domingo, 20 de maio de 2007

Chavez quer que Papa peça desculpas por "Holocausto"

19 de maio de 2007 - 01:36 Fonre Jornal O Estado de São Paulo
Chávez quer que Papa peça desculpas por "Holocausto"
O governante revelou que esteve "muito atento a tudo o que o Papa disse" no Brasil
EFE

CARACAS - O Papa Bento XVI deve pedir desculpas por ter negado, em sua recente visita ao Brasil, "o Holocausto" contra os indígenas da América, disse neste sábado, 19, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
"Aqui aconteceu algo muito mais grave que o Holocausto na Segunda Guerra Mundial e ninguém pode negar essa verdade. Sua Santidade não pode vir aqui, na nossa própria terra, e negar o Holocausto indígena", disse o presidente num discurso reproduzido obrigatoriamente pelas emissoras de rádio e televisão venezuelanas.
"Portanto, como chefe de Estado, mas vestido com a humildade de um camponês venezuelano, eu rogo a Sua Santidade que peça desculpas aos povos de nossa América", acrescentou.
Bento XVI afirmou no domingo passado, no Brasil, que a evangelização da América "não significou em nenhum momento uma alienação das culturas pré-colombinas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha".
O governante esquerdista venezuelano revelou que esteve "muito atento a tudo o que o Papa disse" no Brasil. Depois de ouvir a afirmação de que a evangelização católica não foi imposta, ele chamou a ministra para os Povos Indígenas, Nizia Maldonado, representante de uma das etnias amazônicas.
Chávez contou que parabenizou a ministra, por já ter dado uma resposta.
Na segunda-feira, a ministra venezuelana para os Povos Indígenas criticou a versão divulgada no Brasil pelo Papa. Ela sustentou que "a invasão imperial provocou o maior genocídio da América Latina".
"Eu gostaria que um sacerdote dissesse que sente vergonha de ouvir que os povos indígenas estavam esperando a evangelização", acrescentou.
Nizia Maldonado afirmou que o objetivo de impor aos indígenas uma religião estranha à sua cultura, como a cristã, não terminou. Ela citou como prova a "os missionários que continuam atuando na fronteira" entre Venezuela e Brasil.
A frase do Papa "é algo muito difícil de compartilhar, muito difícil de sustentar, por Deus!", opinou Chávez, por sua vez. "Será por isso que a Igreja Católica a cada dia perde mais fiéis?", perguntou o presidente. "Eu acho que é por isso", respondeu a si mesmo.
Bento XVI veio pela primeira vez à América desde que se tornou Papa, prosseguiu o presidente da Venezuela, "para dar mais força à Igreja Católica, mas com essas declarações só debilitou ainda mais o Catolicismo".
"Eu analisei por todos lados a frase do Papa, mas a conclusão é uma só: está terrivelmente errada. Não há outra forma de dizer", acrescentou. "Como o Papa pode afirmar aqui, nesta terra, onde ainda devem estar quentes os ossos dos mártires indígenas que foram massacrados pelos impérios europeus, que não houve nenhuma imposição?", insistiu.
O governante adiantou que telefonaria para o Vaticano logo, já que previu que "os jornais amanhecerão com manchetes" dizendo que "Chávez ataca o Papa".
"Não me importo. Digam o que disserem, a verdade não me ofende. Portanto, não importa o que digam as agências de notícias", afirmou.

Operação Navalha

17/05/2007 - 16h32 - Atualizado em 17/05/2007 - 16h44
Entenda a Operação Navalha, da PF
Ação busca desmontar quadrilha que fraudava licitações de obras públicas. Políticos, empresários e servidores públicos foram presos.
Do G1, em São Paulo entre em contato

O que é?
O objetivo, segundo a Polícia Federal, é desmontar uma quadrilha que fraudava licitações de obras públicas. As investigações começaram em novembro do ano passado.

Onde
A operação foi deflagrada em nove estados (Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Goiás, Mato Grosso e São Paulo) e no Distrito Federal.

Os envolvidos
A Justiça Federal expediu 48 mandados de prisão. Foram presas 46 pessoas, entre empresários, prefeitos, um deputado distrital, um ex-governador e um ex-deputado federal.

Acusações
Os presos são acusados de fraude de licitações, corrupção, tráfico de influência, superfaturamento de obras e desvio de dinheiro.

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Como funcionava
- De acordo com a Polícia Federal, no topo do esquema estava a Construtora Gautama, com sede em São Paulo e filiais em Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe. - A empresa supostamente direcionava editais para fraudar licitações de obras de interesse da quadrilha e estaria infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais. - No nível intermediário, segundo a PF, estavam os auxiliares, que atuariam no contato com autoridades e pagamento de propina. - Em seguida, vinham os políticos e ex-políticos, responsáveis por auxiliar nas ações da quadrilha. Supostamente recebiam propina e "presentes", como carros de luxo, em troca de favores prestados ao grupo.

