante, abriu fogo, matando 17 pessoas.
Na ocasião, a companhia alegou que o comboio havia sido atacado, o que provocou a troca de tiros e as mortes, mas, segundo o FBI, os tiros foram disparados sem justificativa.
31 de agosto
Uma cerimônia oficial em Londres marca os dez anos da morte da princesa Diana.
AP

Morte da princesa Diana em acidente de carro em Paris completa dez anos

Ela morreu ao lado do namorado, Dodi al Fayed, em um acidente de carro em Paris, em 31 de agosto de 1997. As investigações sobre sua morte continuam em curso.
O pai de Dodi, Mohamed al Fayed, diz que Diana estava grávida e acusa a coroa britânica de tramar a morte da princesa.
15 de agosto
Um terremoto de 8 graus na escala Richter atinge o sul do Peru e deixa ao menos 514 mortos e 1.090 feridos. As cidades de Ica, Chincha, Pisco e Canhete, todas ao sul de Lima, foram as mais afetadas. O tremor --o mais potente dos últimos 50 anos-- ainda deixa 85 mil pessoas desabrigadas.
4 de julho
Após quase quatro meses de cativeiro, o jornalista da rede britânica BBC em Gaza, o escocês Alan Johnston, 45, ganha liberdade. Ele foi seqüestrado pelo grupo Exército do Islã, inspirado na rede terrorista Al Qaeda. Seu caso transforma-se em comoção internacional após a divulgação de um vídeo que ele aparece atado em um colete de explosivos e sofre ameaças dos seqüestradores. O Hamas, que controla a faixa de Gaza desde junho, cobra a soltura do jornalista e diz que o episódio prejudicou a imagem do povo palestino.
29 e 30 de junho
AP

Imagem de vídeo mostra tentativa de atentado contra aeroporto de Glasgow, na Escócia

Dois episódios relacionados a ações terroristas deixam a população britânica alarmada. No dia 29 de junho, as autoridades anunciam ter encontrado dois carros com material explosivo na região central de Londres. Os dois veículos continham a mistura letal de gasolina, cilindros de gás, pregos e detonadores.
Aparentemente, a intenção era que os carros fossem explodidos à distância.
Um dia depois, um carro em chamas é atirado contra um terminal do aeroporto de Glasgow, no sul da Escócia. O carro atravessou as barreiras de segurança até se chocar com os portões de vidro do terminal. Em seguida, explodiu a poucos metros do balcão onde centenas de passageiros aguardavam o check-in. Uma pessoa que estava no aeroporto no momento do incidente ficou ferida.
O governo britânico elevou o nível de alerta terrorista para "crítico" -o máximo na escala. Segundo a polícia o ataque relaciona-se com os carros-bomba localizados anteriormente.
29 de junho
O então presidente de Israel, Moshé Katsav, renuncia ao cargo após sofrer acusações de crimes sexuais por várias mulheres. Para escapar da pena de prisão por estupro, Katsav fecha um acordo com a Promotoria do país pelo qual ele pede afastamento e se declara culpado de atos indecentes. O então presidente foi ainda condenado a pagar US$ 11.800 [R$ 23,6 mil] em indenizações às duas mulheres contra as quais admitiu ter cometido ofensas sexuais.
14 de junho
O grupo islâmico Hamas assume o controle total da faixa de Gaza, afastando o grupo laico Fatah, seu rival político. Ao menos 110 pessoas morrem durante as batalhas, que duraram seis dias. A tomada de Gaza aprofunda as divisões entre os palestinos e dificulta o entendimento com Israel em torno de um acordo de paz, uma vez que o Hamas não aceita o Estado de Israel.
14 de junho
Álbum de Família

Itamaraty reconhece morte do brasileiro Vasconcellos Jr.

O Itamaraty reconhece oficialmente a morte do engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Junior, 49, desaparecido no Iraque havia quase dois anos e meio. Em 19 de janeiro de 2005, ele estava no norte do país, quando seu comboio sofreu um ataque. João José trabalhava para a construtora Odebrecht. Seus restos mortais chegam ao Brasil a bordo de um avião comercial.
28 de maio
O governo da Venezuela deixa de renovar a concessão da emissora RCTV, a mais antiga do país e uma das que mais tinham produção local. A RCTV jamais foi perdoada pelo fato de ter apoiado abertamente o golpe frustrado contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em 2002. A medida, extremamente impopular, sofre a reprovação de 69% dos venezuelanos. O episódio também rende a Chávez críticas por uma suposta restrição à liberdade de expressão.
6 de maio
7.mai.2007/AP

Nicolas Sarkozy ganha eleições presidenciais na França

Nicolas Sarkozy, 52, candidato conservador, elege-se presidente da França em uma disputa acirrada. Ele recebeu 53% dos votos no segundo turno. Já sua oponente, Ségolène Royal, do Partido Socialista, obteve 47%.
Conhecido por ser um político ambicioso e hiperativo, Sarkozy promete modernizar a França e reformar o generoso sistema de benefícios sociais do país.
Meses mais tarde, em outubro e novembro, o presidente enfrenta seu primeiro grande desafio: uma greve geral no sistema de transporte francês. Os sindicalistas exigem a manutenção do regime especial de aposentadorias que o presidente quer suprimir. Pelo sistema, eles se aposentam após 37,5 anos de contribuição, em vez de 40 anos, para os demais assalariados.
As greves se esvaziam após o governo anunciar sua disposição em negociar. Os sindicalistas, porém, não conseguem demover Sarkozy dos planos de alterar o regime especial.
3 de maio
A menina Madeleine McCann, 4, desaparece misteriosamente do quarto em que estava em um complexo turístico na região do Algarve, em Portugal. Ela estava na companhia dos irmãos gêmeos Sean e Amelie, de 2 anos.
McCann Family/AP

A menina Madeleine McCann, 4, desaparecida de hotel de Portugal

A polícia portuguesa começa a trabalhar primeiramente com a tese de seqüestro. O caso provoca uma mobilização mundial, e os pais de Madeleine, Gerry e Kate MacCann, encontram-se com o papa Bento 16 em Roma.
À medida que as investigações avançam, surgem variadas versões para o caso. Uma delas é a de que Madeleine teria sido seqüestrada por um membro de uma quadrilha de pedófilos. Posteriormente, seus próprios pais passam a figurar na lista de suspeitos. Segundo uma das linhas de investigação, Madeleine teria sido morta acidentalmente, e seu corpo, ocultado por Gerry e Kate.
O suspense permanece, e a polícia portuguesa afirma ter pouca esperança na resolução do caso.
23 de abril
arquivo/AP

Ex-presidente russo Boris Ieltsin morre aos 76 anos de insuficiência cardiovascular

O ex-presidente da Rússia Boris Ieltsin morre aos 76 anos em um hospital de Moscou, vítima de insuficiência cardiovascular. Padrinho político do atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, Ieltsin foi o primeiro presidente pós era soviética. Seu governo foi marcado pela inflação alta e um capitalismo de tipo mafioso na Rússia.
Polêmico, Ieltsin reconheceu que em alguns momentos do seu mandato agiu sob a influência do álcool. Ele renunciou à Presidência em 31 de dezembro de 1999, seis meses antes de encerrar seu mandato, e afirmou que preferia ficar assistindo a shows de Celine Dion e George Michael em DVD a voltar a trabalhar como político.
16 de abril
O estudante Cho Seung Hui, 23, abre fogo na Universidade Técnica da Virgínia (EUA), matando 32 pessoas e deixando ao menos 30 feridas, no que ficou conhecido como o mais violento massacre a tiros da história do país. Cho, um sul-coreano que vivia nos EUA desde os 8 anos.
26 de março
Os principais partidos católico e protestante da Irlanda do Norte chegam a um acordo de divisão de poder que promete amenizar as históricas hostilidades entre ambos os lados. O pacto consiste na formação de um governo de coalizão. O novo gabinete passa a ser encabeçado pelo líder unionista (protestante) Ian Paisley e tem como como vice-premiê Martin McGuinness, do Sinn Fein, o braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês). Durante mais de três décadas, os conflitos com o IRA deixaram ao menos 3.500 mortos.
30 de janeiro
Reuters

