terça-feira, 24 de novembro de 2009

Textos Base p/ prova 2as séries

"A criação de um proletariado despossuído, (...) cultivadores vítimas de expropriações violentas repetidas, foi necessariamente mais rápida que sua absorção pelas nascentes manufaturas. (...) Forma-se uma massa de mendigos, ladrões e vagabundos. Desde o final do século XV e durante todo o século XVI na Europa Ocidental foi criada uma legislação sanguinária contra o ócio. Os pais da atual classe operária foram castigados por terem sido reduzidos à situação de vagabundos e pobres. A legislação os tratava como criminosos voluntários; ela pressupunha que dependia de seu livre arbítrio continuar a trabalhar como antes." MARX, Karl. O Capital. Paris, Garnier-Flamarion, 1969.

As transformações econômicas e sociais costumam gerar profundas alterações no chamado "mundo do trabalho". A situação apontada por Marx refere-se ao processo histórico do cercamento dos campos (quando a Inglaterra substitui a produção de alimentos pela criação de ovelhas), com o deslocamento de um grande contingente de despossuídos da sua área rural de origem (...)A enclosure ou cercamento é o processo de extinção dos campos abertos (open fields), provocando o êxodo rural;
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2- Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser exemplificadas pela mudança de significado da palavra “restaurante”. Desde o final da Idade Média, a palavra restaurant designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos, usados para restaurar as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se diversos restaurateurs, que serviam pratos requintados, descritos em páginas emolduradas e servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas. Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido atual.

A mudança do significado da palavra restaurante ilustra a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da nobreza


3- A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século XX.

Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses


4- O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar. (Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações)).
Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.° Estado




5- "O produto da atividade humana é separado de seu produtor e açambarcado por uma minoria: a substância humana é absorvida pelas coisas produzidas, em lugar de pertencer ao homem."
A partir do texto, pode-se afirmar que a Revolução Industrial produziu a hegemonia do capitalista na produção social;
O governo de Luís XIII na França foi caracterizado, entre outros aspectos, pelo conflito entre a autoridade real e os protestantes franceses. Na essência esse conflito representou o ponto de partida para a formação do chamado Estado Nacional Francês, posto que os protestantes, dominando Estados independentes na França, dificultavam a unificação do país


6- "No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem inquietações de produtividade".
(Jacques Le Goff. "O tempo de trabalho na 'crise' do século XIV".)
"Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam. Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão".
(Anônimo. "Capítulos na vida de um menino operário de Dundee", 1887.)
Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade.


7- Não há uma doutrina específica que defenda o Capitalismo, pois esse sistema político-econômico foi sendo construído ao longo do tempo, a partir da adaptação da sociedade às novas condições políticas e sociais do mundo Moderno e Contemporâneo. Mesmo assim, o pensamento de alguns cientistas sociais e filósofos influenciaram as decisões de capitalistas e governantes.
Abaixo estão colunas que tratam do pensamento de alguns desses pensadores.

Adam Smith. Acreditava no individualismo e dizia que cada cidadão buscando fazer o melhor para si, acabava beneficiando toda a sociedade. - Defendia a idéia de que o Estado não deveria intervir na economia, pois apenas a livre-concorrência seria capaz de definir os melhores preços e condições de compra e venda dos produtos.

David Ricardo. Definiu a diferença entre preço e valor das mercadorias. O valor passou a ser visto como o capital que deveria ser investido na produção de uma mercadoria. Afirmava que para ter lucro o capitalista deveria pagar um salário mínimo aos seus operários.


Thomas Malthus.
( ) Acreditava que o rápido crescimento populacional poderia provocar graves problemas sociais, pois a população mundial crescia tão rapidamente que a produção agrícola seria incapaz de alimentar a humanidade. Dizia que a miséria e a fome era resultado do crescimento populacional das camadas mais pobres da sociedade, por isso o Estado não deveria ter ações de assistência aos pobres, evitando que a população aumentasse ainda mais.




8- "Para ele, os fatos econômicos e a luta de classes são o motor da História; o triunfo do proletariado e a implantação de uma sociedade sem classes são o objetivo final. Esse objetivo, contudo, só será
alcançado com a união de todos os proletários."
O texto acima refere-se ao criador do socialismo científico Karl Marx

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