O que teria sido fraudado?
Licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Luz para Todos. O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) e os ministérios de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades e do Planejamento também teriam sido afetados.
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http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUI38146-5601,00.html

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O Papa não conhece o Jardim Ângela

da Carta Maior
RELIGIÃO
Onde há pobreza, realidade vale mais que dogmas, dizem padres
Para os padres Jaime Crowe, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo, Edilberto Sena, na periferia de Santarém, Pará, e Luis Tonetto, no semi-árido baiano da região de Juazeiro, a realidade de violência e pobreza de seus paroquianos tem muito mais peso sobre a prática pastoral do que as premissas de Bento XVI.
Verena Glass - Carta Maior
SÃO PAULO - Jardim Ângela, bairro da zona sul de São Paulo, já foi considerado pela ONU o "lugar mais violento do mundo" por conta da taxa anual de 116,23 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2000. Hoje, muito em função do trabalho do pároco James Crowe – ou padre Jaime, como é conhecido, o título não é mais do bairro. Irlandês de nascença, padre Jaime chegou ao Brasil em 1969 a assumiu a paróquia Santos Mártires e seus 40 mil paroquianos, no Ângela, em 1986. Desde então, tem coordenado uma série de projetos de inclusão social que mudaram visivelmente a situação de violência na região, valendo-lhe o Prêmio USP de Direitos Humanos em 2005. Reunido esta semana em Campinas com um grupo de religiosos de toda a América Latina para elaborar um documento sobre dependência química, que deverá ser entregue ao Papa nesta sexta (11), padre Jaime não está entre os entusiastas incondicionais de Bento XVI; principalmente em função de seus posicionamentos conservadores pouco condizentes com a realidade da periferia paulistana. "O Papa é sinal de unidade [da Igreja Católica], mas não temos que baixar a cabeça e dizer amém para tudo que ele fala. O Papa não conhece o Jardim Ângela...", pondera. Esta também é a posição do padre Edilberto Sena, cuja paróquia, na periferia de Santarém, no Pará, é responsável por um "rebanho" de cerca de 2,5 mil pessoas. Santarém, e principalmente sua periferia, tem se tornado um pólo de pobreza e conflitos com a crescente ofensiva de grandes plantadores de soja sobre a floresta amazônica; tanto por conta da expulsão dos pequenos agricultores do campo, que têm inchado os bolsões de miséria da cidade, quanto pelo embate entre os sojeiros e os movimentos sociais que lutam pela preservação da floresta.
\u003cbr\>Padre Edilberto é um dos integrantes da lista de religiosos ameaçados de morte no Pará – que inclui ainda o bispo da prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, frei Henri des Roziers, de Xinguara, padre José Amaro de Souza, de Anapu, e padre José Boeing, também de Santarém. Diretor da Radio Rural do município, Edilberto é um dos que encabeça a briga contra sojeiros, grileiros e madeireiros ilegais na região, o que lhe valeu no ano passado, além da ameaça de morte, o convite para receber na Índia o prêmio Mahatma Gandhi por sua luta contra a devastação da Amazônia.\n\u003cbr\>\u003cbr\>Tanto para Jaime quanto para Edilberto, a concepção européia de Igreja de Joseph Ratzinger tem uma evidente distância da realidade de suas paróquias, o que se evidencia em suas práticas pastorais cotidianas. Para eles, o segundo casamento de pessoas divorciadas, condenado por Bento XVI em março passado, por exemplo, nunca foi um problema espiritual. "Se existe uma união estável aqui, damos graças a Deus. No Jardim Ângela, 70% das famílias são incompletas, é uma mãe com três, quatro filhos de pais diferentes. O segundo casamento não é um tema para nós", diz Jaime.\n\u003cbr\>\u003cbr\>"Essa regra não é bíblica ou evangélica. Não me sinto impedido pelo Papa, se um casal de segundo casamento, que está integrado à nossa comunidade, quiser comungar. Nós, que trabalhamos com o povo, vivemos muitas situações imprevistas. Nesse sentido, usamos o princípio da epiquéia [o eventual, oportuno e prudente afastamento da letra da lei] do direito canônico, que autoriza aquele que está na base a julgar o que é melhor", acrescenta Edilberto.\n\u003cbr\>\u003cbr\>Segundo ele, o padre que lida com comunidades em situação de fragilidade social tem de usar acima de tudo o bom senso. "Aqui, por exemplo, a sexualidade entra muito cedo na vida dos jovens, e não é o padre que vai dizer que não pode usar camisinha. O problema maior não é a camisinha, são crianças gestando crianças; é uma questão de saúde pública", afirma. E conclui: "a Igreja tem o papel de zelar pela presença cristã no mundo, e cria sua moral para isso como um guia de comportamento. Mas pessoalmente, com 35 anos como padre, tiro minha responsabilidade moral da fé e da confiança na figura de Jesus Cristo e no evangelho. Acredito que o Papa tenha suas regras básicas, mas a prática pastoral tem de ser adaptada à realidade local" .\n",1]