Fidel aparece em vídeo ao lado do presidente venezuelano Chávez

O ditador cubano Fidel Castro aparece pela primeira vez em imagens de TV desde que anunciou seu afastamento do poder por conta de problemas de saúde, em julho de 2006.
O vídeo, de dez minutos de duração, mostra Fidel um pouco mais forte, mas ainda frágil, durante encontro com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um tradicional aliado.
A divulgação das imagens tem o intuito de pôr fim às especulações sobre o deterioração de sua saúde.
30 de janeiro
Milhares de muçulmanos que participavam de festividades religiosas no Iraque tornam-se vítimas de bombardeios e ataques suicidas. Ao menos 58 pessoas morrem no país em diversos atentados. O festival religioso da Ashura passa a ser alvo de ataques de extremistas sunitas, que vêem os xiitas --que são maioria no mundo muçulmano-- como hereges.
10 de janeiro
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assume seu terceiro mandato, que vai até 2013. Ele foi reeleito com 63% dos votos em 6 de dezembro de 2006. No discurso de posse, Chávez diz que entregará sua vida para a construção do socialismo e afirma ainda que gostaria de disputar um quarto mandato.
Em dezembro, porém, sua proposta de reforma constitucional --que lhe permitiria disputar a reeleição indefinidamente-- foi derrotada em referendo popular.
Especial

02/05/2008 - 13h23 - Atualizado em 02/05/2008 - 13h40
Com grau de investimento, Brasil entra no radar de fundos mais conservadores
Nova classificação permite que instituições apliquem dinheiro no país.
Entrada de recursos de fora deverá ser gradual.
Do Valor OnLine entre em contato
A promoção do Brasil à categoria dos países considerados seguros para os investidores vai colocar o país no radar de muitos administradores que ainda viam o Brasil como um lugar exótico para apostar seu dinheiro. No entanto, é improvável que provoque uma enxurrada de dólares de um dia para o outro.


Fundos de pensão e outros investidores institucionais em geral limitam a exposição de suas carteiras a ativos considerados perigosos pelas agências de classificação de risco. No entanto, nos últimos anos alguns dos maiores já tinham adotado normas mais flexíveis, que permitiam aplicar em ações e outros papéis de países como o Brasil mesmo se as agências os desaconselhassem.

Por outro lado, fundos mais conservadores podem exigir o grau de investimento de mais de uma agência para aplicar.

Restrição
"Não temos nenhuma restrição para operar no mercado brasileiro, mas não mudamos rapidamente de posição" , disse Clark McKinley, porta-voz do Calpers, fundo de pensão dos funcionários públicos do Estado da Califórnia. "Fazemos revisões de nossa alocação a cada três anos".

Com ativos avaliados em US$ 245 bilhões, o Calpers é o maior fundo de pensão dos Estados Unidos. Sua carteira inclui uma pequena quantidade de papéis do governo brasileiro, que atualmente valem cerca de US$ 5 milhões, e outros US$ 885 milhões em ações de companhias brasileiras.


No ano passado o fundo reduziu sua exposição ao Brasil, vendendo US$ 25 milhões em títulos do governo que possuía.

Flexibilidade
Muitos fundos americanos como o Calpers tornaram suas políticas de investimento mais flexíveis depois que grandes empresas americanas como a Ford e a General Motors tiveram suas notas revistas pelas agências de classificação de risco e passaram a ser consideradas como investimentos mais arriscados, por causa das dificuldades financeiras que elas enfrentam há anos.


Como guardavam em suas carteiras um grande volume de papéis dessas empresas, esses fundos teriam enormes prejuízos se fossem forçados a se desfazer deles repentinamente.


Para evitar isso, eles mudaram suas políticas para permitir a aplicação em ativos classificados como mais arriscados. Mas, mesmo assim, continuaram agindo de forma bastante cautelosa.

Controle de risco
O fundo de pensão dos funcionários públicos do Estado da Flórida, que administra ativos avaliados em US$ 138 bilhões, tem apenas 0,5% da sua carteira comprometida com papéis de empresas mal vistas pelas agências de classificação de risco. As normas do fundo não proíbem a compra desses títulos, mas limitam o volume de recursos que podem ser usados para comprar papéis sem grau de investimento. O fundo não divulga dados sobre a nacionalidade dos emissores dos títulos na sua carteira.


A opinião das agências de classificação de risco é importante para os fundos, mas não é o único fator que eles levam em conta na hora de investir. "Embora notas melhores sejam um benefício para a composição da nossa carteira, elas não necessariamente afetam nosso apetite por este ou aquele papel", afirmou Ricardo Duran, porta-voz do CalSTRS, fundo de pensão dos professores da Califórnia.


Com ativos de US$ 164 bilhões, o CalSTRS tem cerca de US$ 30 milhões em títulos do governo brasileiro na sua carteira. Um quinto do seu patrimônio está aplicado em ações e outros papéis de estrangeiros. Em junho de 2007, data da última posição detalhada, a carteira incluía US$ 855 milhões em ações de empresas brasileiras como a Petrobras, a Vale do Rio Doce e o Itaú.


