domingo, 18 de abril de 2010

Filmes / Sinopse / Ambiente

El Cid
(Cruzadas no combate aos Mouros)
Idade Média

Coração Valente (Inglaterra do século XIII, revolta camponesa)
Idade Média

Coração de Cavaleiro (Pobretão ganha vários torneios de lança)
Idade Média



Robin Hood (Grupo fica famoso qdo rouba dos Sr. Feudais)
Idade Média

Rainha Margot (Guerra Civil de protestantes e católicos)
Idade Média/ Reforma

Em nome de Deus (Professor se envolve com jovem rica)
Idade Média

Romeu e Julieta (Romance entre jovens de famílias rivais)
Renascimento



O Nome da Rosa (Assassinatos em Mosteiro intriga monges)
Renascimento

Decameron (Vida do homem que enfrentou a Igreja )
Renascimento

Galileu Galilei (Vida do homem que enfrentou a Igreja)
Renascimento

1492Conquista do Paraíso (Cristóvão Colombo na América)
Grandes Navegações

A missão (Jesuíta na América do Sul sua missão salvadora)
Colonização

Como era gostoso meu francês (Tribo da costa brasileira encontra naufrago)
Colonização

Elisabeth (Convívio na corte Inglesa)
Absolutismo

Cromwell (Inglaterra durante Revolução)
Absolutismo


Homem da Máscara de Ferro (Corte de Luiz XIV e a ganância dos nobres)
Absolutismo

Loucuras do Rei George (Comédia sobre as manias deste monarca)
Absolutismo

Tempos Modernos (Funcionamento da Indústria com máquinas Chaplin)
Rev. Industrial

Os inconfidentes (Retrata a Inconfidência Mineira)_
Revoltas Coloniais

Carlota Joaquina (A corte Brasileira muda para o Brasil)
Família Real no Brasil

A Letra Escarlate (Costumes )
EUA / Inquisição

Bruxas de Salem (Jovens fazem simpatias e são condenadas)
EUA / Inquisição

Pocahontas (Contato de Ingleses com população nativa)
Colonização EUA

Dança com Lobos (Sioux e colonizadores na guerra civil Americana)
Colonização EUA

Ultimo dos moicanos (Batalhas entre indígenas e invasores)
Colonização EUA

Casa dos Espíritos (Conflitos entre elites e mov. Operários e rurais no Chile)
Independência A. Latina

O Poder de um jovem (1930 na África e preconceito do Apartheid)
Imperialismo

Amistad (Navio negreiro capturado na costa dos EUA)
Imperialismo

Sombra e Escuridão (Dificuldade em construir ponte na África)
Imperialismo

Feudalismo,I. Média e Renascimento : Links p/ Prova 2as Séries

Olá Galera.
Aqui vão alguns links p/ estudo de Feudalismo, I. Média e Renascimento


www.historianet.com.br/
arte-historianet.blogspot.com/
www.historiadaarte.com.br/renascimento.html
www.suapesquisa.com/renascimento
www.brasilescola.com › ... › Idade Moderna
www.historiadomundo.com.br/.../renascimento.htm
http://www.historianet.com.br/
www.culturabrasil.org/arenascenca.htm
www.cemlulbra.edu.br/escola/.../RENASCIMENTO1anoEderval.ppt
http://www.itaucultural.org.br/
www.mundosites.net/.../renascimento.htm
www.nethistoria.com.br/
www.scielo.br

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Conversando com Renato do 2F

Olá Renato. Bom dia.




Desculpe a demora para te responder a mensagem enviada. Não tem nenhum problema em debatermos a greve ou qualquer outro assunto. Só acho que vc poderia ter se manifestado pessoalmente quando estávamos na escola. Pois eu fui lá exatamente pra isso e achei um pouco estranho voce preferir, depois, a via 'virtual' ao invés de se posicionar pessoalmente.



Mas isso não é problema, conversaremos essa semana em qualquer lugar. Acho importante que existam pessoas que manifestem suas idéias e vc e todos que foram contra o movimento dos professores tem óbvia e claramente o Direito de pensar do jeito que quiserem, só não acho ideal alguns termos usados nas suas e em outras manifestações (na verdade de lado a lado). Até pq a maioria delas não foi direta.