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Padre Edilberto é um dos integrantes da lista de religiosos ameaçados de morte no Pará – que inclui ainda o bispo da prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, frei Henri des Roziers, de Xinguara, padre José Amaro de Souza, de Anapu, e padre José Boeing, também de Santarém. Diretor da Radio Rural do município, Edilberto é um dos que encabeça a briga contra sojeiros, grileiros e madeireiros ilegais na região, o que lhe valeu no ano passado, além da ameaça de morte, o convite para receber na Índia o prêmio Mahatma Gandhi por sua luta contra a devastação da Amazônia. Tanto para Jaime quanto para Edilberto, a concepção européia de Igreja de Joseph Ratzinger tem uma evidente distância da realidade de suas paróquias, o que se evidencia em suas práticas pastorais cotidianas. Para eles, o segundo casamento de pessoas divorciadas, condenado por Bento XVI em março passado, por exemplo, nunca foi um problema espiritual. "Se existe uma união estável aqui, damos graças a Deus. No Jardim Ângela, 70% das famílias são incompletas, é uma mãe com três, quatro filhos de pais diferentes. O segundo casamento não é um tema para nós", diz Jaime. "Essa regra não é bíblica ou evangélica. Não me sinto impedido pelo Papa, se um casal de segundo casamento, que está integrado à nossa comunidade, quiser comungar. Nós, que trabalhamos com o povo, vivemos muitas situações imprevistas. Nesse sentido, usamos o princípio da epiquéia [o eventual, oportuno e prudente afastamento da letra da lei] do direito canônico, que autoriza aquele que está na base a julgar o que é melhor", acrescenta Edilberto. Segundo ele, o padre que lida com comunidades em situação de fragilidade social tem de usar acima de tudo o bom senso. "Aqui, por exemplo, a sexualidade entra muito cedo na vida dos jovens, e não é o padre que vai dizer que não pode usar camisinha. O problema maior não é a camisinha, são crianças gestando crianças; é uma questão de saúde pública", afirma. E conclui: "a Igreja tem o papel de zelar pela presença cristã no mundo, e cria sua moral para isso como um guia de comportamento. Mas pessoalmente, com 35 anos como padre, tiro minha responsabilidade moral da fé e da confiança na figura de Jesus Cristo e no evangelho. Acredito que o Papa tenha suas regras básicas, mas a prática pastoral tem de ser adaptada à realidade local" .
\u003cbr\>Já padre Jaime se diz preocupado com uma rigidez excessiva de Bento XVI, uma vez que a função da Igreja é a de acolher e incluir. "Jesus acolheu a mulher em adultério; que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado. O povo [da periferia] já é tão excluído e rejeitado socialmente... se a Igreja repetir este comportamento não estará cumprindo o evangelho".\n\u003cbr\>\u003cbr\>\u003cb\>Teologia da Libertação\u003c/b\>\u003cbr\>Em Senhor do Bonfim no sertão da Bahia, região de semi-árido entre Feira de Santana e Juazeiro, os problemas da comunidade do padre Luiz Tonetto não advêm tanto da violência descontrolada das periferias urbanas ou da grilagem de terras. São a fome dos pequenos agricultores, a falta de perspectiva, o desemprego, problemas estruturais de um campo oligárquico que mantém imutáveis as diferenças e injustiças sociais, diz.\n\u003cbr\>\u003cbr\>Em municípios como Umburana e Mirangaba, parte da base de sua paróquia, por exemplo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dos mais baixos do país e a população é paupérrima. "Mas aqui a pobreza se origina da concentração de terra, que também dá origem aos trabalhadores escravos aliciados no Oeste da Bahia, em Goiás e até em São Paulo; e ao trabalho infantil na produção do sisal", conta padre Luiz. Na sua região, complementa, casamento gay ou aborto não são uma questão importante. A preocupação é mesmo a mudança das condições sociais do povo, a partir de suas demandas e com a sua participação.\n\u003cbr\>\u003cbr\>Claramente fundamentada na Teologia da Libertação, a prática pastoral dos padres Jaime, Edilberto e Luis segue uma linha que não tem sido vista com bons olhos por João Paulo II, e agora sofre ataques também de Bento XVI – que, ainda em 1984, enquanto Cardeal Ratzinger, se posicionou duramente contra ela. \n\u003cbr\>\u003cbr\>"Aquele posicionamento criou um grande desconforto para nós e gerou um esfriamento do trabalho pastoral", afirma Luis. Já a recente condenação do teólogo salvadorenho Jon Sobrino, por suas proposições não estarem "em conformidade com a doutrina da Igreja", foi duramente criticada e considerada pelos três padres um ato de intolerância e autoritarismo. \n",1]