Analistas como o economista Marcelo Carvalho, do banco de investimentos Morgan Stanley, acreditam que a atração de novos investimentos será gradual. "A expectativa de que o país estava perto de conquistar o grau de investimento fez muitos investidores se anteciparem nos últimos meses", afirmou. Agora será a vez de instituições mais cautelosas, como os bancos centrais de outros países, que não estão acostumados a aplicar em papéis brasileiros.
24/05/2008 - 11h37
Reservas devem passar de US$ 200 bilhões neste mês
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
As reservas em moeda estrangeira devem ultrapassar US$ 200 bilhões até o final do mês. Os dados mais recentes do Banco Central mostram saldo de US$ 198,986 bilhões no dia 21. Se comparados com os US$ 100 bilhões de fevereiro de 2007, esse novo saldo recorde significa que as reservas duplicaram de tamanho em pouco mais de um ano.
O aumento de lá para cá é reflexo do forte ingresso de capital estrangeiro no Brasil. Boa parte desses dólares tem sido comprada pelo Banco Central.
A política de compra de divisas do BC foi iniciada em janeiro de 2004, quando as reservas internacionais do país estavam perto de US$ 50 bilhões. De lá para cá, as aquisições feitas ultrapassaram os US$ 150 bilhões, possibilitando o crescimento das reservas.
Essas compras, por sua vez, foram possíveis por causa dos saldos positivos alcançados pelas contas externas do país. Fato inédito na economia brasileira, a conta de transações correntes --que considera a compra e a venda de bens e serviços com outros países-- ficou positiva por cinco anos seguidos, de 2003 a 2007.
Em tese, um grande volume de reservas internacionais ajuda a proteger o país contra crises internacionais. O saldo acumulado é uma espécie de poupança do governo em moeda estrangeira e ajuda a indicar para o mercado financeiro que o país tem dinheiro suficiente para honrar sua dívida externa, diminuindo, portanto, as chances de um calote.
O aumento das reservas é citado como um dos motivos que levaram o Brasil a ser elevado à categoria de grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Segundo dados apurados no final de 2007, o valor das reservas superava inclusive o montante da dívida externa brasileira, outro fato inédito.
Os críticos a essa política do BC, porém, apontam o elevado custo de manutenção dessas reservas. Esse custo vem de duas fontes. Uma é a própria queda da cotação do dólar --a moeda tem batido recordes de desvalorização nas últimas semanas. Com a divisa valendo menos, o valor das reservas medido em reais também diminui, já que boa parte desses recursos está investida em títulos corrigidos pelo câmbio --logo, o BC tem perdas sempre que o dólar fica mais fraco.
Emissão de títulos
Além disso, existe o custo das compras de dólares feitas pelo BC. Para fazer essas aquisições, o governo precisa conseguir reais, e isso é feito pela emissão de títulos públicos, atrelados à taxa Selic. O país contrai dívidas corrigidas a juros mais elevados --hoje de 11,75% ao ano-- e aplica em papéis emitidos por países desenvolvidos, principalmente os EUA, em que a taxa básica está em 2%.
Para defender sua política, o BC argumenta que os benefícios da acumulação de reservas compensam os custos impostos por ela. A concessão do grau de investimento ao Brasil seria, segundo esse argumento, um sinal de que os ganhos alcançados são suficientemente altos para justificar as despesas com a compra de dólares.
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Fundo soberano deve ter 0,5% do PIB
18/05/2008 - 11h12
Fundo soberano deve ter 0,5% do PIB
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da Folha Online
O governo vai mesmo poupar mais dinheiro dos impostos a fim de financiar o fundo soberano do Brasil. Não haverá anúncio formal de uma nova meta de superávit primário, mas a equipe econômica pretende aumentar a poupança dos atuais 3,8% do PIB para 4,3% do PIB, informam os colunistas da Folha Vinicius Torres Freire e Guilherme Barros em reportagem publicada neste domindo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Em entrevista à Folha, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o projeto de lei que cria o Fundo Soberano do Brasil (FSB) deve ser enviado ao Congresso amanhã, em regime de urgência. O texto do projeto de lei ficou pronto na sexta-feira passada.
Pelo documento, o FSB vai receber dinheiro do Orçamento, dos impostos, e será o cotista do Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização (FFIE), que será constituído provavelmente no Banco do Brasil. O FFIE será gerido pelo pessoal do Tesouro Nacional, com a supervisão de um conselho, que deverá contar com membros da diretoria do Banco Central. O BNDES, por sua vez, vai financiar a compra de produtos de empresas brasileiras no exterior e a expansão dessas companhias fora do país.
O fundo soberano é um instrumento financeiro criado por alguns países para administrar, geralmente, as suas reservas internacionais, o que não será o caso do Brasil. Em geral, são países com muitos dólares, oriundos principalmente de exportações. Entre os maiores fundos soberanos estão os da China, Cingapura, Arábia Saudita e Noruega.
Hoje, as reservas internacionais são administradas pelo Banco Central. Já o fundo deve ser gerido pelo Tesouro Nacional, subordinado ao Ministério da Fazenda.
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25/05/2008 - 22h21
Morte de líder máximo das Farc cria incerteza sobre futuro do grupo
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da Folha Online
A morte do fundador e líder máximo das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Manuel Marulanda, o Tirofijo, somada a uma série de revezes militares recentes, fazem os colombianos se perguntarem se a insurgência de 44 anos não terá de enfrentar mudanças e aceitar as condições do governo para uma troca humanitária entre reféns do grupo e guerrilheiros presos.
"O fim das Farc está à vista", disse o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, a jornalistas neste domingo após um importante líder das Farc confirmar que Marulanda morreu de infarto no dia 26 de março. "Estamos ganhando, mais ainda não vencemos", acrescentou o ministro. Santos e outros líderes pediram aos rebeldes abandonarem as armas e conversar sobre a paz.
Porém, as Farc, com 9.000 homens segundo o Exército, disseram que continuarão enfrentando o governo. "Iremos continuar nosso trabalho", disse o comandante rebelde Timoleon Jimenez, conhecido como Timochenko, em mensagem de vídeo, "profundamente otimista de que seguiremos adiante apesar dessa adversidade."
Timochenko afirmou que as Farc são uma "luta pelo poder político, luta por uma sociedade justa e luta pelo socialismo".
Em março, o número dois da guerrilha Raul Reyes e outro membro do secretariado das Farc morreram, e na semana passada uma importante líder guerrilheira desertou o grupo.
Apesar das perdas sofridas pelos rebeldes, considerados pelos EUA e pela União Européia como terroristas, o grupo continua poderoso. Em diversas regiões do país, combates com a polícia e o Exército são quase diários.
Nova liderança
Se as Farc seguirão em uma nova direção depende de Alfonso Cano, ideólogo da guerrilha nomeado seu novo líder.
Adam Isacson, analista para a Colômbia do Centro para Política Internacional, em Washington, diz que o grupo está em "um momento de encruzilhada".
"Nos últimos seis anos, não vimos nada diferente, não houve mudanças na política estratégica", afirmou. "É difícil dizer em que direção as Farc seguirão, mas parece certo que será em uma direção diferente."
Isacson considera como um sinal positivo o fato de a liderança das Farc não ter escolhido o novo chefe entre os membros do braço militar do grupo, que seria mais resistente à idéia de dialogar com o governo.
Cano, cujo nome real é Guillermo Saenz Vargas, estudou antropologia em uma das melhores universidades da Colômbia antes de militar na Juventude comunista, e acredita-se que ele tenha se unido às Farc no fim dos anos 1970. Sua idade é estimada em 50 anos.
Duas semanas atrás, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, chamou Cano de um "terrorista que faz pose de filósofo".
Cano foi líder do braço político clandestino das Farc, o Partido Comunista Clandestino da Colômbia, quando criado em 2000. O partido continua presente em cidades colombianas, principalmente entre estudantes universitários.
O ministro da Defesa manifestou a esperança de que o novo líder das Farc será mais inclinado a negociar a paz. "Esta é uma mensagem a Alfonso Cano", afirmou. "O governo sempre manteve aberta a porta da paz."
Impasse
O governo recusou, no entanto, aceitar a demanda rebelde de criar uma zona desmilitarizada no sudeste da Colômbia para a realização da troca humanitária.
As Farc libertaram de forma unilateral seis reféns em janeiro e fevereiro, sob a mediação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas dizem que não irá libertar mais reféns sem a criação da zona desmilitarizada.
Após as informações iniciais não confirmadas sobre a morte de Marulanda, Uribe anunciou no sábado estar disposto a oferecer "liberdade condicional" aos rebeldes que libertarem reféns e uma passagem para o exterior.
"Ele disse que alguns "haviam ligado ao governo para dizer que estão dispostos a libertar reféns, começando com Ingrid Betancourt" --mas querem garantias de que não serão presos.
Uribe declarou que o governo irá demandar ao Judiciário a concessão de "liberdade condicional" a essas pessoas. De acordo com Bogotá, as Farc mantêm 700 reféns, incluindo três americanos, raptados em 2003, e Betancourt, cidadã franco-colombiana seqüestrada em 2002, quando era candidata à Presidência.
A mãe e a irmã de Betancourt emitiram uma declaração conjunta neste domingo pedindo a Cano, descrito como "um homem ilustre e progressivo" a liberdade de Ingrid e de outros três reféns colombianos.
Com Associated Press e Reuters
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25/05/2008 - 12h14 - Atualizado em 26/05/2008 - 07h30
Farc confirmam morte de chefe
Marulanda morreu de ataque cardíaco em março, diz Farc através de comunicado.
Álvaro Uribe ofereceu US$ 100 milhões aos guerrilheiros que libertarem reféns.
Do G1, com agências entre em contato

Ricardo Mazalan/AP
Manuel Marulanda, em foto de 9 de fevereiro de 2001 (Foto: Ricardo Mazalan/AP)
A guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmou neste domingo a morte de seu líder histórico, Manuel Marulanda, anunciou a rádio "Caracol". E afirmou que "Alfonso Cano" assumiu o posto.


Em um vídeo transmitido pela emissora Telesur, Timoleón Jiménez 'Timocheko', um dos integrantes do secretariado das Farc, disse que Marulanda morreu de ataque cardíaco, em março.

"Com imenso pesar informamos que nosso Comandante em Chefe, Manuel Marulanda Vélez, morreu no passado 26 de março como consequeência de um infarto nos braços de sua companheira e rodeado por sua guarda pessoal", disse Jiménez, no comunicado. "Nos despedimos fisicamente em nome dos guerrilheiros bolivarianos", completou.

O anúncio das Farc aconteceu horas depois de o governo colombiano dizer que o chefão estava morto e que o grupo guerrilheiro tinha que entregar uma prova do contrário.


AFP
Alfonso Cano (à direita) conversa com o então presidente colombiano Andres Pastrana, em Los Pozos, em foto de 8 de fevereiro de 2001 (Foto: AFP)
O novo líder
"Alfonso Cano", cujo verdadeiro nome é Guillermo León Sáenz, é um antropólogo colombiano.

Segundo os analistas, "Cano", com 31 anos de militância nas Farc, é considerado um dos ideólogos dessa organização armada de esquerda e chegou à guerrilha camponesa vindo de Bogotá.

"Cano" nasceu no dia 22 de julho de 1948 em Bogotá, estudou Antropologia na Universidade Nacional da capital colombiana e atualmente é o chefe político do Bloco Ocidental e integrante do secretariado (chefia máxima) das Farc. Antes de ingressar nas fileiras da guerrilha, pertenceu ao Partido Comunista Colombiano e foi seu "comissário político".

Desde 2000, é o responsável pelo Movimento Bolivariano da Nova Colômbia, um projeto político da principal guerrilha.