Não sei se vc sabe, mas a primeira coisa que eu fiz assim que aderi à Greve foi me manifestar na Assembléia da Escola, comunicando aos centenas de pais que lá estavam e me colocando à disposição para ouvi-los e explicar meus motivos e naquele momento e em nenhum outro que participei, tanto com alunos quanto com professores não houve nenhum descida de nível. Inclusive já pude falar isso mais de uma vez elogiando todos os envolvidos de nossa escola independente da posição em relação à Greve. Infelizmente o que vi em algumas declarações postadas no seu Blog e no Fórum da escola estão bem longe dos limites do respeito.



‘Hipócrita’ e ‘Vagabundo’ não acredito que sejam termos ideais para serem usados em relação à minha pessoa e não ajudam em nada para iniciarmos um debate. Vc concorda ?



Mas, volto a afirmar, iremos conversar, sem nenhum problema.

Contanto que o nível de discussão seja respeitoso. Ok?



Acho que existem informações que vc não possui ou ainda não pôde refletir mais profundamente sobre elas. Concordo que a Greve nunca é a melhor estratégia para se tentar mudanças, mas antes temos que conhecer o processo pelo qual chegamos até aqui. Isso e outros detalhes mais complexos iremos com certeza conversar pessoalmente com vc e com todos os alunos, pais, colegas e outros, aliás como faço desde o início.



Inclusive sobre a dimensão política dos nossos atos, que parece que também é um dos seus temas preferidos.



Pelo que pude observar hj em suas páginas vc demonstra vínculos políticos partidários bastante claros. Não vejo nenhum problema nisso Renato, aliás acho bom, pois sem partidos e convicções não existe democracia e também sei muito bem como isso custou caro à sociedade brasileira. O único problema é quando, de parte a parte, a discussão é ‘aparelhada’ por interesses estranhos ao fato. Acho que na greve dos professores isso aconteceu visivelmente dos dois lados tanto por parte de algumas pessoas ligadas ao Sindicato quanto ao Governo e principalmente pela mídia que também nunca é neutra. Todos se aproveitaram o quanto puderam, mas as coisas são assim mesmo e essa é nossa realidade e quem acha que é possível que isso não aconteça demonstra um profundo desconhecimento sobre a natureza dos debates sociais e políticos,uma ingenuidade que beira o infantilismo ou a má fé.



Na verdade penso que quem e o quê importa é que nós, diretamente envolvidos saibamos quem é quem por que age assim ou assado.



Se vc acompanhou minhas manifestações, pôde perceber que procurei antes de qualquer coisa trazer para nosso debate várias questões relativas ao âmbito do ensino aprendizagem (aliás até agora, em minha opinião, todas permanecem sem nenhuma resposta cabível).



Só que é preciso também lembrar que não é aceitável nem saudável para um debate democrático que se imponham limites à priori à atuação de qualquer grupo social.



Isso não combina com liberdade de expressão, de idéias e de convicções, aliás direitos consagrados na Constituição Federal e ser contra isso é coisa de regimes totalitários que já conhecemos bem.



Confesso que me incomoda demais ouvir uma pessoa da sua idade reproduzir argumentos absolutamente obsoletos científica e academicamente falando.



Por exemplo, essa sua insistência em qualificar a profissão docente como ‘Sacerdotal’.



Acredito que vc não conhece suficientemente a história da profissão docente, pois se possuísse consciência do tamanho dos problemas envolvidos nessa afirmação não falaria isso.



Há muitos anos, na verdade desde a Proclamação da República em 1889 quando se separou o Estado da Igreja, e foram criadas várias instâncias civis sobre controle do Estado a parte do âmbito religioso, não se acredita mais na validade da vinculação ‘religiosa’ à esferas sociais particularmente à da Educação como ideal. Aliás isso nem mais se discute há mais de um século.



Se o Governo do Estado de S.Paulo tivesse nos proporcionado condições para um curso decente de História do Brasil no Ensino Médio, com certeza vc teria tido oportunidade de conhecer a profundidade disso e também de outras questões da maior importância.