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Já padre Jaime se diz preocupado com uma rigidez excessiva de Bento XVI, uma vez que a função da Igreja é a de acolher e incluir. "Jesus acolheu a mulher em adultério; que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado. O povo [da periferia] já é tão excluído e rejeitado socialmente... se a Igreja repetir este comportamento não estará cumprindo o evangelho". Teologia da LibertaçãoEm Senhor do Bonfim no sertão da Bahia, região de semi-árido entre Feira de Santana e Juazeiro, os problemas da comunidade do padre Luiz Tonetto não advêm tanto da violência descontrolada das periferias urbanas ou da grilagem de terras. São a fome dos pequenos agricultores, a falta de perspectiva, o desemprego, problemas estruturais de um campo oligárquico que mantém imutáveis as diferenças e injustiças sociais, diz. Em municípios como Umburana e Mirangaba, parte da base de sua paróquia, por exemplo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dos mais baixos do país e a população é paupérrima. "Mas aqui a pobreza se origina da concentração de terra, que também dá origem aos trabalhadores escravos aliciados no Oeste da Bahia, em Goiás e até em São Paulo; e ao trabalho infantil na produção do sisal", conta padre Luiz. Na sua região, complementa, casamento gay ou aborto não são uma questão importante. A preocupação é mesmo a mudança das condições sociais do povo, a partir de suas demandas e com a sua participação. Claramente fundamentada na Teologia da Libertação, a prática pastoral dos padres Jaime, Edilberto e Luis segue uma linha que não tem sido vista com bons olhos por João Paulo II, e agora sofre ataques também de Bento XVI – que, ainda em 1984, enquanto Cardeal Ratzinger, se posicionou duramente contra ela. "Aquele posicionamento criou um grande desconforto para nós e gerou um esfriamento do trabalho pastoral", afirma Luis. Já a recente condenação do teólogo salvadorenho Jon Sobrino, por suas proposições não estarem "em conformidade com a doutrina da Igreja", foi duramente criticada e considerada pelos três padres um ato de intolerância e autoritarismo.
\u003cbr\>Agora, pondera Luis, o Papa traz uma discussão espiritual que não olha as pragas da vida humana, fortalecendo uma tendência dos tempos de neoliberalismo que leva à busca da espiritualidade como mercadoria, para uma satisfação individual. "Há uma preocupação muito grande em cumprir pequenas leis e regras, e não se tem mais o senso pastoral. Está se criando um ambiente que dificulta o trabalho que transforma a sociedade".\n\u003cbr\>\u003cbr\>Edilberto é mais enfático na crítica à posição de Bento XVI sobre a Teologia da Libertação. "É uma visão vesga e européia de um patrimônio teológico e ideológico da Igreja. Para ela só serve a teologia de São Thomas de Aquino. Neste Papa vejo uma concepção teológica inflexível, que não aceita as diferentes relações com Deus. Ignorar que a América Latina vive a desigualdade de forma aguda? A Igreja deveria se perguntar como fazer a vontade de Deus nessa realidade".\n\u003cbr\>\u003cbr\>Questionados se também comungavam da "febre de ver o Papa", os padres Edilberto e Luis desconversaram. "Estou muito ocupado aqui na Radio Rural", brinca Edilberto. "Eu não tenho todo este afeto por ele. Rezo sempre pela unidade da Igreja, mas não tenho toda essa ânsia de ver o Papa", diz Luis.\n\u003cbr\>\u003cbr\>Padre Jaime será o único a encontrar o Pontífice nesta sexta, em Aparecida. Para entregar um documento. \u003cbr\>\u003c/p\>\u003cbr\>\n",0]
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Agora, pondera Luis, o Papa traz uma discussão espiritual que não olha as pragas da vida humana, fortalecendo uma tendência dos tempos de neoliberalismo que leva à busca da espiritualidade como mercadoria, para uma satisfação individual. "Há uma preocupação muito grande em cumprir pequenas leis e regras, e não se tem mais o senso pastoral. Está se criando um ambiente que dificulta o trabalho que transforma a sociedade". Edilberto é mais enfático na crítica à posição de Bento XVI sobre a Teologia da Libertação. "É uma visão vesga e européia de um patrimônio teológico e ideológico da Igreja. Para ela só serve a teologia de São Thomas de Aquino. Neste Papa vejo uma concepção teológica inflexível, que não aceita as diferentes relações com Deus. Ignorar que a América Latina vive a desigualdade de forma aguda? A Igreja deveria se perguntar como fazer a vontade de Deus nessa realidade". Questionados se também comungavam da "febre de ver o Papa", os padres Edilberto e Luis desconversaram. "Estou muito ocupado aqui na Radio Rural", brinca Edilberto. "Eu não tenho todo este afeto por ele. Rezo sempre pela unidade da Igreja, mas não tenho toda essa ânsia de ver o Papa", diz Luis. Padre Jaime será o único a encontrar o Pontífice nesta sexta, em Aparecida. Para entregar um documento.