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"Alfonso Cano", de barba muito espessa e óculos redondos, tem 47 ordens de captura e uma "circular vermelha" da Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol) sob acusações de rebelião, terrorismo, homicídio e seqüestro. Representou as Farc nos diálogos frustrados com o governo do presidente César Gaviria (1990/1994) em Caracas e na localidade mexicana de Tlaxcala, em 1991 e 1992.

Outros chefes das Farc na linha de comando são Luciano Marín Arango, conhecido por "Ivan Márquez"; Jorge Briceño Suárez, conhecido por "Mono (Macaco) Jojoy"; Rodrigo León Londoño ou "Timochenko"; e Milton de Jesús Toncel Redondo, conhecido por "Joaquín Gómez".

Proposta
Horas antes, o presidente colombiano Álvaro Uribe ofereceu ainda US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 165 milhões) aos guerrilheiros que libertarem reféns seqüestrados.

Uribe disse que fará "um fundo de recompensas de até US$ 100 milhões para dar para aqueles integrantes do grupo terrorista das Farc que se desmobilizarem, abandonarem o grupo e que libertem os reféns".

Ainda dentro do acordo, o mandatário da Colômbia afirmou ainda que vai "buscar um mecanismo de liberdade condicional" aos integrantes que se entregarem. Ele comentou ainda da possibilidade deles serem levados "de imediato" para a França. O principal alvo de Uribe é conseguir a libertação da ex-candidata à Presidência do país, Ingrid Betancourt, nas mãos das Farc desde fevereiro 2002.
23/05/2008 - 14h02 - Atualizado em 23/05/2008 - 18h12
Entenda o que é a Unasul
Instituição visa integração política e econômica dos 12 países da América do Sul.
Da BBC entre em contato

Presidentes e representantes dos 12 países da América do Sul assinaram em Brasília, nesta sexta-feria, o tratado de criação da União das Nações Sul-americanas, a Unasul.


Entenda como o grupo surgiu e quais são seus principais objetivos.

O que é a Unasul?
A Unasul (União das Nações Sul-americanas) reúne os doze países da América do Sul e visa aprofundar a integração da região.


Por suas riquezes naturais, a América do Sul é importante internacionalmente como um dos principais centros produtores de energia e de alimentos do planeta. Chile e Peru são ainda dois dos principais endereços da indústria mineradora no mundo.

Como a Unasul nasceu?
A iniciativa da criação de um órgão nos moldes da Unasul foi apresentada, oficialmente, numa reunião regional, em 2004, em Cusco, no Peru.


O projeto recebeu o nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), mas o nome foi modificado para Unasul durante a Primeira Reunião Energética da América do Sul, realizada no ano passado na Venezuela.


O nome Unasul - Unasur para os países de língua espanhola - surgiu depois de críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez ao que ele chamou de lentidão da integração.


Quais serão os principais objetivos deste novo organismo?
Os principais objetivos serão a coordenação política, econômica e social da região.


Com a Unasul, espera-se avançar na integração física, energética, de telecomunicações e ainda nas áreas de ciência e de educação, além da adoção de mecanismos financeiros conjuntos.

O que se define em Brasília?
A partir desta reunião, a Unasul passa a ter personalidade política própria e, na prática, passará a ser um organismo internacional.


Ou seja, não se limitará mais a um fórum de debates, mas incluirá a possibilidade de serem adotadas medidas conjuntas.


Os presidentes assinam esta formalização nesta sexta-feira, mas para que Unasul comece a funcionar como organismo internacional o texto ainda precisa ser ratificado pelos congressos de nove dos doze países.


O que mais é discutido em Brasília?
Os líderes regionais estão discutindo também a criação do Conselho de Defesa da América do Sul. A idéia foi apresentada oficialmente pelo Brasil, mas é rejeitada pela Colômbia.


A iniciativa ganhou força no início deste ano, depois da crise envolvendo Venezuela, Colômbia e Equador, provocada por uma ação militar colombiana contra as Farc em território equatoriano.

Além do Conselho, que outras bases internas da Unasul poderão surgir?
Existe o plano de criação do Parlamento único da Unasul, mas não há nenuma expectativa de que a idéia seja colocada em prática em um futuro próximo.


A Unasul terá ainda uma secretaria permanente que deverá ser em Quito, no Equador.

Qual o tamanho da Unasul?
Os países que farão parte do grupo têm cerca de 360 milhões de habitantes e, de acordo com dados da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), tinham um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhões em 2006.

Ainda de acordo a Cepal, só o PIB do Brasil era de US$ 1,06 trilhão em 2006. Em 2007, o PIB do Brasil foi de US$ 1,3 trilhão.

Mas este é um grupo desigual, que conta com 180 milhões de habitantes do Brasil e três milhões do Uruguai, por exemplo.

Quais são os desafios da Unasul?
Num primeiro momento, os governos parecem ter expectativas diversas sobre os resultados reais da Unasul.


O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley, disse que seu país tem três principais interesses nessa integração: energia, infra-estrutura e uma política comum de inclusão social.


Por sua vez, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou que a Bolívia espera que a Unasul não se limite às questões comerciais e trate da "união dos povos".


Mas talvez o principal desafio da Unasul será colocar em prática suas medidas, como a integração energética, já que hoje o desafio entre quatro países - Brasil, Argentina, Bolívia e Chile - ainda não foi resolvido.


Questões bilaterais - ou trilaterais - também estão na lista de desafios da região.


Disputas territoriais entre Chile e Peru, da época da Guerra do Pacífico, no século 19, estão hoje no Tribunal Internacional de Haia. A Bolívia reinvidica do Chile uma saída para o mar, perdida na mesma guerra do Pacífico.


Venezuela, Equador e Colômbia travam, desde março, uma disputa envolvendo as Farc (grupo guerrilheiro mais antigo do mundo, com mais de 40 anos) que ainda não teve conclusão.

Quais são os próximos passos?
No sistema de presidência temporária e rotativa, a próxima presidência caberia à Colômbia, que abriu mão do direito, que passará ao Chile.


Nos termos do Tratado, a Unasul terá como órgãos deliberativos um Conselho de Chefes de Estado e de Governo, um Conselho de Ministros de Relações Exteriores e um Conselho de Delegados.