Até pq a matriz religiosa para justificação de fatos sociais ou políticos já causou ( e continua causando) os maiores problemas que a Humanidade conheceu. Vc já ouviu falar de ‘Fundamentalismos’?



Inclusive a própria escravidão que imperou durante 80% da História do nosso país como a principal relação de trabalho, era plenamente justificada por motivos religiosos, pois Indígenas e Africanos não eram originariamente cristãos e isso foi o que justificou a exploração, a sujeição, o massacre e a exploração destes seres humanos por centenas de anos.



Inclusive possuo um documento de 2001, onde o Papa João Paulo II pede oficialmente em nome da Igreja ‘desculpas’ aos índios, negros e judeus por atos praticados por esta mesma Igreja.



Portanto acho melhor vc refletir um pouco mais antes de dizer que Professor exerce um ‘sacerdócio’, pois isso é desrespeito e uma agressão contra trabalhadores que tem os mesmos direitos de qualquer oura categoria.



Outra coisa, vc ainda é muito jovem e talvez não tenha ainda a dimensão de como foi difícil a luta para que pudéssemos nos manifestar livremente, inclusive sobre questões políticas. Aproveito aqui para reproduzir o Artigo19 da Declaração Universal de Direitos Humanos diz que “todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e de expressão; esse direito inclui a liberdade de ter opiniões sem sofrer interferência e de procurar, receber e divulgar informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras”.



E também lembrar que a Constituição Federal garante o direito à liberdade de expressão e informação, afirmando que ‘é livre a manifestação do pensamento, a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.’ A Constituição também diz que é assegurado a todos o acesso à informação e que todos têm o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo.



É por meio de informação de qualidade e da garantia de diversas vozes no debate público que se formam processos mais democráticos de decisão e levam a sociedade como um todo a estar mais ciente dos desafios que se impõem à educação. Esse é o sentido dos princípios constitucionais da gestão democrática do ensino e da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (Art.206, incisos VI e II, respectivamente, da Constituição Federal).



E acho que quem usa o preconceito contra a dimensão política das coisas deveria refletir um pouco mais sobre as implicações disso. Aliás não sei se vc sabe que o nosso agora ex-Governador foi junto com milhares de outros brasileiros, ele também um exilado político. Fato que, em minha modesta opinião é no mínimo estranho na biografia de quem agora usa argumentos que buscam desqualificar a esfera política das coisas.



Sobre isso penso que basta olharmos para sociedades muito mais desenvolvidas que a nossa, para percebermos a quantidade de preconceito presente em nosso debate.



Mas quem conhece a História do Brasil sabe bem como viemos para aqui. Me assusta muita como parece estarmos vivendo um refluxo no teor das discussões sobre Democracia, Direitos e etc. Aparentemente estamos esquecendo muito rapidamente o quanto isso foi difícil de ser conquistado, quantas pessoas morreram para que pudéssemos respirar um ar um pouco menos pesado de intolerância, de autoritarismo e já tão velozmente esses argumentos retornam com tanta força.



Só para encerrar por aqui. Um dos meus principais argumentos neste movimento foi a estranheza com o fato de nosso Secretário da Educação Paulo Renato ter em seu currículo o cargo de executivo do FMI, o mesmo que produz através do Banco Mundial ‘orientações’ para países do terceiro mundo aplicarem em suas escolas, e o quanto é legítimo pensar que – como em todas as coisas existem sim ali – interesses profundamente políticos, e em minha modesta reflexão, penso que está em curso um processo de desconstrução do ensino público brasileiro, especialmente em SP, com objetivos não declarados de reserva de mercado para uma elite que está nas particulares e mesmo para profissionais dos países mais desenvolvidos, estes também cada vez mais afetados por um modelo que diminui cada vez mais as chances de se conseguir um bom emprego.



Não é que a mídia publicou agora uma matéria falando exatamente sobre isso ! Confira e depois imagine a relação com a imposição dos ‘caderninhos’ que o Governo nos submete.



FOLHA DE S.PAULO 11/04/2010 - 08h45

Cresce 15% desemprego de quem tem 3º grau em São Paulo

ANDRÉ LOBATO

da Reportagem Local

O desemprego para profissionais da região metropolitana de São Paulo que têm ensino superior completo aumentou 15% entre 2008 e 2009.