sábado, 12 de maio de 2007

Lula afirma caráter laico do Estado

Lula afirma que Estado é laico. do G1

10/05/2007 - 16h07 - Atualizado em 10/05/2007 - 21h25
Em encontro com Papa, Lula fala sobre etanol e Bolsa Família
Reunião de 30 minutos ocorreu no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo. Lula afirmou ao pontífice que o Brasil vai preservar Estado laico.
Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo entre em contato
ALTERA OTAMANHO DA LETRA
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de lado o polêmico tema do aborto e, em reunião com o Papa Bento XVI na manhã desta quinta-feira (9), preferiu apresentar ao pontífice políticas do governo federal, como o Bolsa Família e o programa de biocombustíveis.

Ao lado da primeira-dama Marisa Letícia, o presidente reuniu-se com o Papa por cerca de 30 minutos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Veja o especial Papa no Brasil
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Lula descreveu o Bolsa Família, enfatizando a transferência de renda e o retorno aos estudos de jovens egressos da escola. De acordo com a embaixadora do Brasil no Vaticano, Vera Machado, o Papa demonstrou “um apreço muito grande” ao programa.

O presidente falou ao Papa do programa de biocombustíveis como forma de cooperação com os países da África. A proposta foi elogiada pelo Papa. Sobre o tema, Bento XVI discorreu sobre ações da Santa Sé voltadas a países africanos. Lula também defendeu a importância do biodiesel no combate ao aquecimento global.

O incentivo à agricultura familiar também foi comentado pelo presidente. Trabalhamos com as diretrizes de vida de Jesus. Precisamos cuidar de todos com atenção prioritária para os pobres”, disse Lula, segundo relato da embaixadora. Os dois falaram sobre a importância da família e do relacionamento da Igreja com o Estado para a construção da paz. O presidente Lula manifestou seus valores cristãos e o objetivo de alcançar essa meta.
Lula também defendeu a integração da América Latina no contexto da política externa brasileira. Para o presidente, o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) é um importante instrumento de reforço dessa união latino-americana.

Estado laico
O Papa manifestou o desejo de fechar - ainda durante seu pontificado e o mandato de Lula - o acordo proposto pelo Vaticano ao Brasil para regulamentar as atividades da Igreja Católica no país. A embaixadora do Brasil no Vaticano, Vera Machado, disse que a proposta está em estudo pelo governo brasileiro. Ela não deu detalhes, mas afirmou que o acordo trata de temas como preservação de patrimônio da Igreja no Brasil e formação de sacerdotes.

"(Sendo o Papa) conhecedor da qualidade religiosa do Brasil, quero dizer que nossa intenção é preservar e conservar o Estado laico e ter a religião como um instrumento para tratar do espírito e de problemas sociais", disse o presidente a Bento XVI.

Segundo a embaixadora, o acordo é negociado com base nos princípios fundamentais da Constituição, como Estado laico e liberdade religiosa.

Lula reafirmou a importância da família para a reestruturação dos valores éticos no país e no mundo. “Os valores morais na sociedade não poderão ser reforçados sem o reforço especial da família”, disse o presidente.

Bento XVI defendeu que a educação fosse estendida a todos. Ele enfatizou a educação profissionalizante, mas também a educação como instrumento de reforço dos valores espirituais e morais.

De acordo com a embaixadora, o diálogo entre Lula e o Papa foi caracterizado por “grande harmonia”. Houve agradecimentos recíprocos – o presidente agradeceu a escolha do país para a vista e o pontífice, a acolhida dos brasileiros.

Após o encontro, o governador José Serra se declarou contrário ao aborto. “Ninguém pode ser a favor do aborto, mas essa é uma questão que ainda vai ser debatida no Brasil”, afirmou o governador.
Depois da reunião, Lula carimbou o selo de comemoração à visita do Papa e entregou exemplares ao próprio pontífice, ao governador e ao ministro das Comunicações, Hélio Costa.

Bento XVI deixou o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, em direção ao Mosteiro de São Bento, no Centro de São Paulo. Ao 12h30, o líder da Igreja Católica vai se reunir com representantes de outras religiões e, em seguida, vai almoçar com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

No palácio, o sumo pontífice se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes. O pontífice chegou às 10h55 para o encontro. Ao descer do carro, ele foi cumprimentado pelo governador, que apertou suas mãos, e pela primeira-dama Monica Serra, que as beijou.

Na comitiva do Papa estavam Dom Claudio Hummes, prefeito da Congregação do Clero, Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e Dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil.

No caminho para a sala onde iria encontrar Lula, o Papa encontrou a filha do governador José Serra, Verônica, que estava com o neto do governador, Antônio, de 4 anos, no colo. O pontífice conversou rapidamente com a criança e a abençoou, fazendo o sinal da cruz em sua testa.

Assim como o neto de Serra, o neto de Lula, Axtar Alexandre, de 6 anos, também foi abençoado. Ashtar é filho de Sandro Luiz, o "Lulinha".

Serra e a primeira-dama do estado acompanharam o Papa até o Salão de Despachos, no segundo andar, onde ele encontrou o presidente e sua esposa. No salão, o Papa sentou-se à esquerda e o presidente Lula à direita, acompanhado da primeira dama, Marisa Letícia. Dois tradutores se posicionaram atrás do Papa e do presidente para intermediar a conversa.

O Papa, o presidente e o governador
Depois dos 15 minutos iniciais, o governador José Serra e sua esposa, Mônica Allende entraram na sala e integraram-se ao grupo. Com eles também entraram o núncio apóstólico no Brasil, Dom Lourenzo Baldisseri e a embaixadora do Brasil na Santa Sé, Vera Machado. Durante a audiência dos governantes com o Papa, os 40 cardeais que acompanharam o Sumo Pontífice na visita a São Paulo ficaram no Salão dos Pratos, no primeiro andar do Palácio dos Bandeirantes, onde visitaram uma exposição de arte sacra. A exposição será aberta ao público só no dia 14 de maio.

O presente oficial de Lula ao Papa foi uma coleção de 13 livros com a obra completa do pintor Candido Portinari, edição feita pela Petrobras. Já dona Marisa, presenteou o pontífice com um retrato feito pelo pintor Roberto Camasmie.