Haverá reuniões anuais de chefes de Estado e de Governo e reuniões semestrais do Conselho de Ministros de Relações Exteriores.
23/05/2008 - 16h38
Lula diz que está de "alma lavada" com criação da Unasul
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, após participar da reunião de cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que a América do Sul está "mais forte do que nunca" apesar dos descrentes na região. Lula disse estar de "alma lavada" com a criação do grupo de países sul-americanos, mas admitiu que o "bloco" terá que enfrentar muitos desafios antes de conquistar espaço no cenário internacional.
"A caminhada até construirmos a muralha da China vai demorar muito tempo", afirmou depois de assinar o tratado que cria oficialmente a Unasul. Segundo o presidente brasileiro, a união dos países não impede que cada nação mantenha suas posições individual e bilateralmente no cenário internacional.
Lula comparou a Unasul com a União Européia ao afirmar que o grupo de países europeus nem sempre firma posições semelhantes sobre temas na região. "Quando os Estados Unidos decidiram fazer a guerra contra o Iraque, países da União Européia tiveram divergências. A Espanha e a Inglaterra apoiaram. A França e Alemanha foram contra. Nem por isso criou-se qualquer ruptura na base do tratado que criou a União Européia", afirmou.
Na opinião do presidente brasileiro, a criação da Unasul é o fato político mais importante para a América do Sul em sua história recente. "Nossa vontade política, a crença que nós temos na integração, a busca da complementaridade entre nós, vai permitir que mesmo sem dinheiro, mas com a nossa disposição política, nós vamos em menos tempo do que qualquer outro processo de integração no mundo fazer com que a América do Sul dê um salto gigantesco."
Unasul
Os países sul-americanos assinaram nesta sexta-feira o tratado que constitui oficialmente a Unasul. O presidente Evo Morales (Bolívia) passou a presidência temporária do órgão para a presidente Michelle Bachelet (Chile) pelos próximos dois anos.
"Posso dizer à Bachelet que, da parte do Brasil, você terá 100% de dedicação, apoio, em qualquer momento, para que possa consagrar ainda mais a integração sul-americana que acabamos de assinar", disse Lula. O presidente agradeceu o "empenho e dedicação" de Morales para a constituição do grupo de países sul-americanos.
A presidente do Chile disse que a organização da Unasul por um presidente sindicalista (Lula), outro descendente de indígenas (Morales) e uma mulher "seria algo impensável" há pouco tempo. "Mas não é casualidade. Há na América Latina presidentes que expressam sua diversidade. Que esta união de nações sul-americanas tenha um marco claro para continuar avançando", defendeu.
O presidente boliviano disse, por sua vez, que a meta da Unasul será buscar a "igualdade dos povos sul-americanos. "Muitos líderes de setores relutavam em nos dar vida. Mas a luta dos antepassados não está sendo em vão. A única meta é buscar a igualdade dos povos, chegar rapidamente à justiça social. Sigo pensando que a América do Sul é grande esperança não só para sul-americanos, mas para todos os seres humanos do mundo", disse Morales.
Assim como Morales, Bachelet também defendeu a justiça social como prioridade para as ações da Unasul. "A América do Sul e também países do Caribe e América Latina podem ser atores globais para tomar decisões. Um dos objetivos fundamentais da integração é dar melhores condições de vida ao nosso povo. A integração econômica não é o mais importante, mas o instrumento para alcançarmos melhores condições de vida para o nosso povo."
A presidente do Chile disse acreditar que, na Unasul, os países sul-americano terão melhores condições para enfrentar a crise alimentícia internacional.
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08/05/2008 - 07h29
Berlusconi nomeia líder da Liga Norte para Reformas
ASSIMINA VLAHOU
da BBC, em Roma
Menos de um mês após ser eleito para seu terceiro mandato como primeiro-ministro da Itália, o líder de centro-direita Silvio Berlusconi anunciou nesta quarta-feira a formação do novo governo, que toma posse na próxima semana.
O novo ministro de Reformas será Umberto Bossi, líder da Liga Norte, partido que defende o combate à imigração.
Outro membro da Liga Norte, Roberto Maroni, será o ministro do Interior, responsável pelas questões relacionadas a imigração.
Um dos pontos fortes do programa deste governo é limitar a entrada de estrangeiros e aumentar o ritmo de expulsões dos irregulares.
Há um ministério inédito, o da Simplificação, que deve agilizar a burocracia e sintetizar as 120 mil leis italianas. O responsável será Roberto Calderoli, também da Liga Norte, cuja indicação provocou críticas de expoentes do mundo muçulmano.
No governo anterior de Berlusconi, Calderoli era ministro das Reformas Institucionais e causou polêmica ao usar uma camiseta com desenho anti-islâmico.
O Ministério da Economia será comandado por Giulio Tremonti, que ocupou o mesmo cargo no governo anterior de Berlusconi.
Em livro recentemente publicado, Tremonti critica a globalização. Ele defende maior protecionismo por parte do Estado para o capitalismo ocidental, contra a concorrência de países que são competitivos graças a salários baixos.
O vice-presidente da Comissão Européia, Franco Frattini, será o novo ministro do Exterior.
O Executivo liderado por Berlusconi vai prestar juramento de fidelidade à República e à Constituição nesta quinta-feira à tarde, diante do presidente Giorgio Napolitano.
Berlusconi, um magnata das comunicações de 71 anos, é o homem mais rico da Itália e já foi primeiro-ministro de 1994 a 1995 e de 2001 a 2006.
Seu novo executivo terá 21 ministros, com idade média de 52 anos. A maioria vem da região norte do país e quatro são mulheres.
Após o juramento desta quinta-feira, o governo de Berlusconi vai passar pelo voto de confiança na Câmara e no Senado, na terça e na quarta-feira. Só depois o novo executivo tomará posse efetiva.
Conforme Berlusconi prometeu logo após a eleição, a primeira reunião do conselho de ministros deve ser realizada em Nápoles, por conta da crise do lixo na cidade e nas redondezas, que ele definiu como uma das prioridades de seu governo.
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23/05/2008 - 08h26
Nova descoberta pode elevar Brasil a potência petrolífera, diz "WSJ"
da BBC Brasil
O jornal americano "The Wall Street Journal" diz em sua edição dexta sexta-feira que a nova descoberta de petróleo na Bacia de Santos, anunciada na quarta-feira, "esquenta especulações" sobre a ascensão do Brasil ao grupo dos grandes exportadores globais e de que o país tem reservas suficientes para "aliviar a pressão sobre os crescentes preços do petróleo".
Segundo a reportagem, "a descoberta é a última em uma série de ações bem sucedidas da empresa, aumentando as esperanças de que o Brasil será a nova grande novidade em petróleo global".
"Com o preço do petróleo batendo novos recordes, grandes descobertas no Brasil iriam aumentar o otimismo da indústria energética de que o país poderia suprir petróleo suficiente para manter o ritmo da crescente demanda", diz o jornal.
"Nas negociações na quinta-feira, na Bolsa de Nova York, o preço do barril caiu US$ 2,36, ou 1,8%, para US$ 130,81 o barril, em parte diante da perspectiva de maior suprimento vindo do Brasil", afirma.
Segundo o jornal, as descobertas seriam especialmente bem-vindas nos Estados Unidos, garantindo uma nova fonte de petróleo em seu hemisfério.
"O foco de atenção é a Bacia de Santos, uma série de campos de petróleo potenciais enterrados sob milhas de águas ocêanicas, terra e uma teimosa camada de sal. A perfuração exploratória em diferentes campos produziu petróleo bastante similar, alimentando uma excitante nova teoria: de que a bacia pode ser um contínuo mega-depósito de petróleo."
O jornal afirma, no entanto, que apesar do otimismo, observadores dizem que há boas razões para ceticismo.
"A exploração e a extração de petróleo em águas super-profundas são uma empreitada cara e arriscada. O sal que fica sobre os potenciais campos soma desafios técnicos porque muda de lugar e é propenso a mudanças bruscas de pressão. E apesar dos avanços na tecnologia de imagens geológicas, é impossível saber a quantidade e a qualidade do petróleo escondido em um depósito até que ele comece a jorrar - um processo que leva anos."
Mas, segundo o WSJ, os investidores não estão esperando para apostar neste potencial.
"A fatia da Petrobras negociada publicamente aumentou tanto este ano que o valor de mercado da companhia ultrapassou o de empresas de nomes conhecidos, como a General Electric e a Microsoft", afirma o jornal.
Segundo a reportagem, só com as reservas já encontradas o Brasil, provavelmente, chegaria ao topo dos exportadores latino-americanos.
"Para um país que começa a abandonar seu passado como país em desenvolvimento volátil, tanta bonança pode ser bom ou ruim. O dinheiro do petróleo vai encher os cofres do governo, mas também pode deixar o Brasil tentado a adotar hábitos esbanjadores de outros grandes exportadores de petróleo", conclui o WSJ.
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21.05.2008

Petrobras anuncia descoberta de petróleo na Bacia de Santos

A Petrobras informou hoje que encontrou petróleo na Bacia de Santos, na área conhecida como "Bem-Te-Vi", a 250 quilômetros do litoral de São Paulo. Segundo a empresa, o óleo é de boa qualidade e está a quase sete mil metros de profundidade. O reservatório fica abaixo da camada de sal, onde têm sido descobertas várias reservas de petróleo e gás.
A nova área fica próxima ao poço conhecido como "Carioca", que no mês passado foi tratado pelo diretor da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, como o terceiro maior campo de petróleo do mundo. Na ocasião, a Petrobras declarou que não era possível fazer aquela afirmação e hoje disse o mesmo sobre o volume de petróleo encontrado no reservatório de "Bem-Te-Vi".