É o maior crescimento entre todos os níveis de escolaridade de todas regiões metropolitanas analisadas na PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Também são avaliadas Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Distrito Federal.

Dessas, tiveram queda do desemprego no superior: Salvador, Distrito Federal e Recife.

Entre 2008 e 2009, em Porto Alegre, o aumento de desemprego para quem tem nível superior foi de 5%; em Belo Horizonte, de 9%. Entretanto, esta foi a região que mais escolarizou sua mão de obra nos últimos 11 anos.

O aumento do desemprego em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte é explicado pela forte internacionalização do setor industrial, com alta escolarização, segundo os economistas Marcelo Neri, professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, e Márcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Para eles, São Paulo representa o centro da economia brasileira, e a crise econômica mundial atingiu com maior intensidade os polos mais prósperos do capitalismo, principalmente pela indústria.

Ambos concordam que os profissionais com maiores ganhos, quase sempre os com ensino superior, foram os mais afetados pelas demissões.

Cortes

"As empresas preferem cortar postos administrativos [de ensino superior completo] com salários maiores", pontua Juan Carlos Dans Sanchez, coordenador de políticas de emprego e renda da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo.

Além disso, expõe Sanchez, a área de serviços é a que mais cresce em São Paulo, oferecendo salários menores para empregos de remuneração mais baixa e menor escolaridade.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Textos Base p/ 2os Anos - Feudalismo/I Média/Renascimento

Olá alunos.
Estes são os textos que falei pros 2os anos.
Eles podem nos ajudar para a Prova Institucional.
Quero que leiam, levantem idéias a partir da interpretação (use o dicionário que ajuda !)e discutiremos depois em aula, ok?




FEUDALISMO



“Um sistema de organização econômica, social e política baseada nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados - os senhores- , subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.”



(LE GOFF, Jacques..Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa, Estampa. 1980)



Feudo é o sinônimo de benefício. Significa um bem ou direito cedido a alguém em troca de fidelidade e várias obrigações, em especial militares. Imediatamente após o juramento de fidelidade incorporava-se a cerimônia de homenagem, estabelecendo-se então uma relação de pessoa para pessoa. A fidelidade era a base sobre as quais se firmavam os laços feudais, e neles ficavam estabelecidos os direitos e obrigações de ambas as partes.



Aquele que cede o feudo se torna suserano e quem o recebe passa a ser seu vassalo. A relação de vassalagem normalmente ocorria “de cima para baixo”, isto é, seguindo a hierarquia da nobreza. A terra, o bem mais valioso, passou a ser concedida como benefício (feudo); quem a recebia tornava-se um senhor feudal. Formou-se desse modo uma cadeia de proprietários de terras, ligados uns aos outros por laços de suserania e vassalagem. Todos eles viviam da renda e do trabalho dos camponeses, situados na base da pirâmide social.



O rei, no topo da hierarquia, era em geral (mas nem sempre) o mais rico e poderoso dos senhores, mas sua autoridade efetiva se limitava a seus próprios feudos. Após o desmoronamento do poder central, a aplicação da justiça e das demais atribuições do governo ficava a cargo de cada senhor feudal, dentro dos seus limites territoriais. Não existiam códigos de leis de âmbito geral. Assim, predominava o direito consuetudinário, ou seja, as normas seguidas nos feudos originavam-se de usos e costumes tradicionais de cada povo.



Heranças germânicas e romanas



O feudalismo, que se implantou na Europa Ocidental por volta do século IX, resultou da combinação de instituições romanas e tradições germânicas, principalmente o colonato e o comitatus.



O colonato se desenvolveu desde o século III, quando a crise econômica se agravou no Império Romano. Por iniciativa própria ou estimulados pelo governo, trabalhadores livres se fixaram nas grandes propriedades, na condição de colonos.Desse modo perdiam a autonomia, pois não podiam deixar a propriedade, mas ganhavam um mínimo de proteção e garantiam a subsistência, ainda que de maneira precária. Nos séculos seguintes, a insegurança gerada pelas invasões reforçou essas práticas, fazendo surgir no campo uma massa de trabalhadores dependentes de seus senhores.