Selo que será lançado no Palácio do Planalto nesta manhã. (Foto: Divulgação)
Selo
A visita durou cerca de uma hora e, durante a passagem pelo palácio, foi lançado um selo postal criado pelos Correios com a figura do Papa em comemoração à primeira visita de Bento XVI ao país. O selo vai custar 90 centavos e terá a figura de Bento XVI em primeiro plano e da Basílica de Aparecida ao fundo. A tiragem inicial prevista é de 2,04 milhões.
Saudação
A primeira aparição pública do Papa Bento XVI nesta quinta-feira foi ainda no Mosteiro, da sacada, em resposta aos apelos dos fiéis reunidos no Largo. Pouco antes do pontífice deixar o Mosteiro, por volta das 10h, o público estava bastante agitado e havia começado a cantar: "Papa, cadê você? Eu vim aqui só para te ver." Bento XVI quebrou a programação oficial e decidiu acenar, da janela do Mosteiro, para as cerca de 500 pessoas que estavam no Largo de São Bento aguardando a saída do pontífice

terça-feira, 8 de maio de 2007

Papado Tradição e História

Assunto: 199ª Edição (22 de abril) por Renato Pompeu
Data: 22 Apr 2005 11:19:54 -0300
De: "Caros Amigos"
Papado: tradição e história

por Renato Pompeu


A tradição diz que os papas da Igreja Católica Romana se sucederam ininterruptamente
desde São Pedro, o primeiro bispo de Roma, que recebeu de Jesus Cristo a
missão de fundar a Igreja. A tradição, mas não a história, pois o Novo Testamento
não indica que São Pedro tenha jamais ido a Roma, embora nele São Paulo relate
os primeiros tempos dos cristãos em Roma.

Além disso, o próprio nome “papa” não é de origem romana – vem do grego “papas”,
que significa “pai” (“pater”, em latim). E a própria Igreja Católica também
não é de origem romana, e sim grega. “Igreja”, em grego, quer dizer “Assembléia”;
e “Católica” significa “Universal”. Assim, se a Igreja Católica fosse de
origem romana, seria chamada de Assembléia Universal e não pelo seu nome
tão conhecido.

“Igreja” ou assembléia indicava o que hoje se chama de congregação, os fiéis
que freqüentavam o mesmo templo cristão. Em cada localidade, nos primeiros
tempos, os fiéis se reuniam para escolher uma pessoa com autoridade, chamada
de bispo, nome que também vem do grego. Havia praticamente um bispo em cada
cidade importante e um não era superior ao outro; todos eles eram chamados
pelos fiéis de “papa”, significando pai.

Com o tempo, os bispos de algumas cidades mais importantes, num total de
sete, no Oriente Médio (por exemplo, Jerusalém), na Grécia (por exemplo,
Antioquia), no Egito (Alexandria) e Roma, foram sendo chamados de patriarcas,
espécie de superiores dos bispos, como os atuais arcebispos.

Os sete patriarcas eram hierarquicamente iguais entre si; o bispo e patriarca
de Roma, no entanto, por estar na mesma cidade do imperador e ter acesso
a ele, era mais solicitado pelos fiéis para resolver questões relacionadas
com o governo. Quando a sede do Império Romano se mudou para Constantinopla,
hoje Istambul, o bispo e patriarca de lá é que passou a ser mais solicitado
para questões delicadas com os governantes.

Durante esse período o imperador Constantino proclamou o cristianismo como
religião oficial do império e foram sendo eliminadas a ferro e fogo todas
as outras religiões, menos a judaica, que foi poupada para corroborar que
a vinda do Messias tinha sido prevista no Velho Testamento.

A ascendência do bispo e patriarca de Roma voltou a crescer depois que o
Império foi dividido em Império Romano do Oriente e Império do Ocidente.
Como patriarca, o bispo de Roma só tinha jurisdição sobre o Ocidente, ou
seja, sobre a Europa Ocidental.
O Império Romano do Ocidente chegou ao fim, com a invasão dos chamados bárbaros,
e o bispo de Roma e patriarca do Ocidente passou, além de autoridade espiritual,
também para autoridade temporal, além de ficar sem contatos com a Igreja
no Império Romano Oriental e com os patriarcados em território islâmico.

Foi assim que surgiu a Igreja Católica Romana separada das outras. De vez
em quando eram restabelecidos os contatos com a Igreja Católica Grega, mas,
quando houve o cisma, a Igreja oficial, como o próprio nome diz, era a Igreja
Católica Ortodoxa, sendo portanto heterodoxa a Igreja Católica Romana.

A Igreja Católica Romana, como a conhecemos hoje, com sua lista de sucessão
de papas desde São Pedro, seu celibato clerical, a nomeação de bispos pelo
papa (e não mais eleição pelos fiéis), a indicação de cardeais pelo papa
e a eleição do papa pelos cardeais, começou a surgir depois de mil anos de
sua história. O papa teve poder temporal até 1870, quando a unificação da
Itália extinguiu os Estados Pontifícios, que ocupavam o centro da Itália.
Só em 1929, por um acordo com o governo Mussolini, é que surgiu a Cidade-Estado
do Vaticano e o papa voltou a ser soberano temporal.