21/05/2008 - 18h57
Petrobras anuncia nova descoberta de petróleo na bacia de Santos
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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
A Petrobras confirmou nova descoberta de petróleo na área do pré-sal, na bacia de Santos. Desta vez, foram encontrados indícios de petróleo em um poço perfurado no BM-S-8, na área conhecida como Bem-Te-Vi. A acumulação encontrada é vizinha ao BM-S-9, conhecido como Carioca, no qual já havia sido encontrados indícios de petróleo.
De acordo com a Petrobras, a qualidade do óleo é comparável a outras descobertas na área do pré-sal. O poço está situado a cerca de 250 quilômetros da costa do Estado de São Paulo. Foram feitas perfurações a até 6.773 metros de profundidade. A descoberta situa-se a cerca de 6 mil metros de profundidade.
A Petrobras informou que ainda não é possível avaliar o volume das reservas que se encontram no bloco. Será feito um plano de avaliação da descoberta, que será entregue à ANP (Agência Nacional do Petróleo), e os investimentos em exploração no local terão continuidade.
A Petrobras é a operadora de Bem-Te-Vi, com 66% de participação. Tem como sócias a anglo-holandesa Shell (20%) e a portuguesa Galp (14%).
A área do pré-sal, onde foi constatada a nova descoberta, é a província petrolífera mais promissora do Brasil. Localizada em região ultra-profunda (a mais de 5 mil metros de profundidade), fica após uma extensa camada de sal, no fundo do mar. A Petrobras vem desenvolvendo perfurações nessa camada de forma pioneira.
É no pré-sal que está a principal descoberta da história do país, o campo de Tupi, que também está localizado na bacia de Santos. Estima-se que Tupi tenha de 5 bilhões a 8 bilhões de boe (barris de óleo equivalentes), que somam o potencial de petróleo e gás. Esse volume representa mais da metade das reservas comprovadas brasileiras.
Além de Tupi, outra descoberta significativa no pré-sal foi no BM-S-24, na área conhecida como Júpiter. Lá foram constatados indícios de gás natural, que a própria Petrobras admite que poderão tornar o Brasil auto-suficiente na produção do insumo energético.
A outra descoberta confirmada na bacia de Santos foi no BM-S-9, conhecido como Carioca. A região foi ponto central de polêmica no mercado depois que o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou que as reservas do bloco poderiam chegar a 33 bilhões de boe. A Petrobras ainda não confirmou o potencial das reservas de Carioca.
Arte Folha


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14/04/2008 - 12h57 - Atualizado em 15/04/2008 - 07h35
Reserva de petróleo em bloco da Bacia de Santos pode ser 3ª do mundo, diz ANP
Diretor-geral Haroldo Lima disse que soube da informação por 'canais não-oficiais'.
Segundo ele, se confirmada, descoberta será a maior dos últimos 30 anos.
Do Valor OnLine entre em contato
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou nesta segunda-feira (14) que a agência recebeu informações não oficiais de que o bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, teria reservas até cinco vezes maiores do que as estimadas para o campo de Tupi. Isso faria do bloco, de acordo com o diretor da ANP, o terceiro maior do mundo.

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De acordo com Lima, os volumes do campo poderiam atingir 33 bilhões de barris de óleo-equivalente. O BM-S-9 tem como operadora a Petrobras, detentora de 45% do campo, em associação com a britânica BG (30%) e com a hispano-argentina Repsol YPF (25%).

A assessoria de comunicação da Petrobras informou que direção da estatal não confirma a dimensão das reservas do bloco.

"São informações oficiosas. Estamos sabendo por canais não-oficiais, mas oriundos da operadora, de que o prospecto carioca aponta para recursos cinco vezes maiores do que Tupi", afirmou Lima, que participou nesta segunda do 4º Seminário de Petróleo e Gás no Brasil, patrocinado pelo Ibre-FGV.


Segundo Lima, caso confirmada, a descoberta deve ser a maior dos últimos 30 anos em todo o mundo e passaria a ser o terceiro maior campo de petróleo do planeta. O BM-S-9, situada na Bacia de Santos, é mais um bloco localizado na área do pré-sal e foi adquirido na 2ª Rodada de Licitações da ANP.


A estimativa para o volume de reservas de Tupi foi anunciada no ano passado pela Petrobras, que acredita na ocorrência de 5 bilhões a 8 bilhões de óleo-equivalente.

26/05/2008 - 08h10
Presidente eleito do Paraguai diz que Brasil e Argentina exploram seu país
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da Agência Brasil, em Brasília
O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, disse que quer renegociar os contratos de energia elétrica com Brasil e Argentina, e acusou "os governos de esquerda" dos dois países vizinhos de "explorarem economicamente" o seu país. A afirmação foi feita em entrevista à agência de notícias Lusa, divulgada neste fim de semana.
"Somos um dos maiores produtores de energia elétrica do mundo e por isso mesmo vamos renegociar os contratos que temos com o Brasil na barragem de Itaipu e com a Argentina em Yacyretá", afirmou Lugo em Montevidéu (capital do Uruguai), onde esteve negociando com o colega uruguaio, Tabaré Vasquez.
Lugo criticou o contrato de fornecimento de energia que mantém com os governos brasileiro e argentino. "Não podemos continuar sendo explorados economicamente por países que têm governos de esquerda e que dizem estar lutando por uma América Latina mais próspera e democrática, como é o caso do Brasil e da Argentina."
Falando especificamente de Itaipu, Lugo afirmou ter "certeza" de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabará renegociando o contrato entre os dois países, uma vez que, segundo ele, alguns ajustes já terão de ser feitos. O governo brasileiro, entretanto, não admite a renegociação, e especialistas defendem "revisão zero" como forma de criar uma segurança jurídica no setor elétrico na região.
O ex-bispo católico disse que "está na hora do Paraguai retomar a sua dignidade enquanto país e recuperar a sua soberania, exportando energia elétrica para países como o Uruguai". O contrato atual estipula que o excesso de energia elétrica produzida na barragem de Itaipu deve ser vendido, preferencialmente, ao Brasil.
O Brasil paga US$ 400 milhões (R$ 661,5 milhões) por ano ao Paraguai por essa energia. Se o governo de Fernando Lugo conseguir chegar a um entendimento com os presidentes Lula e Cristina Kirchner, a receita poderá aumentar em até US$ 1,8 bilhão.
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13/05/2008 - 17h13
Paralisação de agricultores argentinos põe em risco exportações de cereais
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da France Presse, em Buenos Aires
A paralisação de produtores e empresários agrícolas na Argentina, que chega ao sétimo dia nesta terça-feira, põe em risco o cumprimento dos embarques de cereais, segundo a Bolsa de Comércio de Rosário.
Ao porto de Rosário, o principal centro de exportação de grãos do país, chegaram até a madrugada de terça-feira apenas dois caminhões com cereais, o que representa uma redução de 78%, anunciou a entidade em comunicado.
Segundo a nota da Bolsa, no mesmo período em 2007, chegaram aos portos 5.969 caminhões, o que evidencia a crise comercial vivida pelo país.
Segundo informação oficial, a média diária de entrada de caminhões no porto nos últimos cinco dias foi de 1.399 unidades, quando no mesmo período do ano passado o número chegou a 5.241.
"Há US$ 15 bilhões de grãos, de todos os tipos, sem vender. A operação diária normal era de no mínimo 100.000 toneladas, mas depois da greve não supera as 20.000 toneladas", disse Víctor Barbarito, da empresa agropecuária Talensur.
Os produtores agropecuários se revoltaram contra a política fiscal do governo da presidente Cristina Kirchner, que em março passado decretou impostos sobre as exportações cuja taxa cresce proporcionalmente aos preços internacionais.
A decisão afeta principalmente a soja, com colheita em 2008 avaliada em US$ 24 bilhões.
A disputa pelo lucro da soja traz conseqüências à atividade econômica geral da Argentina, uma potência agrícola cuja economia global cresce em média 8% ao ano, desde 2003.
A Argentina é o primeiro exportador mundial de óleo de soja e girassol, além de ser o segundo exportador de milho e trigo, com uma capacidade de fornecer alimentos para 300 milhões de pessoas, de acordo com a secretaria governamental de Agricultura.
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27/03/2008 - 19h56 - Atualizado em 28/03/2008 - 01h53
Cristina Kirchner pede a produtores agrários que suspendam greve
Presidente argentina usou tom conciliador para tentar encerrar crise.
Greve é um protesto pelo aumento dos impostos à exportação de grãos.
Da EFE entre em contato


A presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu às patronais agrárias que suspendam a greve que mantêm há duas semanas, para iniciar um diálogo que permita resolver a crise do campo.


"Peço que suspendam a greve para dialogar", disse Cristina, única oradora do grande ato peronista organizado por seu marido e antecessor no cargo, Néstor Kirchner.


"As portas da casa do governo estão abertas, mas, por favor, terminem com a medida contra o povo", insistiu a governante, em um tom muito mais conciliador que o utilizado na terça-feira passada, quando se referiu aos produtores agrários como "piquetes da abundância" e advertiu que não cederia a "extorsões".


A greve patronal do campo, convocada em protesto pelo aumento dos impostos à exportação de grãos, se transformou na primeira grande crise que enfrenta o Governo de Cristina Kirchner em seus pouco mais de três meses de gestão.