O comitatus era uma instituição de tradição germânica que ligava os chefes militares aos seus guerreiros por meio das obrigações mútuas de serviços e lealdade. O juramento de fidelidade entre chefes germânicos e subordinados originou as relações entre suseranos e vassalos.



Outra tradição germânica que veio a fazer parte das práticas feudais foi o beneficius, que consistia na concessão do direito de usar a terra em troca de serviços e tributos.



Um feudo procurava a auto-suficiência, isto é, procurava produzir o necessário para a sobrevivência dos que nele viviam. Enquanto alguns servos cultivavam a terra e criavam porcos, galinhas e patos, outros produziam tecidos, sapatos, artefatos de madeira e metal e o que mais fosse preciso. Uma vez que a produção destinava-se ao consumo interno, sem visar à obtenção de excedentes, a venda de bens agrícolas ou artesanais para fora do feudo restringiu-se ao mínimo. Como resultado, o comércio sofreu um forte golpe. Além disso, os mercadores enfrentavam sérios riscos em suas viagens, ameaçados por assaltantes e até pelos nobres, que os submetiam a taxações arbitrárias.



(MOTA, Miriam B. e BRAIK, Patrícia R.. História das cavernas ao terceiro milênio.v1. Ed. Moderna, São Paulo, 2005)



A sociedade feudal



“...Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos. Outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros da terceira ordem, de longe a mais numerosa, alimentar com seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e de todas as formas de exploração econômica....”



(DUBY, George. As três ordens ou o imaginário o feudalismo. Lisboa, Estampa, 1982.)





“A razão (de ser) dos carneiro é fornecer lã e leite e a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é defender os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma dessas espécies de animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vistas das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns os clérigos e monges para que rezassem pelos outros [...]. Instituiu os camponeses para que eles, como fazem os bois com seu trabalho, assegurassem a própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que [...] defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”



(CANTERBURY, Bispo Eadmer de. Transcrito por FARIA, Ricardo. História para o Ensino Médio. Belo Horizonte, Editora Lê, 1988.)





“A própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro,[...] um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar acoragem. E é também porque proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo, valores profissionais.”



(BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa, Edições 70, 1987.)





A divisão da sociedade em 3 ordens – clero, nobreza e camponeses- constituía uma característica fundamental do feudalismo. Com sua estrutura social rigidamente hierarquizada, determinada pelo nascimento, as possibilidades de movimentação entre as camadas da sociedade eram muito reduzidas.





TEXTO 5



“À medida que o comércio continuava a se expandir, surgiram cidades nos locais em que duas estradas se encontravam, ou na embocadura de um rio, ou ainda onde a terra apresentava um declive adequado. Tais eram os lugares que os mercadores procuravam. Neles, além disso, havia geralmente uma igreja, ou uma zona fortificada chamada “burgo” que assegurava a proteção em caso de ataque. Mercadores errantes descansando nos intervalos de suas longas viagens, esperando o degelo de um rio congelado, ou que uma estrada lamacenta se tornasse novamente transitável, naturalmente se deteriam próximo aos muros de uma fortaleza, ou à sombra de uma catedral. E como um número cada vez maior de mercadores se reunia nesses locais, criou-se um “fauburg” ou “burgo extramural”. E não demorou muito para que o arrabalde se tornasse mais importante do que o próprio burgo antigo. Logo, os mercadores dessa povoação, em seu desejo de proteção. Construíram à volta da cidade muros protetores (...). O burgo mais antigo não se expandiu exteriormente, mas se viu absorvido pela povoação mais nova, onde os fatos se sucediam. O povo começou a deixar suas velhas cidades feudais para iniciar vida nova nessas ativas cidades em progresso. A expansão do comércio significava trabalho para maior número de pessoas e estas afluíam a cidade, a fim de obtê-lo.”



(HUBERMAN, Leo.História da riqueza do homem. 21 ed.rev. Rio de Janeiro:Guanabara, 1986).