Renato Pompeu é jornalista e escritor.

domingo, 6 de maio de 2007

Darwin no Masp

Masp embarca na viagem

Folha de São PauloDA REPORTAGEM LOCAL

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) receberá, a partir da próxima sexta-feira, a exposição "Darwin - Descubra o Homem e a Revolucionária Teoria que Mudou o Mundo", muito elogiada quando estreou no tradicional Museu de História Natural de Nova York, em novembro de 2005.A idéia é recriar a viagem de quase cinco anos de Darwin a bordo do navio Beagle por meio de oito seções que contam a vida do naturalista inglês, a volta ao mundo, a descoberta de novas espécies de animais e plantas e o nascimento e desenvolvimento da teoria da evolução, que ficou guardada por ele em segredo por mais de 20 anos.Quem visitar o Masp verá mais de 400 artefatos, espécimes e documentos (cerca de cem manuscritos), filmes e vídeos interativos, com destaque para animais vivos, como tartarugas, iguanas e sapos da América do Sul (continente de extensa pesquisa de Darwin) e orquídeas (outra fascinação do cientista).O Masp fica na av. Paulista, 1.578, e o ingresso custa R$ 15. (LF)

Instalada CPI do Apagão Aéreo

03/05/2007 - 18h36m - Atualizado em 03/05/2007 - 18h40m Agencia O Estado de São Paulo

BATE-BOCA MARCA INSTALAÇÃO DE CPI DO APAGÃO AÉREO



A CPI do Apagão Aéreo nem bem foi instalada e já teve o seu primeiro bate-boca, provocado por um deputado que integra a tropa de choque governista. O líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), fez uma intervenção dizendo que esperava que os integrantes da base na comissão não repetissem o que foi feito no plenário da Câmara, quando, em votação, enterraram a CPI.

Redecker disse que a base "rasgou" e tentou "fraudar" a constituição ou impedir a instalação da CPI. O tom do deputado, no entanto, era calmo. De repente, irritado, o deputado Sílvio Costa (PMN-PE), em tom de voz elevado, pediu ao presidente que retirasse do registro da CPI as palavras de Redecker. O próprio Redecker disse que não retiraria o que disse. "Não estou pedindo para você, porque sei que você é mal educado mesmo", disse Costa.

Redecker disse então que apenas estava repetindo as palavras do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A CPI foi instalada por decisão do Supremo. "Você tem que pedir para o ministro retirar", afirmou o tucano. "Você começa criando encrenca", afirmou o deputado da base. O presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que já havia anunciado que encerraria a reunião, não respondeu ao pedido de Costa.

Aquecimento Global Novo Relatório da ONU

04/05/2007 - 06h01 - Atualizado em 04/05/2007 - 11h14

Frear aquecimento global e evitar caos climático é possível, diz relatório da ONU
Há tecnologia e dinheiro para limitar o aquecimento, mas é preciso agir imediatamente.
Adoção de biocombustíveis e fontes de energia renováveis são alternativas.
Do G1, em São Paulo, com agências* entre em contato

Cientistas e autoridades de mais de 100 países concluíram nesta sexta-feira (4) que lutar contra o aquecimento global é possível financeiramente e que a tecnologia disponível é suficiente para diminuir as emissões de gases poluentes. Com medidas rápidas e enérgicas seria possível evitar o caos climático no futuro.

As informações foram divulgadas no relatório final do Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC), organizado pela ONU , após reunião em Bangcoc, Tailândia. Especialistas em clima e representantes de diferentes países estavam reunidos desde segunda-feira (30) discutindo sobre o tema. Foi o terceiro relatório elaborado em 2007.



Segundo as estimativas do relatório, o custo de manter o aquecimento sob controle (ou seja, dentro de uma margem de 2 graus Celsius) ficaria ao redor de 0,12% do PIB (Produto Interno Bruto) das nações.

O documento servirá como um 'manual' para os governantes e aborda formas de evitar o aumento da emissão de gases que causam o aquecimento global, particularmente o dióxido de carbono (CO2) liberado pela queima de combustíveis fósseis e florestas. Revê as últimas descobertas científicas sobre custos e formas para frear as emissões e ainda afirma que as atuais políticas ambientais são inadequadas.

As delegações dos diferentes países chegaram a um consenso de que o mundo tem tecnologia e dinheiro para limitar o aquecimento global, mas deve agir imediatamente. A adoção de biocombustíveis e fontes de energia renováveis, além de melhor aproveitamento energético, entre outras medidas, podem reduzir o impacto do desastre mundial. Há uma variedade tecnológica já disponível para conter as mudanças climáticas com um custo razoável até mesmo para os países responsáveis pelos maiores danos à natureza.

"Os esforços para a atenuação do aquecimento global e para a diminuição da poluição nos próximos 20 ou 30 anos terão um grande impacto sobre as possibilidades de alcançarmos os níveis mais baixos para a estabilização das emissões de gases que provocam o efeito estufa", afirma a conclusão do IPCC.

O texto também contempla a energia nuclear, a solar e a eólica, além das práticas para a captação e o armazenamento de CO2 emitido. Mudanças na forma de plantio de algumas culturas e no tratamento de rebanhos ainda podem diminuir emissões de gás metano, que também causa efeito estufa. Em alguns casos, as tecnologias proporcionarão grandes benefícios, inclusive menores gastos com saúde por causa da diminuição da poluição.