27/05/2008 - 08h51
"Levei muita porta na cara", diz vencedora de Cannes
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LUCAS NEVES
da Folha de S.Paulo
Anos antes de ter o nome anunciado por Sean Penn no Palácio dos Festivais, anteontem, a melhor atriz de Cannes-2008, Sandra Corveloni, 43, se fantasiou de Emília, a boneca espevitada do "Sítio do Picapau Amarelo", em festas infantis. "Quando a criançada cortou minha peruca, falei "chega!'", lembra, em conversa com a Folha, num café da Vila Mariana (zona sul de São Paulo), ontem.
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Melhor atriz de Cannes, Sandra Corveloni diz que não conta com "o ovo ainda na galinha"

Corintiana como sua Cleuza em "Linha de Passe", ela conta que se inspirou em sua mãe para compor a doméstica que, grávida, batalha para criar os quatro filhos na periferia paulistana. Formada nos palcos (com o grupo Tapa), diz que só estranhou o tom da interpretação cinematográfica nos dois primeiros dias de filmagens, por ser "naturalmente um pouco exagerada".
Vez por outra, deixa escapar certo desgaste pelo assédio midiático repentino. "Não dá para fazer uma coletiva, não? Estou me sentindo como o papagaio da Ana Maria Braga", diz à assessora. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Folha - Conseguiu dormir de domingo para segunda?
Sandra Corveloni - Estou exausta. Não consigo nem trocar de roupa; o telefone não pára de tocar. Até meu filho [Orlando, 6] está atendendo. Na Globo, você vai e não sai mais de lá de dentro, porque emendam uma coisa na outra.
Folha - O que mudou nas primeiras 24 horas após o anúncio do prêmio? Já recebeu convites de trabalho?
Corveloni - Ainda não. Até agora, dei muitas entrevistas; é como se estivesse fazendo uma retrospectiva do que aconteceu nos ensaios e nas filmagens. Eu estou revivendo esses momentos e falando muitíssimo. Ainda estou processando a idéia.
Folha - O que acha que chamou a atenção do júri para sua atuação, já que se trata de um filme sem protagonista evidente?
Corveloni - A grande protagonista do filme é a família. São cinco histórias, cinco veias. A Cleuza não é protagonista, mas é a única mulher, a mãe. Como disse o Walter Salles, ela é a coluna moral para onde os filhos sempre voltam, é a referência deles neste mundo maluco. É mãe e pai desses meninos, trabalha fora e tem que dar conta ainda de sua vida social. É cativante, é uma mulher forte. Apesar das diferenças sociais, da distância do trabalho, do trânsito e da violência, a Cleuza tem muita alegria de viver, é muito intensa.
Folha - Por ter formação e carreira no teatro, sentiu alguma dificuldade em encontrar o tom correto da interpretação para cinema?
Corveloni - Nos espetáculos com o Grupo Tapa, a gente trabalha muito o realismo e o naturalismo. Por isso, já temos um pouco o tom intimista, a atenção às palavras, aos pequenos gestos, aos olhares. Para o filme, o trabalho com a [preparadora de elenco] Fátima [Toledo] foi muito físico, "olha o que está acontecendo, não viaja". A gente construiu a relação dessa família. Como eu sou um pouco exagerada por natureza, nos primeiros dias, eu ouvia "menos, Sandra, menos". Fiquei observando as cenas dos meninos e entrando no clima. Não senti tanta diferença.
Folha - Há alguma Cleuza em sua vida, alguém que tenha servido de inspiração?
Corveloni - Tem muitas Cleuzas na minha vida. Nasci em Flórida Paulista, no interior de São Paulo, e vim para São Paulo com cinco anos. Meu pai era agricultor e se cansou da vida por lá. Foi muito difícil no começo. Ele trabalhava numa gráfica, e minha mãe era costureira e, depois, diarista. Ela é uma pessoa muito guerreira, uma grande inspiração.
Folha - Da última vez que uma atriz brasileira foi premiada em um dos três grandes festivais de cinema [Fernanda Montenegro, por "Central do Brasil", em Berlim-1998], veio uma indicação ao Oscar alguns meses depois. Repetirá a história?
Corveloni - Depois do prêmio, acho que pode acontecer qualquer coisa. Mas não quero ficar viajando muito em cima disso, não, sabe? Sou taurina, muito cabeça-dura e muito pé-no-chão. Não gostaria de ficar, como diria a minha avó, "contando com o ovo ainda na galinha".
Folha - Com que cineastas gostaria de trabalhar daqui para frente?
Corveloni - Como aconteceu no "Linha de Passe", é tudo uma questão de oportunidade e adequação com o que os diretores querem. Não é tão simples, não está cheio de papéis para mulheres de 40 e poucos anos.
Folha - No meio desse turbilhão, o teatro não vai ficar de lado?
Corveloni - Não, de jeito nenhum. Tenho muitos projetos com o Tapa. Estamos fazendo uma pesquisa grande sobre [o dramaturgo italiano Luigi] Pirandello. Eu acabei de co-dirigir "Amargo Siciliano", que estreou há pouco e precisa de aperfeiçoamentos.
Folha - Antes da estréia profissional nos palcos, com "Beckett in White" (92), qual era sua relação com o teatro?
Corveloni - Fazia teatro-empresa, em que tentava falar sobre segurança no trabalho e os caras não desligavam as máquinas. Quando fazia escola de teatro, inventei de fazer animação de festa infantil. Meu pai do céu, que loucura que era. Um dia, estava de Emília do "Sítio" e a criançada cortou minha peruca. Aí, falei "chega!". Também participei de um grupo de serenata; nossa, levei muita porta na cara e balde d'água na cabeça.
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25/05/2008 - 16h02 - Atualizado em 25/05/2008 - 22h46
Veja a lista dos vencedores do 61º Festival de Cannes
Atriz brasileira Sandra Corveloni venceu por 'Linha de passe'.
A Palma de Ouro foi para 'Entre les murs', do francês Laurent Cantet.
Da France Presse entre em contato


AFP/ Valery Hache
Elenco de 'Entre Paredes' comemora a Palma de Ouro (Foto: AFP/ Valery Hache)
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Confira a lista dos premiados no 61º Festival de Cannes, cujos resultados foram anunciados neste domingo (25):


Palma de Ouro: "Entre les murs" (Entre paredes), do francês Laurent Cantet


Grande Prêmio do Festival: "Gomorra", do italiano Matteo Garrone


Prêmio do Júri: "Il Divo", do italiano Paolo Sorrentino

Melhor Atriz: a brasileira Sandra Corveloni ("Linha de passe")

Melhor Ator: o porto-riquenho Benicio del Toro ("Che")

Melhor Diretor (mise en scène): o turco Nuri Bilge Ceylan ("Üç Maymun" / Três macacos)

Melhor Roteiro: os belgas Jean-Pierre et Luc Dardenne ("O silêncio de Lorna")


Palma de Ouro para Curta-metragem: "Megatron", do romeno Marian Crisan

Menção especial para Curta-metragem: "Jerrycan", de Julius Avery

Câmera de Ouro: "Hunger", do inglês Steve McQueen

Menção especial: "Ils mourront tous sauf moi", da russa Valeria Gaï Guermanika

Prêmio especial do 61º Festival de Cannes: a atriz francesa Catherine Deneuve ("Un conte Noël") e o ator e diretor americano Clint Eastwood ("The exchange")


Un Certain Regard
Neste sábado, foram anunciados também os vencedores da mostra Un Certain Regard, voltada para filmes que merecem atenção especial na opinião do júri. Confira a seguir os vencedores:

Prêmio Un Certain Regard: "Tulpan", do diretor Sergey Dvortsevoy, do Cazaquistão, e "Wolke 9", de Andreas Dresen

Prêmio Hope: "Johnny mad dog", do francês Jean-Stéphane Sauvaire

Prêmio Knockout: "Tyson", do norte-americano James Toback

Prêmio do Júri: "Tokyo sonata", do japonês Kiyoshi Kurosawa


Cinéfondation
A mostra paralela Cinéfondation, criada em 1998, seleciona curtas e médias-metragens realizados por estudantes de cinema ao redor do mundo. Veja os premiados neste ano:

Primeiro prêmio: "Himnon", de Elad Keidan

Segundo prêmio: "Forbach", de Claire Burger

Terceiro prêmio: "Stop", deJae-Ok Park, e "Kestomerkitsijät", de Juho Kuosmanen


Semana da Crítica
O prêmio é concedido pelos jornalistas que votam ao final de cada projeção dos sete longas da seleção.