TEXTO 6



“ A nova cultura apareceu em primeiro lugar na Itália. Ali estavam presentes de forma mais nítida as condições gerais para o início do Renascimento. As cidades italianas monopolizavam o comércio de especiarias com o Oriente, estimulando um efervescente intercâmbio cultural mediante os contatos com as civilizações bizantina e sarracena. Veneza, Pisa, Gênova, Florença e Roma dominavam o Mediterrâneo. Nessas cidades desenvolvia-se uma burguesia dinâmica, incentivadora das transformações culturais. Além disso, na Itália a cultura clássica foi mais bem conservada que no restante da Europa ocidental.



(Mello,Leonel I.A. e Costa, Luís C.A..História moderna e contemporânea, Ed. Scipione, 2006)





TEXTO 7



“O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre 1277 e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, por uma suposta crença na alquimia, na astrologia e no método experimental, e também por introduzir, no ensino, as idéias de Aristóteles. Em 1260 Roger Bacon escreveu: “Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais os maiores navios, dirigidos por um único homem, se desloquem mais rápido do que se fossem cheios de remadores, que se construam carros que avancem a uma velocidade incrível sem a ajuda de animais, que se fabriquem máquinas voadoras nas quais um homem (...) bata o ar com asas como um pássaro (...). Máquinas que permitam ir ao fundo dos mares e dos rios”



(Apud. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII, São Paulo, Martins Fontes, 1996, vol 3)



 

domingo, 4 de abril de 2010

Até a Folha admitiu !! Lê Serra !

FOLHA DE SÃO PAULO


São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010


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Editoriais

editoriais@uol.com.br



Duas colunas





“(...)Parte dos alunos da rede estadual se vê, enquanto isso, prejudicada em seus estudos -e, (...) , deve-se somar a responsabilidade do próprio governo Serra pela situação.

Desde 2005, os professores paulistas receberam apenas 5% de aumento salarial, contra uma inflação de 22% no período.

Diante da matemática elementar desse desajuste, a recusa do governo em negociar com os grevistas termina constituindo, na prática, combustível para a radicalização do movimento.


(...) o fato salarial em que se baseia o movimento não pode ser ignorado. A menos que, sem admitir o seu propósito, também o governo estadual esteja pensando, sobretudo, em "quebrar a coluna" das lideranças sindicais.”


JANIO DE FREITAS



Folha de S. Paulo, 01/04/2010



A IDEIA DO PSDB de buscar uma punição judicial para o sindicato dos professores oficiais de São Paulo, por considerar que a greve da classe tem propósitos eleitorais, é uma mau começo de campanha para José Serra e os candidatos peessedebistas em geral, no Estado.

Não é preciso, nem seria sensato, duvidar do componente eleitoral da greve. Por ao menos dois bons motivos, melhor caberia louvar a ocorrência de uma greve também política.

É legítimo, e da própria definição de sindicato, que participe da vida política com a posição mais conveniente à classe. Inclusive com greves, cuja base legal ou ilegal só à Justiça, e jamais a governos e à polícia, cabe proclamar. O histórico reacionarismo brasileiro foi que propagou a ideia de que sindicatos e congêneres só podem promover ações sem mais pretensão ou conotação do que reivindicações profissionais específicas. E, ainda assim, bastante estritas e sob legislação muito restritiva.

O outro motivo para ver a greve sem olhos injetados é o fato mesmo, só ele, de ser uma greve lançada por associação de classe. Se tem componente político e eleitoral, não foi dele e por ele que nasceu. Foi, como ficou bem registrado em editorial da Folha de ontem, do fato de que, “desde 2005, os professores paulistas receberam apenas 5% de aumento salarial, contra uma inflação de 22% no período”.

Não fosse esse tratamento iníquo ou, mesmo com ele, não coincidisse o acúmulo de iniquidade com a fase já eleitoral, o governo Serra e o PSDB em geral não teriam por que falar em greve política e eleitoreira. No final, importa muito mais é que uma associação de classe se mostre viva, quando todas as associações devedoras da ação política própria da democracia parecem, há tanto tempo, sugadas de toda a sua vitalidade.

Impedir sindicatos e congêneres de se manifestar politicamente seria trazer de volta um pedaço de ditadura.