"Existiam algumas pendências em relação à questão nuclear, mas finalmente chegamos a um acordo sobre isso", afirmou Andres Flores Montallo, da delegação Mexicana.

Participando da conferência apenas como observador, Jacques Selliers, diretor de uma organização não-governamental, concorda que o balanço final foi positivo. "Algumas partes foram mais difíceis, alguns trechos do documento foram eliminados, mas acredito que no geral o relatório manteve sua essência científica e permanece muito bom", disse.



Resistência
A União Européia e a China discutiram sobre os custos e a quantidade permitida para emissões de gases que causam o efeito estufa.



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Segundo maior poluidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos , a China foi um dos países que mais resistiram à recomendação de reduzir a concentração de partículas de CO2, juntamente com a Índia. O nível atual é de 430 partículas de CO2 por milhão, de acordo com os especialistas, e o objetivo é manter em 445 partículas de CO2 por milhão em 2030.

"Com as atuais práticas, as emissões vão continuar a crescer nas próximas décadas", afirmou um participante do encontro.

A delegação chinesa reclamou que os custos regionais para frear as emissões diferem muito das médias mundiais. Outro representante afirmou que o objetivo não é realista, dado o aumento das emissões de países em desenvolvimento.

A União Européia pretende seguir o limite máximo permitido para atingir a meta de um aumento de apenas 2ºC na temperatura global, um nível que, se ultrapassado, seria o ponto de partida para perigosas mudanças no sistema climático mundial.

Mas ao deixarem o encontro, os participantes concordavam que a ciência parece ter vencido a política.








Relatórios
O relatório é o terceiro a ser lançado pela ONU neste ano e resume o trabalho de 2500 cientistas. Os dois anteriores fizeram previsões terríveis sobre o futuro do planeta.

Entre os problemas que o aquecimento global vai causar estão o aumento do nível dos oceanos, que encobrirá ilhas e áreas litorâneas, ondas de calor, seca e enchentes.

*AFP, Reuters e AP

Lula quebra patente remédio Anti Aids

04/05/2007 - 12h40 - Atualizado em 04/05/2007 - 14h36

Lula quebra patente de remédio anti-Aids
Decisão reduz em cerca de 72% o preço pago pelo Efavirenz.
Medicamento vem substituindo uso do AZT entre os pacientes com HIV.
Tiago Pariz Do G1, em Brasília entre em contato

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O governo quebrou a patente do medicamento Efavirenz, produzido pelo laboratório norte-americano Merck Sharp & Dohme, usado no combate ao vírus HIV. O decreto com a licença compulsória foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (4). A decisão garante uma redução de cerca de 72% no preço pago pelo do remédio.



"O licenciamento compulsório que hoje é decretado faz parte de uma política de tornar os medicamentos acessíveis ao povo brasileiro. É difícil o acesso por causa dos altos preços praticados pelos laboratórios detentores das patentes. Essa decisão mostra a luta do governo por medicamentos com preços justos", disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em cerimônia no Palácio do Planalto.

O governo brasileiro comprava o Efavirenz, que vem substituindo o AZT entre pacientes com Aids, a US$ 1,59 do laboratório norte-americano, detentor da patente. Agora, passará a pagar US$ 0,44 de um laboratório da Índia. Estimativas do Ministério da Saúde mostram que cerca de 75 mil pacientes com Aids utilizarão esse medicamento no Brasil em 2007.



"O laboratório detentor da patente não pratica preços adequados à realidade brasileira", acusou o ministro da Saúde. Temporão explicou que o governo continuará pagando 1,5% de royalties ao Merck Sharp & Dohme. O governo prevê economizar com a medida US$ 30 milhões que serão reinvestidos no programa DST/Aids.

Na negociação para redução do preço do Efavirenz, a Merck Sharp & Dohme ofereceu um desconto de 30% no preço por comprimido de 600 mg. O governo brasileiro queria pagar US$ 0,65 por comprimido, o mesmo valor oferecido na Tailândia. Os norte-americanos rechaçaram a proposta.




Lula promete novas quebras de patente
O presidente classificou o preço praticado pelos norte-americanos no Brasil de "grosseiro eticamente" e um "desrespeito do ponto de vista econômico". Ele disse que "não é possível alguém ficar rico com a desgraça dos outros". Lula afirmou ainda que o governo está disposto a fazer a licença compulsória de tantos remédios quantos forem necessários.

"Isso vale para este remédio, mas vale para tantos outros quanto for forem necessários. É importante deixar claro: não importa se a firma for americana, alemã, brasileira, francesa ou argentina, o Brasil não pode ser tratado como se fosse um país que não merece ser respeitado", afirmou o presidente.

O governo tem estoque do Efavirenz até agosto deste ano, mas a partir do decreto assinado pelo presidente o genérico indiano já poderá ser adquirido. O governo repassa o remédio gratuitamente aos pacientes com Aids através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Esta é a primeira vez que o Brasil recorre à medida, prevista no Acordo de Propriedade Industrial (Trips) da Organização Mundial do Comércio (OMC).

URL: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUI31234-5603,00.html