Grande Prêmio da Semana da Crítica: "Snijeg", da diretora bósnia Aida Begic

Prêmio da SACD (Sociedade dos Autores Compositores Dramáticos): "Moscow Belgium", de Christophe Van Rompaey

Grande Prêmio Canal+: "Next floor", de Denis Villeneuve

Prêmio OFAJ/TV5LIMPE da (Toute) Jeune Critique: "La sangre brota", de Pablo Fendrik


Quinzena dos Realizadores
A Quinzena dos Realizadores é a mostra paralela ao Festival de Cannes, que traz filmes "mais independentes". Confira o resultado:

Prêmio Un Regard Neuf (um novo olhar): "Muro", do brasileiro Tião, pseudônimo do pernambucano Bruno Bezerra

Prêmio "Regard Jeunes" e Label Europa Cinemas): "Eldorado", de Bouli Lanners (Bélgica-França)

Prêmio da CICAE: "Blind Loves", de Juraj Lehotsky (Eslováquia)

Prêmio SACD: "Les Bureaux de Dieu", de Claire Simon (França)

27/05/2008 - 08h05
Número de mortos por tremor na China ultrapassa 67 mil
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da Folha Online
Mais de duas semanas após o terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu o sudoeste da China, o número de vítimas do tremor não pára de subir. Nesta terça-feira, o escritório de informação do Conselho de Estado informou que os mortos chegam a 67.183 pessoas.
De acordo com o último balanço divulgado pela Xinhua, um total de 361.822 pessoas ficaram feridas e outras 20.790 estão desaparecidas. Mais de 45 milhões foram afetadas e cerca de 15 milhões tiveram de ser realocadas.
Arte Folha Online


Apenas na Província de Sichuan --a mais atingida pelo terremoto do último dia 12--, 66.674 pessoas morreram e 350.133 ficaram feridas. Um total de 83.988 pessoas foram resgatadas e mais de 6,7 milhões foram realocadas.
Os hospitais receberam 84.810 feridos, dos quais 54.374 foram liberados, enquanto 16.288 continuam no hospital e outros 6.363 foram transferidos para outras partes da China para receber tratamento.
Ainda nesta terça-feira, a Xinhua anunciou que um total de 80 mil pessoas ameaçadas pela ruptura de uma represa natural formada por um deslizamento de terra após o terremoto em Sichuan devem ser retiradas do local.
As pessoas serão retiradas até o fim do dia, o que elevará a 158 mil o número de desabrigados dentro de um plano de emergência que pretende reduzir em um terço o nível do lago de Tangjiashan.
Este lago é o que mais ameaça a população entre os 35 que se formaram após o terremoto. Quase 2.000 soldados foram enviados a Tangjiashan para as operações de drenagem.
Réplicas
Duas réplicas de 5,7 e 5,4 graus na escala de Richter do terremoto do último dia 12 atingiram nesta terça-feira, respectivamente, as vizinhas Províncias de Shaanxi e Sichuan.
Segundo a Xinhua, uma réplica de 5,7 graus atingiu o distrito de Ningqiang, em Shaanxi, às 16h37 (5h37 de Brasília). O tremor foi sentido até na capital provincial Xian e também na Província vizinha de Gansu.
Minutos antes, às 16h03 (5h03 de Brasília), uma réplica de 5,4 graus foi sentida no distrito de Qingchuan, em Sichuan, muito perto do de Ningqian, e também foi percebido na capital provincial, Chengdu, e nas Províncias vizinhas de Gansu e Shaanxi.
Milhares de réplicas foram registradas em Sichuan após o terremoto de 7,9 graus na escala Richter atingir a região. Algumas delas, as mais fortes, causaram tensão entre a população. Nesta terça-feira, não foi informada a existência de vítimas.
Ajuda
Também hoje, o governo chinês pediu o envio de mais equipamentos médicos, remédios e abrigos temporários para a Província de Sichuan (sudoeste), devastada pelo terremoto.
A cúpula do Partido Comunista da China (PCCh) pediu a seus líderes e aos quadros locais todo o esforço possível para evitar surtos de doenças e prevenir seqüelas do terremoto como inundações e réplicas, informou o jornal oficial "China Daily".
Foram enviados à região 500 mil abrigos para 5 milhões de pessoas que perderam suas casas no tremor, mas Pequim afirma que ainda é preciso ao menos mais 3 milhões.
Pela primeira vez a China permitiu a entrada de equipes de ajuda humanitária estrangeiras para auxiliar nos trabalhos de resgate e assistência aos desabrigados, entre eles grupos procedentes de Cuba, Rússia, Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Alemanha, França e EUA.
No total, 40 países enviaram equipes de especialistas e voluntários a Sichuan, e muitos mais se encontram em caminho. Trabalham na região dezenas de milhares de médicos chineses que vieram de todas as Províncias do país asiático.
O terremoto gerou uma onda de solidariedade tanto dentro como fora do território chinês, que se traduziu em US$ 4,4 bilhões em doações, segundo dados do escritório de Informação do Conselho de Estado.
Chuva
As inundações causadas pelas chuvas que começam a castigar a China deixaram nove mortos e 11 desaparecidos na Província de Guizhou, vizinha a Sichuan, devastada pelo terremoto de 12 de maio, informou a Xinhua.
Nove localidades do distrito de Wangmo foram castigadas pelas chuvas torrenciais que começaram ontem, segundo o Escritório de Emergências de Guizhou. As mortes aconteceram nas cidades de Xintun, Dayi e Fuxing.
As inundações destruíram ainda 58 casas, duas pontes, uma estrada provincial e muitos postes de eletricidade, que causaram blecautes em oito localidades.
Com Xinhua, France Presse e Efe
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23/05/2008 - 05h40 - Atualizado em 23/05/2008 - 06h10
Junta Militar de Mianmar aceita entrada de voluntários estrangeiros
Até o momento, governo militar rejeitava presença da ONU e dos EUA.
Ciclone que devastou o país deixou 77.738 mortos.
Da EFE entre em contato


Ban Ki-moon reunido com o ministro de Relações Exteriores de Mianmar, Nyan Win (Foto: Reuters)
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convenceu nesta sexta-feira (23) a Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) a aceitar a entrada no país de voluntários estrangeiros para prestar socorro às vítimas do ciclone "Nargis".


Ban indicou que o chefe da Junta Militar birmanesa, o general Than Shwe, com quem se reuniu em Naypyidaw, "aceitou admitir todos os voluntários" no país.


O secretário-geral da ONU começou nesta quinta-feira (22) uma visita de dois dias a Mianmar para impulsionar a ajuda humanitária internacional aos cerca de 2,5 milhões de pessoas desabrigadas pelo ciclone "Nargis", que arrasou o sul do país entre 2 e 3 de maio.


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Até agora, as autoridades birmanesas rejeitavam a presença de voluntários estrangeiros no país, particularmente os das agências da ONU, a União Européia (UE) e outros países como os Estados Unidos, Austrália e Canadá, enquanto permitiam a entrada de missões de Governos mais próximos ao regime, como o chinês e o tailandês.

A reunião entre o "número um" do regime birmanês e o secretário-geral das Nações Unidas começou às 10h30 (1h de Brasília), e em seguida os dois posaram para a imprensa.

Visita de Ban Ki-moon
Ban, que na quinta-feira sobrevoou algumas das áreas do delta do rio Irrawaddy devastadas pelo ciclone, e percorreu um dos campos que acolhem famílias que perderam seu lares, é o primeiro dignatário a viajar à fortaleza do regime militar.


O general Than Shwe viajou no fim de semana passado à região devastada para visitar desabrigados, acompanhado do primeiro-ministro, o general Thein Sein, que supervisiona a assistência.



Vista aérea de área atingida por ciclone em Mianmar (Foto: Reuters)

Passagem de ciclone
O ciclone "Nargis", que atravessou o sul do país na madrugada de 3 de maio, deixou 77.738 mortos, e 55.917 pessoas continuam desaparecidas.


A Junta Militar, que sempre suspeitou das intenções da ONU e das potências ocidentais, se negou a aceitar a ajuda internacional, e impede a entrada dos voluntários estrangeiros que se ofereceram para atender os sobreviventes, que se enfrentam a falta de alimentos e de água e que estão ameaçados por doenças.

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